Presidente do sindicato de pescadores de Turilândia é acusado pela ex de violência doméstica e sexual

Geraldo acusado de violência doméstica e sexual, ameaça e lesão corporal

A ex esposa do presidente do sindicato de pescadores de Turilândia, Geraldo Sérgio lima Reis, popularmente  conhecido como ‘Bileco’, regostrou um boletim de ocorrência na delegacia de Santa Helena acusando o ex marido por violência doméstica e sexual.

No relato, Monique de Jesus Ribeiro diz ter sido agredida, asfixiada e obrigada a manter relações sexuais com Bileco que a ameaçava com uma arma de fogo. As agressões foram constatadas por meio do exame de corpo de delito.

Em depoimento, a mulher relata que há anos vivia uma rotina de violência física e psicológica e que decidiu separar de Geraldo há 7 meses, porém o mesmo se recusa a sair de casa e mesmo contra a sua vontade era obrigada a manter relações sexuais com ele. Ela também afirmou que o acusado possui duas armas de fogos.

O delegado de Santa Helena solicitou medidas protetivas, bem como intimou Bileco para ser ouvido na delegacia na próxima semana. Ontem, o advogado do presidente do sindicato dos pescadores esteve na delegacia para tomar ciência dos relatos. Pelo visto Bileco acredita estar acima da lei. Esperamos que a justiça seja feita antes que ocorra algo pior com essa mulher.

Jovem gestante e o filho morrem em trabalho de parto em Apicum-Açu

Mônica Rabêlo Silva, grávida de 7 meses

Uma tragédia abalou os moradores do povoado Fazenda, localizado no município de Apicum-Açu, cidade a cerca de 235 km da capital São Luís. O fato que chocou a população aconteceu na última terça-feira (21), quando a jovem Mônica Rabêlo Silva de 20 anos deu entrada em trabalho de parto no Hospital Municipal Sebastiana Fonseca Costa, localizado na sede do município de Apicum-Açu.

Sentido forte dores, a jovem que já teria ido diversas vezes a unidade de saúde sentindo dores, teria sido mais uma vez levada pelo seu marido, Genilson Ferreira Fonseca, na tentativa de conseguir atendimento que pudesse por fim nas dores que sua esposa sentia. O marido informou que após os seis meses de gravidez sua esposa grávida do primeiro filho do casal sentia com frequência muitas dores e sempre que isso acontecia era levada a unidade de saúde do município, em todas as vezes, segundo ele, os únicos procedimentos foram aplicação de soro e paracetamol.

Grávida de 7 meses, a jovem chegou ao Hospital com muitas dores, segundo o marido, nenhum exame ou encaminhamento para outra unidade de saúde que pudesse dá o atendimento devido a Mônica teria sido realizado. Ele afirma que os profissionais de saúde que atenderam sua esposa teriam constatado que o bebê nasceria a qualquer momento, no entanto, ele garante que nenhum procedimento foi adotado para que a jovem pudesse dá à luz, ao contrário, ele teria ficado sozinho com a jovem, momento em que ele percebeu que ela estaria tendo uma parada cardíaca, vindo a falecer no Hospital junto com seu filho que nem mesmo chegou a nascer.

Os familiares garantem que a jovem teria realizado todo seu pré-natal na rede municipal de saúde de Apicum-Açu.

O bebê de sete meses receberia o nome de Ytálo. Mãe e filho foram sepultados em Fazenda, local onde os familiares moram.

Os familiares das vítimas garantem que houve negligência no atendimento por parte da equipe que fez o atendimento e pedem justiça, uma vez que segundo eles, a jovem já teria ido diversas vezes com o mesmo problema de dores ao Hospital. Ainda segundo a família, a única ação realizada por parte dos profissionais foi toque e aplicação de soro.

Em contato com o ICURURUPU, o marido de Mônica Rabêlo Silva, garante que irá denunciar o município por suposta negligencia no atendimento a sua esposa que culminou com a morte dela e seu bebê. Segundo ele, irá representar à prefeitura junto ao Ministério Público para que as medidas cabíveis sejam adotadas, pois pra ele, que estava acompanhando sua esposa, ficou claro que a forma como o atendimento se deu, teria havido total falta de atenção por parte da equipe do hospital que realizou o atendimento.

Como se a dor da morte de mãe e filho não fosse o bastante, os moradores de Fazenda ainda precisam conviver com as péssimas condições da estrada que liga o povoado a outros pontos, como por exemplo ao cemitério. Vídeo divulgado pelos moradores da comunidade revela o quanto eles estão sofrendo sem infraestrutura mínima nem mesmo para que possam de forma digna realizar o enterro de seus entes queridos.

