Prescrição da execução começa no trânsito em julgado para ambas as partes, diz STF

Ministro Dias Toffoli, relator do caso

A prescrição da execução da pena começa a correr a partir do dia em que a sentença condenatória transita em julgado, tanto para a acusação quanto para a defesa. Essa tese de repercussão geral foi fixada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal em julgamento virtual encerrado na última sexta-feira (30/6).

Os ministros também definiram que tal entendimento deve ser aplicado aos casos em que a pena não foi declarada extinta pela prescrição; e àqueles cujo trânsito em julgado para a acusação tenha ocorrido após o dia 12/11/2020 — data da publicação do acórdão do julgamento no qual o STF decidiu, em 2019, que a pena só pode ser executada após o trânsito em julgado para ambas as partes.

Assim, a tese não vale para os casos em que a prescrição já tenha sido reconhecida, nem para os casos ainda não analisados cujo trânsito em julgado para a acusação tenha ocorrido até o dia 11/11/2020.

Histórico

A Corte discutia se a contagem do prazo de prescrição quanto ao poder do Estado para executar a pena se iniciaria a partir do trânsito em julgado para a acusação ou para todas as partes.

No caso concreto, o Ministério Público do Distrito Federal contestava uma decisão do Tribunal de Justiça local que havia reconhecido o trânsito em julgado para a acusação como marco inicial da contagem do prazo.

O TJ-DF havia se baseado no inciso I do artigo 112 do Código Penal, que prevê expressamente o início da contagem da prescrição a partir “do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação”.

Segundo o MP-DF, a decisão teria contrariado o entendimento do STF — que, em 2019, passou a condicionar o início da execução ao trânsito em julgado para ambas as partes.

Alinhamento de teses

Prevaleceu o voto do relator, ministro Dias Toffoli. Segundo ele, o trânsito em julgado para ambas as partes é o marco do nascimento da “pretensão executória para o Estado”. Assim, não há como a prescrição fluir antes que o Ministério Público possa pedir a execução da condenação.

De acordo com o ministro, caso o entendimento contrário fosse aceito, a acusação precisaria recorrer de todas as decisões para poder adiar “artificialmente” o início da contagem do prazo.

Na prática, Toffoli propôs que o inciso I do artigo 112 seja lido sem a expressão “para a acusação”, com o objetivo de se adequar à tese anterior do próprio STF.

Mesmo assim, o relator sugeriu a modulação dos efeitos da decisão. Na sua visão, os casos em que a prescrição já tenha sido declarada, mesmo com aplicação de entendimento contrário à sua tese, “devem receber igual tratamento jurídico, diante da aplicação dos preceitos da segurança jurídica e proteção da confiança”. Por isso, no caso concreto, o magistrado manteve a decisão do TJ-DF.

Todos os demais ministros acompanharam Toffoli no mérito. Somente Alexandre de Moraes divergiu quanto à modulação. Para ele, a aplicação imediata do entendimento “obsta a impunidade e não viola a segurança jurídica”. Por isso, Alexandre propôs que fossem preservadas apenas as decisões contrárias à tese do relator já transitadas em julgado.

Consultor Jurídico 

Ministro Og Fernandes assume a presidência do STJ até 16 de julho

Ministro Og Fernandes

O ministro Og Fernandes, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assumiu interinamente a presidência da corte neste domingo (2).

Até 16 de julho, Og Fernandes despachará presencialmente no tribunal, analisando os processos com pedidos de medidas urgentes e as matérias de competência da presidência. Nesse período, o STJ funciona em regime extraordinário, em virtude das férias coletivas dos ministros.

A presidente do tribunal, ministra Maria Thereza de Assis Moura, assumirá o plantão judiciário a partir do dia 17 de julho, e seguirá na análise dos casos urgentes até o fim do mês.

Após as férias forenses, o ano judiciário será retomado no dia 1º de agosto, com sessão da Corte Especial.

