Murilo Andrade toma posse no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

Cerimônia de posse dos novos conselheiros no CNPCP

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino deu posse a Murilo Andrade de Oliveira, no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) nesta segunda-feira, 6, em Brasília (DF). O Secretário de administração penitenciária do Estado do Maranhão foi empossado durante a solenidade em que o advogado Rafael Velasco Brandini, policial penal também do Maranhão, assumiu o comando da Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN). Também foi empossado conselheiro o juiz maranhense Douglas de Melo Martins.

A posse aconteceu durante a abertura da 3° Reunião Conjunta entre a Senappen, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária, o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público.

A SENAPPEN – que substituiu o antigo Departamento Penitenciário Nacional – fomenta técnica e financeiramente as administrações penitenciárias brasileiras e é responsável pela administração direta das cinco unidades do sistema penitenciário federal. O CNPCP é subordinado diretamente ao ministro da Justiça e tem atribuições previstas no artigo 64 da Lei de Execução Penal e é presidido pelo conselheiro Márcio Schiefler Fontes, que participou da cerimônia de posse.

PROGRAME-SE: Divulgado calendário de feriados e pontos facultativos de 2023

Foto Reprodução

O calendário oficial de feriados nacionais e dias em que haverá ponto facultativo de 2023 inclui a festa de carnaval que ocorre neste mês e outras datas comemorativas. O cronograma, que consta no Decreto nº 38.007, de 22 de novembro de 2022, deve ser cumprido pelos órgãos, entidades e autarquias do poder Executivo estadual.

Além dos feriados da Semana Santa (7 de abril), temos ainda o Dia de Tiradentes (21 de abril) e o Dia do Trabalho (1º de maio). Sem esquecer do dia 7 de Setembro (feriado da Independência), do Dia de Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Dia de Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e o Natal (comemorado em 25 de dezembro).

Feriados nacionais em 2023:

• 7 de abril: Paixão de Cristo (sexta-feira);
• 21 de abril: Tiradentes (sexta-feira);
• 1º de maio: Dia Mundial do Trabalho (segunda-feira);
• 7 de setembro: Independência do Brasil (quinta-feira);
• 12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida (quinta-feira);
• 2 de novembro: Finados (quinta-feira);
• 15 de novembro: Proclamação da República (quarta-feira);
• 25 de dezembro: Natal (segunda-feira).

Pontos facultativos em 2023:

• 20 de fevereiro: Carnaval (segunda-feira);
• 21 de fevereiro: Carnaval (terça-feira);
• 22 de fevereiro: Carnaval (quarta-feira de cinzas, sendo ponto facultativo até às 14 horas);
• 8 de junho: Corpus Christi (quinta-feira);
• 28 de outubro: Dia do Funcionário Público (sábado).

Feriados municipais de São Luís 2023:

  • 29 de junho – Dia de São Pedro – (quinta-feira)
  • 30 de junho – Dia de São Marçal – (sexta-feira)
  • 8 de setembro: Dia de Nossa Senhora da Vitória – aniversário de São Luís (sexta-feira)
  • 8 de dezembro: Dia de Nossa Senhora da Conceição – (sexta-feira)

Feriado estadual 2023:

  • 28 de julho – Adesão do Maranhão à Independência do Brasil – (sexta-feira)

Morre o ícone da TV, a jornalista Glória Maria

Glória Maria

Faleceu nesta quinta-feira (2) a grande jornalista e apresentadora de TV, Glória Maria, no Rio de Janeiro.

A informação partiu da TB Globo na manhã de hoje. “É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”.

“Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente”

“Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio.”

Desaparece misteriosamente na Câmara áudio de Bolsonaro defendendo massacre indígena


Bolsonaro elogiou Cavalaria dos Estados Unidos por ter dizimado povos indígenas durante discurso quando era deputado em 1998. Foto: Alan Santos/PR

Na manhã de 15 de abril de 1998, o então deputado Jair Bolsonaro (RJ) subiu à tribuna da Câmara para repercutir a declaração de um general das Forças Armadas dos Estados Unidos que defendia a intervenção norte-americana na Amazônia. Bolsonaro aproveitou o gancho para criticar a “Cavalaria brasileira” por não ter dizimado os indígenas, tal como haviam feito os Estados Unidos.

Até vale uma observação neste momento: realmente, a Cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a Cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema”, discursou o então deputado do chamado baixo clero, grupo de parlamentares sem expressão política e apegado a questões mais corporativas e paroquiais.