Em nota enviado ao ICURURUPU, às 17h56min desta sexta-feira (24), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, a prefeitura de Apicum-Açu confirma que a jovem Mônica Rabêlo deu entrada no hospital municipal relatando dores. A nota confirma ainda que a jovem realizou consultas de pré-natal na rede municipal de saúde, conforme relatado pelo seu marido, Genilson Ferreira Fonseca. Disse também que consultas deixaram de ser realizadas pela ausência da paciente em hospital na cidade de Pinheiro. Assim como dito pelo marido da vítima, a nota conforma que a paciente teria dado entrada diversas vezes em unidade de saúde do município relatando dores e até mesmo dificuldades para respirar, mais que a equipe médica do município não teria constatado nenhuma anormalidade na gravidez.

Confira a íntegra da Nota de Esclarecimento

“A Secretaria Municipal de Saúde de Apicum-Açu, vem a público esclarecer os fatos, até esse momento, apurados referente ao atendimento Ambulatorial e Hospitalar da paciente Mônica Rabelo Silva:

1 – Paciente deu entrada na Rede de Saúde do município, na UBS Itererezinho, no dia 21/10/2022, iniciando o pré-natal com 13 semanas e 4 dias com a Enfermeira Vaneilma Torres Vieira.

Durante o Pré-natal, realizou 6 consultas com profissionais da equipe da Estratégia de Saúde da Família enfermeira, médica, sem relato de qualquer desconforto ou intercorrências, como mudanças de pressão, demasiado cansaço, dificuldade de respiração, ou dores torácicas ou abdominais. Realizou também pré-natal odontológico com a cirurgiã- dentista Joiciane Ferraz e acompanhamento com a nutricionista Mille Ellen Oliveira.

No dia 01/02/2023, a paciente deu entrada na Emergência da Unidade Hospitalar, referindo dor torácica, avaliado os Sinais Vitais (PA, SpO2, FC) com valores normais de referência, feito atendimento pela médica plantonista Dra Vini Tancel, realizada avaliação e prescrito medicações, paciente se manteve em observação. A médica encaminhou a paciente para consulta cardiológica.

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do setor do TFD agendou uma consulta com especialista cardiologista para o dia 07/02/2023, às 7h no Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, com o Dr. Fabrício de Flores Barbosa.

Segundo informações obtidas, a paciente não compareceu na consulta e nem explicou motivo pela ausência para a Secretaria de Saúde.

No dia 14/02/2023, às 7h na UBS Tabatinga, realizou Ultrassonografia Obstétrica, efetuada pelo médico Dr. Pedro Barreto, segundo o laudo – Idade Gestacional: 29 semanas, feto único, em apresentação cefálica, dorso à esquerda, BCF: 157 bpm, movimentos corpóreos fetais presentes, peso fetal: 1.286g, peso adequado para a idade gestacional, placenta anterior, Grau I, líquido amniótico normal, vitalidade fetal preservada, Data Provável do Parto: 02/05/2023. Dentro do padrão de normalidade.

No dia 15/02/2023, foi agendada uma consulta para cuidado continuado do pré- natal, no Povoado Fazenda com a médica Dra Ayumi Miura, a paciente ligou para a Agente Comunitária de Saúde do seu território relatando que não poderia comparecer na consulta.

PREFEITURA MUNICIPAL DE APICUM-AÇU SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CNPJ: 12.492.783/0001-57

No dia 16/02/2023, na última consulta de pré-natal com a Enfermeira Vaneilma, na UBS Itererezinho, a paciente não relatou desconfortos pela gravidez ou qualquer outro quadro.

Paciente não classificada como Gestante de Alto Risco, tendo cumprido as consultas preconizadas no pré-natal.

2 – Segundo relatório do Hospital Municipal Sebastiana Fonseca Costa, a gestante deu entrada na Unidade Hospitalar, às 18h20 do dia 21 de fevereiro de 2023, conduzida pela ambulância do serviço hospitalar;

3 – A paciente, jovem de 20 anos, chegou acompanhada por seu companheiro Genilson Ferreira, relatando fortes dores na região pélvica e dizendo que não conseguia urinar, estava agitada. Seguiram para a enfermaria obstétrica;

4 – Teve atendimento prestado pelo médico plantonista Dr. Ubiratan Amorim, e Equipe de Enfermagem. O médico perguntou ao companheiro qual a queixa da paciente. Ele relatou que desde a manhã ela estava passando mal, sentindo dores, que não conseguiu levá- la ao Hospital e que somente naquele horário resolveram pedir ajuda e ir para a Unidade Hospitalar.

