Pix automático começa a valer nesta segunda; veja quem pode usar e como funciona

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A partir desta segunda-feira (16), entra oficialmente em vigor o Pix Automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. A ferramenta chega com a proposta de substituir o débito automático tradicional e o uso de boletos em cobranças recorrentes, como contas de luz, mensalidades escolares, academias, serviços de streaming e muito mais.

A nova modalidade permitirá que consumidores autorizem, uma única vez, o pagamento periódico de um serviço ou produto, com os débitos sendo realizados automaticamente na conta do pagador, sem a necessidade de interações mensais. O serviço já estava disponível no Banco do Brasil desde o fim de maio, mas a maioria dos bancos e instituições financeiras começa a oferecer a solução a partir de hoje.

Segundo o Banco Central, o Pix Automático pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não têm cartão de crédito, ampliando o acesso a serviços e aumentando a previsibilidade de receita para empresas. A adesão à ferramenta promete ser especialmente vantajosa para microempreendedores individuais (MEI) e pequenas empresas, que agora poderão oferecer cobrança automática sem necessidade de convênios com cada banco, exigência que antes limitava o débito automático a grandes companhias.

Como vai funcionar?

O processo de adesão é simples e digital:

  1. A empresa envia um pedido de autorização ao cliente;
  2. O cliente acessa seu aplicativo bancário e localiza a opção “Pix Automático”;
  3. Após ler os termos, define a periodicidade, valor e limite por transação;
  4. A partir da data estipulada, os débitos são feitos de forma automática;
  5. O usuário pode ajustar valores, datas ou cancelar a cobrança a qualquer momento.

O serviço estará disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive feriados.

Quem pode usar?

Neste primeiro momento, o Pix Automático será utilizado apenas em cobranças feitas por empresas ou prestadores de serviços a pessoas físicas. Para transações entre pessoas físicas, como o pagamento de mesadas ou salários domésticos, continua valendo o Pix agendado recorrente, obrigatório desde outubro de 2024.

Segurança reforçada

Para evitar golpes e fraudes, o Banco Central estabeleceu regras rígidas de segurança. Apenas empresas com mais de seis meses de atividade poderão aderir ao Pix Automático. Além disso, os bancos terão que realizar uma análise minuciosa do histórico da empresa, incluindo:

  • Situação cadastral no CNPJ e CPF de sócios;
  • Coerência entre a atividade econômica e os serviços cobrados;
  • Faturamento, número de funcionários e capital social;
  • Comportamento anterior em outros meios de cobrança.

Essas medidas visam evitar que golpistas enviem cobranças falsas a clientes desatentos.

Avanço no sistema financeiro

Com a consolidação do Pix como o principal meio de pagamento do país, o Pix Automático representa mais um passo na digitalização e desburocratização do sistema financeiro brasileiro. A expectativa é que ele facilite a vida do consumidor e impulsione a eficiência das empresas, especialmente as de pequeno porte.

A nova função marca o início de uma nova era no relacionamento entre prestadores de serviços e seus clientes, substituindo sistemas engessados por tecnologia mais ágil, acessível e segura.

Mercado reduz projeção da inflação, mas mantém alerta com juros e crescimento

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O mercado financeiro reduziu a previsão de inflação para 2025 de 5,5% para 5,46%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central. Mesmo com a queda, a estimativa segue acima do teto da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para os anos seguintes, o IPCA deve recuar gradualmente: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,85% em 2028. Em abril, a inflação foi de 0,43%, acumulando 5,53% em 12 meses.

A taxa básica de juros (Selic) está em 14,75% ao ano e deve encerrar 2025 nesse patamar. O mercado projeta recuo para 12,5% em 2026 e 10% até 2028. O Copom afirma que o cenário ainda exige cautela.

A expectativa de crescimento do PIB para 2025 caiu de 2,14% para 2,13%. Para os anos seguintes, a previsão é de alta de 1,8% (2026) e 2% (2027 e 2028). A projeção do dólar subiu para R$ 5,80 em 2025 e R$ 5,90 em 2026.

