TRF-1 derruba liminar e presidente do BC será investigado por offshore e esquema de lucros com taxa de juros

Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, será alvo de uma investigação por supostamente manter recursos em paraísos fiscais e lucrar com a alta da taxa básica de juros (Selic). Ontem, dia 7, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) revogou por unanimidade uma liminar que impedia o Conselho de Ética da Presidência da República de investigar o caso.

A investigação começou em 2019, após as revelações do Pandora Papers, que expuseram informações sobre dinheiro mantido em paraísos fiscais por agentes financeiros. Campos Neto teria aberto uma offshore nas Ilhas Virgens em 2004, com um investimento de US$ 1 milhão, supostamente para obter vantagens tributárias.

Além disso, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou outra denúncia contra Campos Neto, acusando-o de possuir empresas e investimentos que se beneficiariam da alta da Selic. Ou seja, quanto maior a taxa de juros, maiores seriam os lucros dessas empresas e investimentos.

Campos, obteve em 2002 uma liminar na Justiça para impedir que a Comissão de Ética da Presidência da República prosseguisse com a investigação, alegando que a ação violaria a autonomia do BC. Desde então, a investigação estava suspensa. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação para suspender a liminar, e o TRF1 acatou o pedido nesta quarta-feira. Assim, a Comissão de Ética da Presidência da República pode retomar a investigação contra Campos Neto por conflito de interesses.

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