Por Carlos Lula
Já falei nesse espaço sobre o quanto as fábulas de Esopo possuem um valor sentimental para mim. Lendário escritor que teria vivido na antiga Grécia, por volta do Século VI a.C., não existe prova concreta de que Esopo tenha efetivamente escrito algo, mas suas fábulas, que passaram de boca em boca por muito tempo, acabaram sendo reunidas num só volume.
Ainda crianças, somos colocados em contato com elas sem saber ao certo de que são fábulas do lendário autor. Uma das mais famosas chama-se “a raposa e as uvas”. Consta que uma raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, cachos de exuberantes uvas, que reluziam maduras. Não pensou duas vezes e, ao ver que não havia intrusos, resolveu ir atrás das frutas.
Todavia, estavam elas fora do seu alcance. Por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo: – Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem. Se alguém me desse essas uvas, eu nem comeria. Moral da história? Desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.
Falo isso em alusão ao que acontece com a política no estado do Maranhão. A população não aceita mais o movimento articulado para desacreditar a gestão pública. Quanto mais ampliamos o alcance das ações para saúde, educação, infraestrutura e combate às desigualdades, mais a inaceitável ciranda do terror e do desprezo promove factoides que não se sustentam. Aqui, na gestão democrática, Governo e população não toleram mais os privilégios e a usurpação de antes.
Que fique claro que o Maranhão mudou. Somente este ano, inauguramos a inédita Unidade de Especialidades Odontológicas do Maranhão (Sorrir) que é referência para o diagnóstico de câncer bucal; o novo Hospital Municipal de Turiaçu, totalmente reformado e equipado com 50 leitos; o serviço de Oncologia no Hospital Macrorregional Dr. Everaldo Ferreira Aragão, em Caxias. Iniciamos a construção da UTI Pediátrica, com dez leitos, no Hospital Macrorregional Tomás Martins, em Santa Inês e a UTI Adulta, com 10 leitos e dois leitos de isolamento no Hospital Regional de Barreirinhas. Temos ainda a recente assinatura da ordem de serviço para a conclusão da reforma da Unidade Mista do Maiobão, em Paço do Lumiar.
O Hospital Regional Materno Infantil (HRMI), em Imperatriz, está recebendo obras de reforma, adequação e modernização. Ampliamos os cuidados na área materno-infantil na regional de saúde de São João dos Patos com as obras de construção da Maternidade de Colinas, com 40 leitos. Mais 50 leitos também estão sendo construídos no Hospital Regional de Lago da Pedra, o que beneficiará os municípios de Bernardo do Mearim, Esperantinópolis, Igarapé Grande, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Lagoa Grande do Maranhão, Lima Campos, Poção de Pedras, São Raimundo do Doca Bezerra, São Roberto e Trizidela do Vale. Temos ainda a construção dos hospitais de Chapadinha e Viana, ambos de 50 leitos. Também trabalhamos na ampliação da oferta de tratamento aos pacientes renais crônicas do estado, nas cidades de Chapadinha, Coroatá, Imperatriz, Nina Rodrigues, Pinheiro, Santa Inês e São José de Ribamar.
Entre 2015 e 2017, o governador Flávio Dino entregou sete hospitais. A região de Pinheiro foi a primeira a contar com a assistência em saúde, em 2015, com o Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago. No ano seguinte, 2016, mais três unidades: o Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão, o Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto (Imperatriz) e Hospital Macrorregional Tomás Martins (Santa Inês). Já em 2017, houve as inaugurações do Hospital Regional de Balsas e do inédito Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (São Luís), que ultrapassou o número de mil cirurgias. É fato!
Se os números não falarem por si, podemos resgatar as histórias de vida de pacientes que foram beneficiados com a responsabilidade com a qual tratamos a saúde no Maranhão. Histórias como do senhor Roberto da Conceição Santos, um dos usuários do Sorrir.
O estivador autônomo nutre um desejo antigo: sair para comer em um restaurante, o que sente vergonha de fazer atualmente por conta da sua condição bucal. As próteses que possui têm mais de 10 anos e não param direito na boca. Seu Roberto, muito em breve, poderá dividir a mesa em público sem vergonha ou trauma, assim que receber suas próteses gratuitamente na unidade.
A esperança da realização de sonhos, desejos, a certeza da recuperação da saúde ou da promoção da qualidade de vida foram reacendidas nos quatro cantos do Maranhão. Mas como a raposa a desprezar as uvas maduras, os críticos do governo sempre as acharão azedas. Esopo era um sábio: sempre se irá desprezar o que não se consegue conquistar. E no caso maranhense, com um adendo: não era a altura do pé de uva o obstáculo, mas a falta de atitude da raposa.