O discurso pode ser encontrado no site da Câmara, tanto no Diário da Câmara quanto no registro das notas taquigráficas. Mas o áudio, com a voz de Bolsonaro, desapareceu dos registros da Casa. O pronunciamento está nos arquivos sonoros, mas o trecho em que o então deputado elogia a cavalaria norte-americana pelo massacre indígena desapareceu. Foram, ao todo, quatro parágrafos e meio suprimidos. O corte é claramente perceptível.

O corte ocorre logo depois de Bolsonaro dizer: “O americano vendo isso…” Há o corte de todo o restante do parágrafo e do parágrafo seguinte, que assim começa: “Até vale uma observação neste momento: realmente, a Cavalaria brasileira foi muito incompetente” .

Veja no Diário Oficial da Câmara a íntegra do discurso de Bolsonaro (em amarelo, o trecho suprimido do áudio) e nas notas taquigráficas da Câmara a a íntegra do discurso de Bolsonaro (em amarelo, o trecho suprimido do áudio) em CONGRESSO EM FOCO (clique AQUI)

Extinção da reserva yanomami

Também sumiu o trecho em que Bolsonaro lamenta a rejeição da urgência para a votação do seu projeto de decreto legislativo que anulava a reserva yanomami. Por 290 votos a 125, os deputados rejeitaram em 30 de agosto de 1995 acelerar a análise do projeto, que acabou arquivado posteriormente. Bolsonaro ainda tentaria outras três vezes, como mostrou o Congresso em Foco, tornar sem efeito a demarcação das terras dos Yanomami.

Ficou de fora, ainda, o trecho em que Bolsonaro diz que dava razão aos militares norte-americanos de quererem intervir na Amazônia. Segundo ele, os indígenas brasileiros não sabiam o que fazer com a terra que têm sob seu controle.

Particularmente, colocando-se no lugar deles, eles estão muito certos. Afinal de contas, Bismark disse há algum tempo: ‘As riquezas naturais nas mãos de quem não sabe ou não as quer esperar constitui permanente perigo para quem as possui.’ E aqui no Brasil a nossa Amazônia está relegada a terceiro plano também, como os professores”, defendeu.

O áudio só retorna a partir da frase: “E finalmente, a questão dos grandes espaços vazios”, quando Bolsonaro conclama: “Este Congresso tem de parar de pensar pequeno”.

Embora ainda existam os registros por escrito tanto no Diário da Câmara quanto no registro das notas taquigráficas, é inegável que o áudio do discurso com a própria voz de Bolsonaro teria um maior peso como registro histórico. No entanto, esse áudio não existe mais. Ou, se existe, foi sem explicação suprimido dos anais do poder Legislativo.

O Congresso em Foco questionou a Câmara sobre o motivo de trechos daquele discurso de Bolsonaro terem sumido dos registros. A assessoria de comunicação da Casa atribuiu as “falhas” aos “processos de digitalização”. “Em 1998, os discursos eram registrados em fitas em formato digital. Posteriormente, essas fitas foram gravadas em CDs e, depois, esses CDs foram redigitalizados para o formato atual”, respondeu.

A reportagem também solicitou os registros em vídeo do pronunciamento de Bolsonaro. Naquela ocasião, já havia a TV Câmara e as sessões já eram transmitidas e gravadas. Mas não houve resposta até o momento. Este texto será atualizado caso a gravação seja enviada. Por enquanto, fica oculta a voz de Bolsonaro e o seu elogio à cavalaria dos Estados Unidos por ter dizimado seus povos indígenas.

Genocídio

Por causa da crise humanitária enfrentada pelos Yanomami, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou nessa segunda-feira (30) a investigação da “possível participação de autoridades do governo Jair Bolsonaro na prática, em tese, dos crimes de genocídio, desobediência, quebra de segredo de justiça, e de delitos ambientais relacionados à vida, à saúde e à segurança de diversas comunidades indígenas”.

As investigações serão conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público Militar, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pela Polícia Federal. Como o inquérito corre em sigilo, não foi divulgado o nome dos investigados. No último dia 20, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública no território Yanomami brasileiro. Estima-se que 99 crianças morreram apenas em 2022 vítimas de desnutrição. Moradores da terra indígena sofrem com a ação do garimpo ilegal, a malária, a desnutrição e a falta de atendimento médico. Dezenas de pedido de socorro foram ignorados pelo governo Bolsonaro.

CONGRESSO EM FOCO

Presidente do PL pode depor em investigação sobre minuta do golpe, diz diretor-geral da PF

Presidente do PL, Valdemar da Costa Neto

Novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues afirmou que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, provavelmente será chamado a depor como testemunha no inquérito que investiga a minuta de golpe encontrada com o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres.

