Blog do Cunha Santos
O deputado Raimundo Cutrim voltou à tribuna nesta quarta-feira para reiterar um discurso sobre a compra escandalosa de votos no Maranhão. Ele eximiu conselheiros do Tribunal de Contas de culpa, mas reafirmou que prefeitos são ameaçados com a Justiça e o TCE por pessoas do governo.
Repetimos que o uso do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado em chantagens para obrigar prefeitos municipais a apoiarem candidaturas determinadas é uma entre as mais graves denúncias dessa eleição e consideramos difÃcil que os conselheiros do TCE estejam completamente isentos de participação nessas ameaças.
Esse é um expediente extremamente danoso não só para a democracia do Maranhão, mas para toda a democracia brasileira. São, afinal de contas, instituições públicas de imensurável importância para a cidadania e garantia dos direitos do cidadão.
De posse do Diário Oficial de número 125-2014, o deputado Raimundo Cutrim voltou a instigar o Ministério Público a apurar a compra escandalosa de votos no Maranhão. Conforme leu, foram repassados para diversas prefeituras no dia 2 de julho, fundo a fundo, 70 milhões de reais.
Segundo Cutrim, isso é dinheiro para campanha que o prefeito gasta como quiser. Um único municÃpio, com apenas 24 mil habitantes, disse Cutrim, recebeu R$ 10 milhões fundo a fundo do governo do Estado.
Não custa lembrar que deputados de oposição entraram na Justiça e conseguiram barrar o famoso projeto do Fundema que pretendia exatamente isso: o repasse de recursos federais de um empréstimo do BNDES, no valor de R$ 4 bilhões, fundo a fundo para prefeituras do Maranhão.
A oposição que ponha as barbas de molho, pois a denúncia sugere que o Fundema não foi posto em prática de um jeito, mas está sendo de outro. É o Fundema às avessas.