Prefeitura de São Benedito do Rio Preto garante acessibilidade no Povoado Lagoa da Lúcia

Ponte do Povoado Lagoa da Lúcia, em São Benedito do Rio Preto

A Prefeitura de São Benedito do Rio Preto concluiu mais uma importante obra de infraestrutura na zona rural do município. Desta vez, a administração municipal finalizou a construção de uma nova ponte de madeira no Povoado Lagoa da Lúcia, visando garantir a mobilidade e acessibilidade das comunidades locais.

O prefeito Wallas Rocha, comprometido com o desenvolvimento e bem-estar dos moradores, tem acompanhado de perto os trabalhos e tem dado prioridade à conclusão dessas obras emergentes. O gestor tem se empenhado para assegura a celeridade nos serviços, com o objetivo de proporcionar uma maior qualidade de vida aos munícipes.

As pontes de madeiras, além de viabilizar o trânsito de veículos e pedestres, são estruturas criadas para a preservação das áreas naturais, uma vez que a madeira é um material renovável e sustentável.

Com essa iniciativa, a administração municipal demonstra seu compromisso com o desenvolvimento equilibrado e inclusivo, proporcionando melhores condições de vida para todos os cidadãos.

Caso de Bolsonaro no TCU: nova condenação pode tirá-lo das eleições de 2030

Ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro deve seguir enfrentando frentes sucessivas de investigação – e eventuais condenações – mesmo após se tornar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão da Justiça Eleitoral foi tomada com base em uma representação que questionou a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em 2022, na qual Bolsonaro mentiu sobre o sistema eleitoral.

O TSE, além disso, decidiu enviar essa representação ao Tribunal de Contas da União (TCU). Caberá ao órgão estabelecer uma multa a Bolsonaro – uma decisão de caráter administrativo.

O TCU deve também, no entanto, abrir uma tomada de contas especial. Bolsonaro poderá se defender nesse processo mas, se for condenado, fica novamente inelegível por oito anos.

Os prazos correm simultaneamente, mas há uma diferença em relação à contagem desse tempo:

  • na decisão do TSE, os oito anos são contados a partir de 2 de outubro de 2022 (primeiro turno das eleições) – ou seja, Bolsonaro seria considerado elegível em 2030 porque a eleição deve ser em 6 de outubro;
  • em eventual decisão do TCU, os oito anos valem a partir da data do trânsito em julgado (fim do prazo de recursos), o que levaria a inelegibilidade para além de 2031.

A previsão de inelegibilidade em tomadas de conta especial está prevista na alínea G da Lei da Ficha Limpa – a mesma usada para condenar Bolsonaro no TSE. O texto diz:

“Os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”.

MP e gestão municipal de Pastos Bons atuam para garantir transparência em licitação

Prefeito Enoque Mota

A Promotoria de Justiça de Pastos Bons instaurou procedimento administrativo para acompanhar, do início ao fim, concorrência no valor máximo estimado de R$ 32.421.393,91, referente à construção de quatro escolas, no Município de Pastos Bons, que tem como prefeito Enoque Mota.

Após convite oficial da presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL), Geila Melo Carvalho, no mês anterior, para presença na sessão de abertura do processo licitatório em 12 de junho, fora traçado, juntamente com a Promotoria de Justiça, o plano de acompanhamento em cada etapa. “A iniciativa da CPL, por determinação do gestor municipal, foi no intuito de promover a transparência das contratações” informou a responsável.

O procedimento administrativo nº 000416-062/2023, regulado pela Resolução nº 174/2017, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), é a ferramenta adequada para o acompanhamento preventivo em questão. “Atuando dessa forma, o Ministério Público visa garantir a legalidade do certame. O acompanhamento de cada etapa torna a atuação mais eficiente na fiscalização da legalidade. De outra maneira, a eficácia também é contemplada, pois na concretização das obras o cidadão é efetivamente atendido pelo serviço público”, destaca o promotor de justiça Hélder Bezerra.

