Vereador Honorato apoia arquivamento do projeto ‘Escola Sem Partido’

Reunião na Câmara de Vereadores de São Luís
Reunião na Câmara de Vereadores de São Luís

Durante reunião realizada na Câmara Municipal de São Luís, na tarde de ontem (29), com um grupo de professores, o vereador Honorato Fernandes (PT) reafirmou seu posicionamento contra o Projeto de Lei número 113/2017 do vereador Francisco Carvalho (PSL), que institui nas escolas da rede municipal de ensino, o programa “Escola Sem Partido”.

O projeto que seria submetido à aprovação do plenário na última segunda-feira (27), foi retirado de pauta, por conta dos protestos realizados por um grupo de professores que esteve na galeria da Câmara Municipal pedindo o arquivamento da matéria.

Durante a reunião de ontem, marcada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Astro de Ogum (PR), para discutir a tramitação do projeto, o vereador Honorato Fernandes, que já havia se posicionado contra o projeto nas redes sociais e no plenário, reafirmou o seu posicionamento, destacando que a proposta reforça os preconceitos de homofobia e de misoginia ao censurar e proibir o debate sobre as questões relacionadas à igualdade de gênero e à diversidade sexual.

Posiciono-me de maneira contrária ao projeto por entender que impossibilitar o debate entre professor e aluno na sala de aula é amordaçar a classe docente. Além disso, o projeto esconde uma carga de preconceito e de ódio contra a população LGBT, contra a população e às religiões de matriz africana, ao querer impedir que a violência praticada diariamente contra esses grupos seja alvo de discussão”, destacou o vereador.

A solicitação pelo arquivamento da matéria foi refeita pelos professores, que justificaram a oposição ao projeto na inconstitucionalidade e no caráter censurador do mesmo.

O projeto se mostra totalmente inconstitucional. Já temos nota do Ministério Público, do Supremo Tribunal Federal e de organizações mundiais, mostrando que a matéria tem vários vícios e não se sustenta, à medida que fere a liberdade de expressão, de cátedra e também por querer legislar sobre algo que é de competência da União”, destacou o professor da rede de ensino estadual Márcio Bayma, lembrando as liminares expedidas pelo ministro Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo a lei da escola sem partido em Alagoas e a lei que proibia discussões de gênero em Paranaguá (PR), além da carta da ONU que denuncia que o programa Escola Sem Partido fere acordos internacionais de direitos humanos.

Após a exposição do posicionamento dos professores e demais vereadores presentes na reunião, o presidente Astro de Ogum se comprometeu a não colocar o projeto em pauta e a conversar com vereador Francisco Carvalho (PSL), autor da proposta, de modo a tentar convencê-lo do arquivamento da matéria.

Participaram da reunião, além do vereador Honorato Fernandes e do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Astro de Ogum (PR), Marquinhos (DEM), Sá Marques (PHS), professores da rede municipal, estadual e universidades, representantes de movimentos estudantis, sindicatos, do MST e do Movimento Negro.

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