Com as redes sociais aí, é quase impossível guardar segredo. Mas ainda dá medo descobrir serviços como o tudosobretodos.se. Na página, basta digitar o nome completo de uma pessoa para saber, por exemplo, o endereço e a data de nascimento.
Eu testei e funciona!
Esse tipo de divulgação não é novidade, já existe uma série de serviços semelhantes pelo mundo. Mas como a concorrência pede um plus, o Tudo sobre Todos informa até os nomes dos vizinhos, graças aos aplicativos de localização.
Se o cliente pagar, o negócio fica ainda mais cabuloso. É possível saber CPF, RG, profissão, registro profissional, local de trabalho, estado civil, todos os endereços de redes sociais e tantos outros dados pessoais que em algum momento foram divulgados pelo cidadão, em cartórios, ou decisões judiciais publicadas, diários oficiais, bureaus de informação, redes sociais e até digitados em sites públicos na internet.
Para ter acesso aos dados mais detalhados, é preciso pagar R$ 9,90 por cada uma das perguntas extras, ou R$ 79,00 pelo pacote de 100 créditos.
Os criadores dizem que não fazem nada além de compilar os dados que já estão aí, informados publicamente e agora reunidos por eles em um único ambiente virtual, sem que seja preciso percorrer órgãos oficiais. Encurta o trabalho de quem teria de suar um pouco, por exemplo, para descobrir o CPF de outro.
Para fazer o cadastro no site a pessoa já é obrigada a fornecer informações importantes, que depois são compartilhadas para os clientes da página.
Na divulgação do serviço, o grupo diz que “tem a única função de apresentar para o contratante informações reunidas de diversas fontes públicas, as quais devem ser utilizadas respeitando a legalidade e licitude.” Para quem romper tal regra, a pena é somente a exclusão do cadastro.
“O uso das informações apresentadas para prática de atos ilícitos, discriminatórios ou ilegais é de inteira e exclusiva responsabilidade do contratante… a divulgação das informações obtidas através do serviço é vedado, assim como a comercialização das mesmas. O contratante deverá manter o sigilo das informações obtidas.”, avisa o site.
O grupo garante não repassar informações que não são públicas, como raça, etnia, religião, opinião política, orientação sexual, histórico médico e dados considerados “sensíveis”.
Os dados são usados para pesquisas, mas o site afirma que os estudos nunca serão divulgados, mas lembra que pessoas e empresas pesquisadas não são comunicadas das pesquisas feitas.
O site é administrado pela Top Documents LLC, e aponta como sede as Ilhas Mahé, na República das Seicheles, que fica no Oceano Índico. Pelo conteúdo de risco e a exigência de pagamento, um abaixo-assinado já foi enviado à Policia Federal para que o site seja investigado.
No ano passado o brasileiro Fonedados, por exemplo, foi alvo de ações na justiça por conta do banco de dados com informações como números de telefone fixo e de celular, endereços e CPF.
Com informações de Campo Grande News