“Provavelmente, eu não posso aqui cravar que isso acontecerá, provavelmente ele e qualquer outra pessoa que tiver informação ou relação com os episódios investigados pode ser chamado a ser ouvido na condição de testemunha para poder ajudar a esclarecer os fatos”, afirmou Passos ao blog, em sua primeira entrevista à frente da PF .

A chamada minuta do golpe foi apreendida na residência de Anderson Torres em ação da PF. O documento era a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa na sede do TSE, com objetivo de mudar o resultado das eleições de 2022.

Na sexta-feira (27), Costa Neto afirmou em entrevista ao jornal O Globo que diversos membros e interlocutores do governo Jair Bolsonaro tinham, em suas casas, propostas similares à “minuta do golpe”.

“Ele [Bolsonaro] nunca falou nesses assuntos comigo. Um dia eu falei: ‘Tudo que temos que fazer tem que ser dentro da lei.’ Ele falou: ‘Tem que ser dentro das quatro linhas da Constituição’. Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político”, disse Costa Neto em um trecho da resposta.

Antes da entrevista de Valdemar da Costa Neto, a PF iniciou apuração para identificar se a minuta circulou entre autoridades do governo Bolsonaro. Anderson Torres está preso em decorrência de investigação dos ataques golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro.

Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal, mas dois dias antes dos ataques viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, mesma região em que está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Vídeo: Fantástico mostra a tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami

No último final de semana, o Fantástico entrou na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, cenário de uma tragédia humanitária. Os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero acompanharam de perto a distribuição de remédios e alimentos – e mostram o resgate de mulheres e crianças doentes. No vídeo abaixo, você vai ver como a maior terra indígena do Brasil chegou a essa situação de emergência.

 

Neymar será intimado a depor em investigação sobre grupo de agiotas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou, nesta sexta-feira (27), que vai intimar o jogador Neymar a prestar depoimento, como testemunha, no âmbito de uma operação que investiga um grupo suspeito de agiotagem, receptação de joias e pedras preciosas e lavagem de dinheiro.

De acordo com a corporação, o jogador comprou duas joias de um alvo da operação. Ele não é considerado investigado na ação. O g1 não tinha conseguido contato com a defesa do jogador e dos envolvidos até a última atualização desta reportagem.

Três pessoas foram presas e outro suspeito, identificado como Eduardo, que aparece em fotos com Neymar, está foragido (veja detalhes abaixo). Agentes cumpriram mandados de busca em uma joalheria de Taguatinga, em um cassino de poker em Águas Claras e em uma marina da Asa Norte. Segundo as investigações, o grupo movimentou R$ 16 milhões, entre 2019 e 2021.

A Polícia Civil afirma ainda que o grupo fazia empréstimos a juros superiores aos permitidos legalmente e cobrava os valores mediante ameaças. Nas cobranças, o grupo também exigia transferência e entrega de veículos como garantia, de acordo com a corporação.

Nas redes sociais, Eduardo postava sobre a entrega das joias ao jogador. “Mais uma joia feita com muito carinho para o gênio da bola. Obrigado pela atenção e confiança no trabalho”, disse o investigado em uma das ocasiões, em 2018.

Neymar seguia Eduardo na rede social, até a última atualização desta reportagem. Nas postagens, o investigado também era visto com outros jogadores, como o brasileiro Daniel Alves e o francês Kylian Mbappé, companheiro de Neymar no PSG.

Investigação

Os alvos da operação são donos de um cassino de pôquer em Águas Claras, onde também ocorriam os esquemas de agiotagem, principalmente entre os jogadores que se endividavam durante as partidas.

Segundo a polícia, a lavagem de dinheiro da agiotagem e da receptação das joias e pedras preciosas roubadas acontecia por meio de contas bancárias de seis empresas de fachada, em Brasília e em Goiânia. Um “laranja” também foi preso.

A Justiça determinou ainda a apreensão de dois veículos de luxo e uma lancha avaliada em R$ 2 milhões, além de R$ 16 milhões de cinco contas dos investigados.

Segundo a Polícia Civil, um dos presos já se envolveu em crimes como extorsão, receptação, furto e homicídio. Outro alvo, que está cumprindo prisão domiciliar, é considerado foragido pela corporação.

G1

Pr. Silas Malafaia leva bronca por mentir “descaradamente” e terá que indenizar o PT

O pastor Silas Malafaia levou uma bronca de um desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) após mentir ao afirmar que o vídeo com discurso dele não foi gravado nem divulgado por ele.

