O Banco Central anunciou, na última quarta-feira (29), a criação da nota de R$ 200. A previsão é que sejam impressas 450 milhões de cédulas ainda este ano.
O motivo da nova nota, segundo o BC, não é a inflação acumulada desde o Plano Real ou o poder de compra menor da nota de R$ 100. Para o banco, a decisão é importante por causa do entesouramento — o acúmulo de dinheiro em espécie.
A diretora de administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, em coletiva, afirmou que “as pessoas tendem a acumular reservas de dinheiro em tempos de incerteza”. Por isso, durante a pandemia, houve “aumento expressivo” de impressão de moedas.
“A gente percebeu três motivos principais para o aumento do entesouramento: pessoas e empresas fizeram saques para formação de reservas; no comércio, de forma geral, houve diminuição das compras após o início das medidas de isolamento; e os beneficiários do auxílio emergencial não retornaram com o dinheiro ao sistema bancário com a velocidade que esperávamos.”
Segundo Carolina, a decisão não contraria o movimento de modernização dos meios de pagamento no país ou até mesmo o lançamento do PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos do BC.
O objetivo seria apenas atender a uma demanda por dinheiro em espécie, que deverá surgir ainda durante a pandemia.
“Não há relação entre a colocação da nova cédula e o sistema de metas para controle da inflação. Nossa inflação está baixa e estável. O que temos é o Banco Central agindo preventivamente porque a população pode vir a demandar mais numerário (dinheiro em espécie).”
Acionado por O Antagonista, o Banco Central não entregou até o momento as notas técnicas que subsidiaram a decisão.