
O cerco se fecha contra o prefeito de Capinzal do Norte, Abnadar de Sousa Pereira. O Ministério Público do Maranhão instaurou um inquérito civil para apurar suspeitas de improbidade administrativa, desvio de finalidade e uso indevido da estrutura pública em obras contratadas com recursos municipais.
Segundo a representação encaminhada pela vereadora Raylla Rodrigues Galeno, funcionários da prefeitura e maquinário oficial teriam sido mobilizados para executar serviços que deveriam ser realizados exclusivamente pelas empresas Anderson M. Carneiro Ltda e Lima Matos Serviços Ltda, contratadas para a manutenção de estradas vicinais com recursos na ordem de R$ 7.177.559,20.
A denúncia aponta uma engenharia suspeita entre a gestão municipal e as empresas contratadas. Apesar dos contratos firmados, a execução das obras teria contado com mão de obra e equipamentos da própria prefeitura, o que configuraria grave desvio de finalidade e possível lesão ao erário.
O inquérito mira não apenas o prefeito, mas também a secretária de Finanças, Lidiane Pereira da Silva, que é sobrinha do gestor e figura como responsável pela assinatura de contratos, controle dos repasses e acompanhamento direto das obras.
Entre os elementos apresentados à Promotoria, há registros visuais (fotos e vídeos) e testemunhos que reforçam a denúncia. Os materiais mostram equipamentos com identificação da prefeitura sendo utilizados nas obras, além da presença de servidores municipais nos canteiros de trabalho.
O inquérito foi aberto pelo promotor Rodrigo Ronaldo Martins Rebelo da Silva, que já determinou a requisição de documentos, como os processos licitatórios, diários de obras, medições de serviços, comprovantes de pagamento, além de informações sobre a frota municipal e a lotação dos servidores durante o período de execução das obras. Também foram solicitadas explicações das empresas sobre a origem da mão de obra e equipamentos utilizados.