O PT processou Silas Malafaia por causa de um vídeo em que o pastor afirma que o partido, junto a outras siglas de esquerda, entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) “para uma mulher que sofre estupro não denunciar o estuprador”. A informação é uma fake news, segundo a própria 8ª Turma Cível do TJDFT ressaltou no acórdão, publicado na terça-feira (24/1).

No vídeo, Silas Malafaia se posiciona em frente à câmera, se dirige a cidadãos de Vitória da Conquista (BA) e pede para eles não votarem no PT.

Porém, em recurso apresentado contra a sentença de 1ª instância que o condenou a indenizar o partido em R$ 5 mil, o pastor afirmou que ele e a equipe “não gravaram o vídeo” nem “deram publicidade” às imagens.

O relator do recurso no TJDFT, desembargador Diaulas Ribeiro, disse que “o próprio teor da gravação impugnada é totalmente incompatível com essas afirmações”. Ou seja, indicou que Silas Malafaia mentiu.

“A lógica humana é a rainha das provas. O conteúdo da gravação não deixa dúvidas de que não foi realizada para uso privado, mas, sim, com evidente intuito de tornar públicas as declarações que se seguiram, a fim de dissuadir ou de persuadir os eleitores de Vitória da Conquista a (não) votar no PT (Partido dos Trabalhadores)”, escreveu o desembargador, no acórdão.

“Da mesma forma, a alegada de inexistência de provas de que o apelante efetivamente compartilhou a gravação também não subsiste. Além de o vídeo ter chegado ao conhecimento do apelado, o próprio apelante, ao opor embargos de declaração contra a decisão que deferiu a liminar, afirmou que ’em demonstração de boa-fé processual, ao ter ciência da presente lide, já retirou o vídeo em comento de todas as suas redes sociais’”, ressaltou Diaulas Ribeiro.

O voto do relator foi seguido pelos demais integrantes da 8ª Turma, os desembargadores Robson Teixeira de Freitas e Arquibaldo Carneiro.

O acórdão diz que “fake news é uma praga tão nociva quanto o vírus da Covid-19″ e afirma que “identificar e combater notícia falsa é um compromisso da humanidade para o qual o Poder Judiciário é ator relevantíssimo e indispensável, cabendo-lhe separar o que é direito do que é simulacro de direito ou abuso de direito”.

Além de ter que pagar indenização de R$ 5 mil por danos morais, Silas Malafaia deve publicar mensagem de retratação pelos mesmos meios, previamente apresentada ao Juízo, no prazo de 5 dias, segundo a decisão judicial.

Metrópoles 

Vamos buscar o ‘sufocamento’ financeiro do garimpo ilegal, diz Flávio Dino

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a sua pasta está atuando em favor do “sufocamento” financeiro das organizações que praticam o garimpo ilegal.

Ele disse ter enviado, nesta quarta-feira 25, um ofício à Advocacia-Geral.

Dino mencionou à AGU a Ação Direta de Inconstitucionalidade 7273, apresentada ao STF em novembro do ano passado pelos partidos PSB e Rede Sustentabilidade. A peça questiona uma norma que permite a comercialização de ouro com base na “presunção da boa.

A ação diz que, dessa forma, as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, instituições que compram e vendem ouro legalmente, adquirem a mercadoria a partir de uma origem ilegal, com “aparência de licitude”.

Para Dino, o dispositivo quebra o princípio de que a cadeia produtiva deve zelar pela ética dos seus negócios. Caso a presunção de boa-fé seja eliminada pelo STF, diz ele, será possível cortar um dos canais pelos quais essas organizações criminosas operam.

“Nós estamos, exatamente, cuidando disto, do modo como nós vamos fazer uma desintrusão que parta do desestímulo financeiro a essas organizações, a chamada descapitalização”, declarou. “Creio que a Advocacia-Geral da União, que faz a representação da União perante o Supremo, vai cuidar desse assunto, porque é um dos caminhos pelos quais esse sufocamento pode ser obtido.

Além disso, Dino citou a atuação do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União para apurar sobre a aplicação de aproximadamente 1,5 bilhão de reais em recursos que não se traduziram na melhoria de serviços para os povos indígenas.

Carta Capital

CGU vê irregularidade, e Codevasf anula licitação de R$ 47 milhões no MA

Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) apontou irregularidades em licitações de obras de pavimentação da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) no Maranhão.

