O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, um parecer favorável à cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RS). A decisão foi tomada com 15 votos a favor, um voto contrário e uma abstenção. O único voto contrário foi do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), e a abstenção veio do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).
O parecer que solicita a cassação de Brazão está baseado nas graves acusações de que ele seria um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018 no Rio de Janeiro. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados para que o deputado perca o mandato.
A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), colega de partido de Marielle, se emocionou ao falar sobre o assassinato e criticou a expansão das milÃcias no Rio de Janeiro, destacando as relações perigosas entre grupos criminosos e autoridades polÃticas.
Parlamentares que anteriormente apoiaram a soltura de Brazão, como o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), manifestaram seu apoio à cassação, alegando que, embora a prisão de Brazão tenha sido considerada ilegal, o Parlamento deve agora corrigir o erro e manter sua integridade.
O relator do caso, a deputada Jack Rocha (PT-ES), argumentou que a acusação contra Brazão é baseada em evidências significativas e que a continuidade de sua atuação como deputado comprometeria a imagem do Legislativo. Ela destacou que a corrupção e o crime organizado nas supostas relações da famÃlia Brazão com milÃcias são preocupantes e precisam ser abordados para preservar a honra do Parlamento.
Chiquinho Brazão, atualmente preso, defendeu sua inocência durante a reunião do Conselho de Ética, afirmando que tinha uma boa relação com Marielle e negando envolvimento com milÃcias. Ele alegou que a única evidência contra ele é uma delação premiada e afirmou que suas atividades não têm relação com o crime organizado.
A cassação de Chiquinho Brazão será discutida pelo plenário da Câmara, onde sua permanência ou perda do mandato será decidida. A investigação sobre o assassinato de Marielle Franco continua a ser um ponto crucial na polÃtica e justiça brasileira.