China ampliará em US$ 27 bilhões investimentos no Brasil, anuncia Lula

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Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o país asiático vai ampliar os investimentos no Brasil em mais de US$ 27 bilhões. Os recursos serão destinados principalmente aos setores de infraestrutura, tecnologia e energia limpa, com impactos diretos também na educação, que precisará acompanhar a demanda por profissionais qualificados.

O anúncio foi feito durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, realizado em Pequim, e marca uma nova fase da parceria estratégica entre os dois países. Entre os acordos firmados, está a aplicação de US$ 1 bilhão na produção de combustível sustentável de aviação (SAF) a partir da cana-de-açúcar, além da instalação de centros de pesquisa e desenvolvimento em inteligência artificial, energia renovável e sistemas de comunicação via satélite.

O presidente Lula ressaltou que a cooperação entre Brasil e China tem potencial transformador e que os investimentos devem ajudar o país a avançar em áreas estratégicas como saúde, logística e conectividade. Também foram assinados oito acordos voltados à transferência de tecnologia para a produção de medicamentos, vacinas e equipamentos médicos.

Segundo o governo brasileiro, o comércio entre os dois países já movimenta cerca de US$ 160 bilhões por ano, e os novos investimentos devem fortalecer ainda mais essa relação. Lula destacou ainda que projetos como o Corredor Ferroviário Leste-Oeste e rotas de integração bioceânicas vão reduzir distâncias logísticas e impulsionar o desenvolvimento do interior do país.

No discurso, o presidente voltou a defender mais investimentos em educação e formação técnica, argumentando que o Brasil precisa exportar não apenas commodities, mas também conhecimento e inovação. “Ninguém vai nos dar tecnologia de graça. Precisamos formar engenheiros, cientistas e competir com os melhores”, afirmou.

EUA e China selam acordo para reduzir tarifas e abrir caminho para novo ciclo de negociações

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Os Estados Unidos e a China anunciaram, nesta segunda-feira (12), um acordo histórico para reduzir substancialmente as tarifas de importação que vinham alimentando tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta. Após intensas negociações realizadas no fim de semana em Genebra, na Suíça, os dois países divulgaram um comunicado conjunto celebrando o que classificaram como “progresso substancial”.

Pelo acordo, os EUA reduzirão de forma temporária, até o dia 14 de maio, suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. Em contrapartida, a China cortará suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. A medida tem validade inicial de 90 dias, período em que novas rodadas de diálogo devem acontecer para definir os próximos passos da reaproximação econômica.

“Ambos os lados reconhecem a importância de uma relação econômica e comercial sustentável, de longo prazo e mutuamente benéfica”, destaca o comunicado.

Além da redução tarifária, o entendimento prevê a criação de um mecanismo permanente de diálogo comercial, que será liderado por três autoridades de peso: o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.

O acordo sinaliza um novo momento nas relações entre Washington e Pequim, após anos de escaladas tarifárias que afetaram cadeias globais de suprimento e ampliaram incertezas nos mercados. Analistas avaliam que o gesto bilateral pode abrir caminho para um tratado comercial mais abrangente no futuro

Inflação desacelera em abril, mas alimentos e remédios seguem pressionando orçamento das famílias

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A inflação oficial medida pelo IPCA fechou abril com alta de 0,43%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. O resultado mostra desaceleração pelo segundo mês consecutivo — em março, o índice foi de 0,56%, e em fevereiro, de 1,31%. Ainda assim, o avanço dos preços continua pressionado por itens básicos como alimentos e produtos farmacêuticos.

Mesmo em ritmo mais lento, o índice é o maior para um mês de abril desde 2023, quando ficou em 0,61%. No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,53% — o maior desde fevereiro de 2023 e acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.

Desde janeiro, todos os meses têm registrado inflação acima do intervalo de tolerância da meta (1,5% a 4,5%). Segundo as novas regras, o objetivo será considerado oficialmente descumprido se os números se mantiverem fora do intervalo por seis meses seguidos.

Comida pesa no bolso

Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta em abril. Os maiores vilões foram “Alimentação e bebidas” (0,82%) e “Saúde e cuidados pessoais” (1,18%), que juntos responderam por 0,34 ponto percentual do IPCA.