O médico suspeitou de uma possível infecção urinária, fazendo a internação. Na observação realizou os procedimentos de toque vaginal, observou colo fechado, bolsa íntegra, sem dinâmica, sem sangramento, não estando a paciente em trabalho de parto antecipado. Após a avaliação foram prescritas e administradas medicações para a anamnese inicial de infecção urinária, às 18:35h.

Após a administração da medicação, a paciente se manteve no leito, com pressão arterial dentro dos parâmetros pressóricos, devendo ficar em observação até o efeito das medicações e realização de exames laboratoriais complementares.

O acompanhante chamou a enfermeira às 18h50, a enfermeira prontamente retornou, chamou o médico, a equipe realizou a manobra de reanimação cardiorrespiratória, paciente sem pulso indo a óbito, sendo o óbito decorrente de infarto agudo do miocárdio, que nessa faixa etária, costuma ser fatal.

No caso relatado, não foi possível realizar a transferência imediata, pois a paciente não estava estabilizada.

5 – A Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que o Sistema Municipal de Saúde de Apicum-Açu, funciona e atende dentro das normas determinadas pelo Ministério da Saúde, obedecendo sua complexidade no Sistema Único de Saúde – SUS.

6 – A Secretaria Municipal de Saúde lamenta o ocorrido com a jovem e seu bebê, se solidariza com a família e informa que está conduzindo processo de investigação do óbito, dentro das exigências do Ministério da Saúde, junto a Unidade Hospitalar do Município, a Unidade de atendimento do Pré-Natal e a família da paciente, e que, ao final desse trâmite, caso haja indícios de negligências serão conduzidas as responsabilizações e correções pertinentes.

Atenciosamente,

Wenner Ribeiro Monteiro Secretário Municipal de Saúde de Apicum-Açu – MA

Apicum-Açu, 24 de fevereiro de 2023″

Do ICURURUPU

Fábrica São Braz fecha as portas e deixa trabalhadores ‘a pão e vinho’

Foto Reprodução

Cerca de cento e cinquenta trabalhadores, entre contratados e prestadores de serviços, foram dispensados na última segunda-feira (20) pelo dono da fábrica São Braz, localizada em São Luís.

Sem direito a nada (até o momento), os demitidos foram surpreendidos ao serem convocados à assinarem uma dispensa sem aviso prévio e sem saber como e quando vão receber seus vencimentos atrasados, rescisões e tudo que têm direito.

Segundo foi denunciado ao Blog, a empresa detentora de vendas da Vodka Braslova, Coquetel São Braz, Três Coroas, Chave de Ouro, entre outras, deve fornecedores, funcionários e de uma forma repentina anunciou falência.

Preocupados com a situação, trabalhadores estão tentando contato com a direção e RH da empresa mas não são atendidos. Há rumores de que o proprietário, Girnaldo Braz, que também não atende as ligações, estaria planejando deixar o país sem pagar os benefícios aos demitidos, além dos demais credores.

O grupo deve procurar a Justiça do Trabalho caso ninguém da São Braz se manifeste.

Obra do grupo Gonçalo desaba em Santa Rita

Desabamento expõe má qualidade de serviços realizados pelo grupo em cidades da região e serve de alerta para população

As cabeceiras de uma ponte inaugurada há pouco mais de dois anos pelo prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo está desabando. A obra que tem mais de 10 anos e nunca foi concluída, é mais uma que expõe a péssima qualidade dos serviços realizados pelo grupo Gonçalo em cidades da região.

Com apenas 125 m de extensão, a ponte ficou visivelmente curta e suas cabeceiras construídas quase dentro do Rio Itapecuru. Para notar os inúmeros erros da obra, nem precisa ser engenheiro.

A Ponte de Areias foi iniciada na gestão de Hilton Gonçalo em 2011 com recursos repassados ao município — inicialmente pelo governo federal — e depois por meio de convênio celebrado entre a prefeitura de Santa Rita e o governo do estado.

A obra custou quase 5 milhões de reais aos cofres públicos e foi inaugurada antes mesmo de ser concluída pelo prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo no aniversário de 58 da cidade.

Em uma rede social, Gonçalo tenta explicar o fato alegando os efeitos das chuvas e admite varias vezes que a obra foi inaugurada de forma inacabada.