Diante dos erros mostrados pelo órgão de controle, a Codevasf informou que anulou uma das concorrências, por obras de R$ 47 milhões, e que irá fazer uma nova análise dos demais pregões, que somam cerca de R$ 110 milhões.

Parte das obras será bancada com dinheiro de emendas de relator usadas como moeda de negociação política entre o governo Jair Bolsonaro (PL) e o Congresso. Elas foram extintas por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

A CGU analisou três pregões feitos para registrar preços a serem cobrados por empresas em futuros contratos de asfaltamento –vence quem apresentar menores preços para o serviço estimado. Depois de escolher a empresa nesse modelo de disputa, a Codevasf costuma fechar contratos para as obras indicadas por parlamentares.

Apenas uma das concorrências foi cancelada por estar em fase inicial. Nesse caso, não havia contrato firmado a partir da chamada ata de preço.

Os pregões foram realizados nos últimos dias de dezembro de 2021, período em que a estatal foi irrigada por emendas parlamentares e precisou encaminhar os recursos para obras antes do encerramento do ano.

A estatal só formalizou a anulação de uma das concorrências na última semana, depois de a CGU finalizar o relatório.

A Codevasf argumentou que, se todos os processos de licitação fossem anulados, haveria prejuízo aos municípios onde serão executadas as obras, pois os recursos do Orçamento já foram empenhados (fase em que há a confirmação de que serão usados).

Segundo a CGU, a estatal usou de forma indevida um cálculo de risco que eleva os valores dos serviços a serem licitados.

As obras foram contratadas, segundo o órgão de controle, num modelo em que o município fica encarregado pelo projeto da pavimentação. Por isso, não seria preciso acrescentar uma margem para absorver possíveis imprevistos.

“Isso já alivia a carga de risco do contratado [empresa vencedora do pregão], pelo fato de receber a solução pronta e eventuais erros e omissões no projeto básico não seriam de sua responsabilidade”, diz o documento da CGU.

Procurada, a Codevasf informou que não usará mais a taxa de risco, apontada como irregular pela auditoria. “As recomendações da CGU foram observadas pela companhia e incorporadas a seus procedimentos”, declarou, em nota.

Sobre os pregões em estágio mais avançado, a estatal disse que fará uma reavaliação dos contratos com base no que foi levantado pela CGU, mas que, até o momento, as obras não foram iniciadas e que nenhum valor foi efetivamente pago às empresas.

A partir das atas de registro de preço, a Codevasf fechou dez contratos que somam R$ 42,9 milhões.

A estatal é ocupada por indicados por parlamentares do centrão e tem sido um dos destinos preferenciais das emendas de relator desde que o mecanismo começou a ser utilizado pelo governo Bolsonaro para aglutinar a base aliada.

O documento da CGU revela irregularidades nos três pregões que apresentaram como vitoriosas as empresas TAC, Lucena e Engefort.

O TCU (Tribunal de Contas da União) aponta a construtora Engefort como a principal beneficiada de um suposto esquema de cartel.

A apuração foi motivada por uma série de reportagens da Folha e constatou que um grupo de empresas agiu em conluio em licitações tanto na sede da Codevasf, em Brasília, como nas suas superintendências regionais.

Empreiteira maranhense, a Engefort dominou as licitações da estatal em 2021 e em parte delas usou a empresa de fachada Del, o que foi confirmado pelos técnicos do tribunal.

As duas companhias participaram dos pregões analisados pela CGU, assim como a Construservice, da qual é sócio oculto o empresário conhecido como Eduardo DP. Ele chegou a ser preso em operação da Polícia Federal de julho do ano passado em operação que investigava fraudes em licitações e desvios de verbas federais na Codevasf.

As três empreiteiras negam irregularidades.

O relatório da CGU aponta ainda que durante os pregões foram identificados indícios de irregularidades como desclassificação sumária de empresas sem dar prazo para ajustes nas propostas, além de troca de mensagens —fora do sistema de disputa— entre empresas e a área da estatal responsável pela licitação.

O órgão de controle concluiu ainda que o formato da licitação promovida pela Codevasf reduz a competitividade, pois apenas permite a assinatura de contrato para obras de pavimentação de grande porte, sem dividir o espaço em mais municípios ou regiões.

“Não resta dúvida de que o não parcelamento do objeto potencialmente enseja restrição indevida à competitividade, na medida em que eleva, em termos absolutos, as exigências de qualificação econômico-financeira: capital social igual ou superior a dez por cento do valor global estimado, além de cinco por cento do valor contratado como garantia de execução”, diz o relatório.

Da Folha de São Paulo