Entre os alimentos, o destaque foi a batata-inglesa, com alta de 18,29%, seguida por tomate (14,32%) e café moído (4,48%). Este último acumula aumento de impressionantes 80,2% em 12 meses, maior variação desde o início do Plano Real, em 1994. Por outro lado, o arroz (-4,19%) e os ovos (-1,29%) ajudaram a aliviar o índice.

“A inflação dos alimentos continua muito dependente do clima. Chuva em excesso ou seca intensa acabam afetando a produção e, consequentemente, os preços”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves.

A difusão da inflação também aumentou: 70% dos alimentos pesquisados subiram de preço, ante 55% em março. No total do IPCA, 67% dos 377 itens registraram aumento.

Remédios e passagens

Na área da saúde, os medicamentos foram os principais responsáveis pela alta, com reajuste autorizado de até 5,09% a partir de 31 de março. Já no setor de transportes, os preços caíram 0,38%, puxados principalmente pela queda de 14,15% nas passagens aéreas, maior impacto negativo no mês. Os combustíveis também recuaram (-0,45%), com queda nos preços da gasolina, etanol, diesel e gás veicular.

Serviços em desaceleração

A inflação dos serviços, observada de perto pelo Banco Central, caiu de 0,62% para 0,20% entre março e abril, refletindo principalmente a queda nas passagens aéreas. Já os preços administrados — como remédios e tarifas públicas — aceleraram de 0,18% para 0,35%.

A Selic, hoje em 14,75% ao ano, é a principal ferramenta usada pelo BC para conter a inflação. A desaceleração nos serviços pode pesar a favor de uma nova redução nos juros nas próximas reuniões do Copom.

INPC também sobe

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos. O índice subiu 0,48% em abril e acumula alta de 4,8% em 12 meses. Como alimentos têm peso maior nesse índice (25%), o impacto sobre famílias de menor renda é proporcionalmente mais severo.

Mercado espera última alta da Selic em 2025; taxa pode chegar a 14,75% ao ano

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta terça (6) e quarta-feira (7), e o mercado financeiro projeta que a taxa Selic será elevada de 14,25% para 14,75% ao ano. A expectativa é de que essa seja a última alta do ciclo.

A previsão consta no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (5), que reúne estimativas de instituições financeiras. Essa possível elevação de 0,5 ponto percentual consolida um ciclo de aperto monetário iniciado em setembro do ano passado.

A Selic é usada pelo Banco Central para conter a inflação. Com juros mais altos, o crédito encarece e o consumo diminui, o que pode conter a alta dos preços. Por outro lado, o custo elevado pode frear o crescimento econômico.

Segundo o Focus, a inflação oficial (IPCA) deve fechar 2025 em 5,53%, acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com teto de 4,5%. Para os próximos anos, as previsões são de queda gradual: 4,51% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028.

A expectativa de crescimento do PIB permanece estável: 2% em 2025, após alta de 3,4% em 2024. A projeção para o dólar no fim de 2025 é de R$ 5,86.

Bolsas da China sobem apesar de tarifa de 145% dos EUA; Tóquio recua quase 3%

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Mesmo diante do aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, as bolsas chinesas fecharam em alta nesta sexta-feira (11). O avanço ocorre apesar da decisão do governo norte-americano de elevar as tarifas de importação contra produtos chineses para até 145%. O mercado asiático reagiu com resiliência, refletindo expectativas de estímulos internos e confiança em medidas de apoio do governo chinês.

O destaque do dia ficou com o Hang Seng, de Hong Kong, que subiu 1,13%, liderando os ganhos na região. Na China continental, o índice SZSE, que reúne 500 ações da Bolsa de Shenzhen, avançou 0,82%. O DJ Shanghai teve alta de 0,54%, enquanto o SSEC, principal índice da Bolsa de Xangai, registrou elevação de 0,45%.

Vale destacar que o fechamento das bolsas chinesas ocorreu entre 4h e 5h da manhã (horário de Brasília), antes da resposta oficial de Pequim às novas tarifas dos EUA. Pouco depois, o governo chinês anunciou uma retaliação tarifária, elevando de 84% para 125% as tarifas sobre importações norte-americanas.