Precariedade do Matadouro Municipal de Vitória do Mearim é denunciada ao MP

Prefeito Nato da Nordestina (PL)

Blog do Luís Cardoso Após denúncia encaminhada ao Ministério Público do Maranhão, a titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Vitória do Mearim, Karina Freitas Chaves, determinou que fosse apurada a situação insalubre e precária do matadouro municipal.

Expeça-se ofício ao município de Vitória do Mearim/MA, encaminhando-se em anexo a prosta de TAC (ID 1657503) para que, no prazo de 05 dias, informe se firmará o TAC enviado com o Ministério Público. Em caso negativo ou de ausência de resposta, expeça-se ordem de serviço para a realização de visita in loco e expedição de relatório, com vistas a subsidiar o eventual ajuizamento de ação”, determinou a promotora de Justiça.

O prefeito de Vitória do Mearim, Nato da Nordestina (PL), deve ser notificado e, se forem constatadas as denúncias através de diligências de equipes ministeriais, o município pode ser multado e sujeito a outras sanções.

Mas vale ressaltar que consta no Portal da Transparência do Município a abertura de processo licitatório, com edital e projeto de tomada de preços, para contratação de empresa especializada para reforma e ampliação do Matadouro de Vitória do Mearim. Os documentos já foram encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) em dezembro do ano passado.

VÍDEO: UDI constrange funcionários que são revistados ao deixarem hospital

Foto Reprodução

O Blog recebeu denúncia de profissionais da saúde, entre técnicos e enfermeiros, que trabalham no UDI Hospital em São Luís. Eles vêm sendo submetidos a uma revista minuciosa e constrangedora ao deixarem o plantão.

Com exceção dos médicos, todos são obrigados a aguardarem em uma fila, após horário de serviço, para passarem pelo ‘baculejo’. E o pior é que isso acontece na saída da Emergência, próximo a um elevador diante dos olhos de várias pessoas que passam pelo local, sem privacidade alguma.

“Falta de respeito”, diz uma trabalhadora que não aguenta mais a situação vexatória que já foi denunciada à Coordenação do hospital e nenhuma providência foi tomada.

Veja nas imagens a seguir.

VÍDEO: Tem gente em São Luís comendo o bandeco dos professores de Jatobá…

Professores protestam em frente a Prefeitura de Jatobá

O sindicato dos professores de Jatobá fez um protesto reivindicando que seja pago o abono dos 70% do que sobrou do FUNDEB, que deveria ser dividido entre os docentes.

Segundo o sindicato, foram feitos diversos apelos ao prefeito Robertinho e à secretaria de Educação para que houvesse uma reunião e tratarem do assunto. Mas ambos tentam enganar os professores dizendo que não teve sobra.

O sindicato também contestou junto as autoridades gestoras do município a questão da diferença de salários da classe. De acordo com manifestantes, os professores alinhados ao prefeito ou que foram cabos eleitorais recebem salários dobrados, mesmo trabalhando a mesma quantidade de horas e tem a mesma formação. Além de ofertar gratificações aos cabos eleitorais, existem professores que moram em São Luís na folha do município.

Outra questão grave trata de auxiliar de serviços gerais ocupando espaço de diretora de escola pelo simples fato de toda a família ter apoiado o prefeito.

Representantes do sindicato dizem que tem muitos funcionários contratados em cargos comissionados pagos pelo Fundeb, que somente cederam seu nome pra receber salario e nunca compareceram em seus postos de trabalho.

Do Blog do Luís Cardoso

Sem salários, funcionários da limpeza dos hospitais municipais de São Luís deflagram greve

Paralisação de trabalhadores da limpeza no Socorrão II

Trabalhadores do serviço de limpeza da Maxtec, empresa responsável pela contratação de funcionários terceirizados do Município de São Luís, estão de braços cruzados por conta de descumprimentos de acordos, que incluem, principalmente, o atraso no pagamento de salários. Com a paralisação, os hospitais de Urgência e Emergência da capital o Socorrão 1 e o Socorrão 2, Hospital da Criança e Hospital da Mulher, estão sem os serviços de limpeza. Um absurdo!

O presidente do Sindicato de Asseio e Conservação, Maxwell, está nesse momento acompanhando o movimento dos trabalhadores no Hospital Socorrão 2 que estão realizando uma manifestação na avenida Beira Mar pedindo uma solução à Prefeitura de São Luís.

Confira imagens a seguir.

