FIM DO 1º CAPÍTULO: Comissão aprova redução da maioridade penal

Comissão aprovou redução parcial da maioridade penal
Comissão aprovou redução parcial da maioridade penal

Após muita polêmica, a comissão especial instalada na Câmara para discutir a PEC da redução da maioridade penal aprovou, por 21 votos a 6, o relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF). Pelo texto, a responsabilização penal de jovens de 16 e 17 anos não será integral. A sugestão do colegiado é que ela fique restrita a crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, sequestro, estupro), tráfico de drogas, casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado.

A proposta da comissão especial deverá ser votada pelo plenário da Câmara no próximo dia 30 de junho, como já afirmou o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O relator da comissão especial apresentou um relatório com base em um acordo feito entre o PSDB e Eduardo Cunha. A proposta inicial de Bessa defendia a redução ampla e irrestrita da maioridade penal. Mas, nesta terça-feira (16), o PSDB e o PMDB costuraram um acordo para que a comissão especial apresentasse um texto menos radical. Assim, Bessa incorporou, em seu relatório, a sugestão apresentada pelo deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) determinando a punição a jovens de 16 e 17 anos somente em crimes hediondos, tráfico de drogas, casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado.

Desde o início da sessão, parlamentares favoráveis à redução da maioridade articularam para que a aprovação do relatório ocorresse o mais rápido possível. O líder da bancada da bala, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), por exemplo, apresentou requerimento de retirada de pauta do substitutivo de Laerte Bessa. O pedido foi rejeitado por 21 votos a 6.

Na prática, era uma estratégia para que outros partidos não apresentassem requerimentos semelhantes. Os parlamentares favoráveis à redução da maioridade também adotaram como estratégia falar por pouco tempo para acelerar a análise do relatório da comissão especial.

Estudantes protestaram contra a redução
Estudantes protestaram contra a redução

Além disso, o presidente da Câmara adiou a abertura da ordem do dia em mais de seis horas para que a comissão pudesse votar o texto de Laerte Bessa. “Prefiro ver os jovens no fundo das cadeias aos cemitérios cheios de pessoas honestas e pagadoras de impostos”, disse o deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG).

“Ao invés de debater o falido sistema prisional e enfrentar as quadrilhas, nós estamos aqui pensando e apresentando à sociedade uma punição a esse jovem”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos. “A bala não resolve tudo”, complementou a deputada Érika Kokay (PT-DF).

A reunião da comissão especial ocorreu sob muita tensão. Dezenas de estudantes protestam ao lado do plenário 6 da Câmara, onde foi realizada a sessão. Eles gritaram palavras de ordem como “fora Cunha”, em referência ao presidente da Câmara e “não, não, não à redução”.

Os estudantes foram impedidos de entrar no plenário para evitar novos tumultos como os da semana passada em que a polícia legislativa da Câmara utilizou spray de pimenta para dispersar manifestantes que acompanhavam o trabalho da comissão especial.

Mesmo do lado de fora do plenário, os estudantes tentaram chamar a atenção com sons de apitos e palavras de ordem. Segundo a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Bárbara Melo, as mobilizações continuarão. “Estamos em uma fase de sensibilização de todos”, disse a estudante. “A gente entende que os deputados não sabem o teor do que foi votado”, criticou.

Fonte: Congresso em Foco

1 comentários em “FIM DO 1º CAPÍTULO: Comissão aprova redução da maioridade penal”

  1. WALTER SOARES CUTRIM FILHO

    9 anos atrás  

    A MAIORIA DOS DEFENSORES DA NÃO REDUÇÃO DA MAIOR IDADE PENAL DIZEM QUE A CADEIA NÃO RESSOCIALIZA MAS A CADEIA NÃO FOI FEITA PARA RESSOCIALIZAR SIM PARA O CRIMINOSO PAGAR SUA PENA AGORA O GOVERNO DÁ UMA CHANCE PARA ELE SER UMA PESSOA DE BEM QUANDO TÁ PRESO TEM MUITAS PROFISSÕES QUE ELE PODE APRENDER LÁ DENTRO DO PRESIDIO AGORA ELE APRENDE SE QUISER MAS SE QUISER CONTINUAR NA VAGABUNDAGEM É PROBLEMA DELES

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