Na contramão do otimismo chinês, o índice Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio, registrou queda expressiva de quase 3%, impactado por temores de desaceleração global e aumento da aversão ao risco entre investidores japoneses.

A movimentação dos mercados reforça a crescente volatilidade internacional em meio ao acirramento da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Consignado do FGTS: Maranhão já soma R$ 71 milhões em empréstimos

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Com 12.146 contratos negociados entre 21 de março e 3 de abril, o Maranhão é o quarto estado da região Nordeste com o maior número de empréstimos concretizados no novo consignado do Crédito do Trabalhador, disponível por meio da Carteira de Trabalho Digital.

No Maranhão, 12.097 trabalhadores contrataram o novo consignado, que oferece taxas de juros mais baixas. O total emprestado ultrapassa R$71,1 milhões, com valor médio por empréstimo de R$5.857,57 e parcelas e prazo de pagamento médios de R$338,14 e 17 meses.

R$ 3 BILHÕES — Desde 21 de março, R$ 3,3 bilhões já foram concedidos em empréstimos consignados aos trabalhadores com carteira assinada nas 27 unidades da Federação. No total, 532.743 contratos foram firmados, com um valor médio de R$ 6.209,65 por trabalhador. As parcelas médias ficaram em R$ 350,46, com prazo médio de 18 meses. Atualmente, o Brasil conta com mais de 47 milhões de trabalhadores assalariados com carteira assinada.

NOVA CULTURA — Para o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), o novo consignado inaugura um novo horizonte e uma nova cultura em torno dos empréstimos bancários. “O Crédito do Trabalhador traz uma nova cultura de crédito e a cada dia tem se consolidado com sucesso, com novos bancos entrando, oferecendo taxas mais baixas e reduzindo dívidas dos trabalhadores”, comemora Luiz Marinho. A pasta alerta que os trabalhadores precisam ter calma e esperar pelas 24 horas para receber todas as propostas e, com isso, optar pela mais vantajosa.

REGIÕES — A região Sudeste é a que mais negociou contratos por meio do Crédito do Trabalhador até agora, com 234.863 empréstimos fechados por 234.130 trabalhadores, num volume de crédito de R$ 1,44 bilhão. Em seguida aparecem Nordeste (111.081 empréstimos), Sul (88.174 empréstimos), Centro-Oeste (49.303) e Norte (49.170) Confira o detalhamento no infográfico abaixo.

ESTADOS — São Paulo e Rio de Janeiro lideram a adesão ao novo consignado do Crédito do Trabalhador, disponível por meio da Carteira de Trabalho Digital. São Paulo concentra a maior parte das liberações, com 131.306 trabalhadores beneficiados e um total de R$ 848,7 milhões concedidos. O valor médio dos empréstimos no estado é de R$ 6.446,90. No Rio de Janeiro, 51.124 trabalhadores contrataram o consignado.

MAIOR MÉDIA — O Distrito Federal se destaca com a maior média de empréstimos no país, superando a média nacional de R$ 6.209,65. Na capital do país, o valor médio concedido chega a R$ 9.809,75, totalizando R$ 112,4 milhões em crédito para 11.423 trabalhadores. Logo atrás, Mato Grosso registra média de R$ 7.477,51 por empréstimo, com um total de R$ 74,2 milhões liberados.

CRÉDITO DO TRABALHADOR — Para obter o crédito, as instituições financeiras consideram fatores como tempo de trabalho, salário e as garantias oferecidas pelo trabalhador na solicitação do empréstimo. O trabalhador pode utilizar até 10% do saldo do FGTS ou 100% da multa rescisória como garantia, mas também tem a opção de não oferecer nenhuma garantia. Com base nesses critérios, os bancos avaliam o risco e definem a liberação do crédito. Além disso, o valor das parcelas não pode ultrapassar 35% da renda mensal do trabalhador.

CANCELAMENTO — Se o trabalhador decidir cancelar o empréstimo, terá um prazo de sete dias corridos, a partir do recebimento do crédito, para devolver o valor integral à instituição financeira. Além disso, a partir de 25 de abril, será possível transferir um empréstimo com juros mais altos para outro com taxas mais baixas. Caso tenha contratado o Crédito do Trabalhador e posteriormente encontre uma oferta mais vantajosa em outra instituição, poderá migrar para a nova condição.