Mulher que comeu brigadeiro estragado vendido na Drogasil será indenizada

Drogasil em São Luís

Uma mulher que consumiu um brigadeiro estragado comprado em uma farmácia deverá ser indenizada moralmente. A sentença, proferida pelo 7o Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luís, teve como partes demandadas a Raia Drogasil e a Flormel Indústria de Alimentos, que deverão pagar à autora, solidariamente, o valor de 4 mil reais. Trata-se de uma ação indenizatória, onde a autora afirma que, no dia 30 de maio deste ano, adquiriu na loja da 1ª requerida, uma embalagem de bolinhas de brigadeiro e outros produtos, fabricada pela 2ª requerida, conforme nota fiscal, com o objetivo de consumir o produto no mesmo dia.

Segue narrando que, ao abrir a embalagem e dar a primeira mordida, percebeu que o alimento estava mofado, verificou naquele momento que tanto o interior dos insumos quanto a embalagem encontravam infestados de um fungo branco, apresentando odor fétido e aspecto correspondente à má conservação. Alega que teve indigestão, ficou frustrada com a compra de um produto caro que lhe foi vendido já estragado, sendo que o simples risco que sua saúde correu é suficiente para demonstrar o prejuízo e, bem como a situação angustiante que passou e o descaso que sofreu. Na sua defesa, a Flormel alegou que seria necessária prova pericial, daí a incompetência do Juizado Especial. No mérito, afirma que não há laudo ou exames médicos, tampouco comprovantes de aquisição de medicamentos.

Segue alegando que situações como essa, em que não há comprovação da ingestão do produto, tratando-se de mera aquisição de produto supostamente impróprio para o consumo, por mais sensível que a autora seja, esse fato em si não é capaz de gerar qualquer abalo psicológico indenizável. Já a Drogasil também citou a incompetência do juizado para julgar a causa e, no mérito, argumentou que, apesar de a consumidora afirmar ter sofrido efeitos colaterais em razão da ingestão do produto, não há nos autos nenhum documento que comprove os males, sendo dessa forma, certo que se trata de uma falácia para fundamentar reparação moral pretendida. Relata, ainda, que em momento algum a autora retornou à loja para reclamar do produto ou mesmo solicitar sua troca ou devolução do valor pago.

A drogaria ressaltou que os produtos alimentícios sequer são estocados na loja, sendo, de pronto, disponibilizados para consumo em lugar adequado, livre de umidade ou luz solar, lugar neutro, justamente para garantir a qualidade e conservação. “Inicialmente, há de se rejeitar a preliminar de incompetência do Juizado Especial Cível, arguida por ambas as requeridas, haja vista que o caso dos autos não necessita de realização de prova pericial para o seu deslinde (…) Trata-se de relação de consumo, em que o Código de Defesa do Consumidor permite a inversão do ônus da prova em prol do consumidor. Diante da verossimilhança nas alegações da parte autora e da sua hipossuficiência, inverto o ônus da prova, conforme art. 6°, VIII, do Código de Defesa do Consumidor”, pontuou a sentença.

Provas suficientes 

A Justiça enfatiza que ficou comprovado o fato de que o produto alimentício foi fabricado pela Flormel e revendido para a autora pela Drogasil, pois não há nenhuma negativa nas contestações neste sentido. “Uma vez que as requeridas são fornecedoras do produto, fazendo parte da cadeia de fornecimento do produto, respondem de forma solidária, na forma prevista no Código de Defesa do Consumidor (…) O fato é que as provas colacionadas são suficientes para comprovar que o produto adquirido não estava em perfeito estado para consumação (…) Ainda que não comprovem que houve a ingestão, a aquisição de produto alimentício com corpo estranho, ofende o direito fundamental do consumidor à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa”, esclareceu.

Sendo assim, consoante demonstrado pelas provas carreadas aos autos, a presença de fungos em alimento industrializado, excede os riscos comumente esperados pelo consumidor em relação a este tipo de produto que contêm conservantes, conforme descrito na embalagem, mas trouxe risco potencial de lesão a segurança alimentar, configurando o dano moral (…) Ora, resta nítido o defeito do produto e os elementos indispensáveis à configuração da responsabilidade objetiva estão presentes, ou seja, os instrumentos probatórios contidos nos autos permitem concluir que houve ilícito, nexo de causalidade e dano para a autora (…) Com efeito, a consumidora não tem ingerência sobre a fabricação e conservação do produto, quem tem o domínio destes processos e que deve ser responsabilizados, são os fornecedores”, finalizou, decidindo por acatar, parcialmente, os pedidos autorais.