CARTEIRA DE TRABALHO DIGITAL — O Crédito do Trabalhador está disponível exclusivamente na Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, todas as instituições financeiras poderão oferecer essa linha de crédito por meio de suas plataformas digitais. A modalidade atende empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de microempreendedores individuais (MEI), desde que não possuam outro empréstimo consignado vinculado ao mesmo vínculo empregatício.

‘Tarifaço de Trump’ abala mercados e impõe novo jogo comercial; entenda o impacto no Brasil

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

A decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas a todos os seus parceiros comerciais sacudiu o cenário econômico global. Anunciada ontem (2), a medida busca recuperar a competitividade da indústria americana e reduzir déficits comerciais de bens, que giram em torno de US$ 1 trilhão anuais. No entanto, economistas alertam que o impacto pode ser devastador, gerando instabilidade no mercado internacional e pressionando a inflação nos próprios EUA.

Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, as tarifas impostas – que chegam a 30% para países asiáticos, 20% para a Europa e 10% para a América Latina – representam “o maior choque tarifário desde os anos 1930”. Ele destaca que a medida afeta principalmente nações como China, Vietnã e Índia, que estruturaram suas indústrias com subsídios e inovação tecnológica ao longo das últimas décadas.

Nos Estados Unidos, a medida deve encarecer insumos essenciais, como maquinário, chips e veículos, pressionando os custos de produção. “O custo de fabricação nos EUA já é cinco a seis vezes maior que o da Ásia. Essa política não resolve o problema da competitividade americana”, pontua Gala.

O impacto para o Brasil, embora menor que para outros países, não passa despercebido. As exportações brasileiras para os EUA foram taxadas em 10%, e setores estratégicos, como o da aviação, podem sofrer diretamente. “A Embraer deve ser uma das empresas mais afetadas”, alerta o economista.

O governo brasileiro já sinalizou que buscará recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora a entidade enfrente dificuldades impostas pelos próprios EUA nos últimos anos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também manifestou preocupação, ressaltando que os Estados Unidos são um dos principais mercados para produtos de maior valor agregado da indústria brasileira.

Além das tarifas, o temor de uma crise econômica global cresce, com quedas nas bolsas de valores e incerteza sobre os próximos movimentos dos investidores. Para Gala, a guerra comercial pode desencadear uma recessão, com reflexos diretos para países emergentes como o Brasil.

Petrobras reduz Diesel em R$ 0,17 por litro; preço ao consumidor pode cair R$ 0,15 a partir de terça (1º)

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A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (31), uma nova redução no preço do óleo diesel A, que cairá R$ 0,17 por litro a partir desta terça-feira (1º). A medida representa um recuo de 4,6% no valor do combustível vendido às refinarias, estabelecendo a média de R$ 3,55 por litro.

Com a redução, o impacto no consumidor final será uma queda de R$ 0,15 por litro no diesel B – que chega aos postos de combustíveis – devido à mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel. O anúncio foi feito pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante o lançamento de um programa de aquisição de crédito de carbono na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

A última alteração no preço do diesel ocorreu em fevereiro, quando houve um aumento de R$ 0,22 por litro. No acumulado desde dezembro de 2022, o combustível já registra uma redução de R$ 0,94 por litro, o que representa uma queda de 20,9%. Considerando a inflação do período, a Petrobras afirma que a retração chega a 29%.

A política de preços da estatal, reformulada em 2023, tem priorizado o chamado “abrasileiramento” dos valores, levando em conta os custos de produção no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor. Segundo Magda Chambriard, essa estratégia busca evitar repasses imediatos das variações do petróleo no mercado internacional e garantir competitividade à empresa.

“A gente olha preço a cada 15 dias. Se precisar subir, a gente sobe, se precisar descer, a gente desce. Neste momento, o que a gente está dizendo é: o abrasileiramento de preços de combustível no Brasil gerou uma economia relevante para a sociedade brasileira”, afirmou a presidente da Petrobras.

A expectativa agora é que a nova redução amenize os custos para setores dependentes do diesel, como transporte de cargas e transporte público, aliviando parte da pressão inflacionária sobre os combustíveis.