O membro do Ministério Público afirma que, “apesar de não ser possível acompanhar simultaneamente todas as contratações de uma administração, naquelas de maior vulto de impacto social, a parceria entre Ministério Público e gestão municipal é sempre bem-vinda, não excluindo a atuação independente de toda a rede de fiscalização”.

A licitação, na modalidade concorrência, de número 01/2023 visa à construção de quatro escolas no Município de Pastos Bons, sendo uma de cinco salas no Povoado Lagoa do Boi, no valor máximo estimado de R$ 6.554.255,50; uma de nove salas, no Povoado Mosquito, no valor máximo estimado de R$ 7.799.982,13; uma de 13 salas, no Bairro Poeirão, valor máximo estimado de R$ 9.033.578,14; e uma de 13 salas, no Bairro Santa Maria, valor máximo estimado R$ 9.033.578,14. Ao todo, estima-se o atendimento de 2000 alunos.

No Maranhão, 9 Câmaras podem ter redução e aumento no nº de vereadores

Câmara Municipal de Raposa-MA

No Maranhão, pelos menos 07 Câmaras Municipais podem reduzir o número de vereadores e duas devem aumentar a quantidade de vagas, de acordo com o Censo de 2022, divulgado na última quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de vereadores de um município é definido pela Constituição Federal de acordo com faixas de habitantes. Cidades que têm até 15 mil moradores podem ter no máximo nove parlamentares e esse número aumenta proporcionalmente. O máximo é para cidades com população acima de 8 milhões, que podem ter até 55 vereadores.

Os dados demonstram que a população reduziu nos municípios de Bom Jesus das Selvas, Monção, Joselândia, Conceição do Lago-Açu, Lago Verde, Senador La Rocque e Nova Olinda do Maranhão.

Em contrapartida, o número de habitantes aumentou em Chapadinha e Raposa em relação ao censo elaborado pelo Instituto em 2010. Com atualização do recenseamento, as cidades terão que adequar vagas nas Câmaras ao número de moradores.

Esse resultado também pode acabar refletindo diretamente nas políticas públicas, como na ordenação dos recursos da União aos municípios, que é realizada com base no quantitativo de habitantes.

Menos cadeiras

Veja a seguir a quantidade de vagas que cada uma das Câmaras Municipais atingidas podem perder:

Bom Jesus das Selvas (MA) e Monção (MA) perdem duas vagas, caindo de 13 para 11;

Joselândia (MA), Conceição do Lago-Açu (MA), Lago Verde (MA), Senador La Rocque (MA) e Nova Olinda do Maranhão (MA), perdem duas cadeiras saindo de 11 para 9.

Mais cadeiras

Com resultados do Censo do IBGE, duas Câmaras Municipais podem aumentar vagas para vereadores:

Raposa (MA), pode subir de 11 para 13 vereadores;

Chapadinha (MA), deve sair de 15 para 17 parlamentares

Frustração em São Luís

A capital maranhense é a que tem a maior população. No Censo de 2010, eram 1,14 milhão, o que permitia ter 31 vereadores. A última estimativa populacional, no entanto, previa um salto para 1,15 milhão, o que fez com que a Câmara de São Luís iniciasse a análise de uma lei adequando a quantidade de parlamentares para 33 a partir de 2025.

O Censo de 2022, porém, fechou a população da capital em 1,037 milhão, frustrando a expectativa e causando um estranho “desaparecimento” de mais de 23,5 mil ludovicenses entre a prévia e o resultado final do levantamento.

Vagas indefinidas

Para apreciar a proposta de emenda, o Legislativo ludovicense se baseou numa estimativa populacional do IBGE de 2021. Por ela, São Luís teria 1.115.932 habitantes. Mesmo com a frustração do censo populacional, para a eleição municipal de 2024 ainda poderiam ser consideradas 33 cadeiras e não 31.

Para isso, seriam necessárias algumas medidas como a contestação judicial dos números oficiais com base na comparação da prévia divulgada pelo IBGE em dezembro de 2022 que indicava uma população formada por 1.061.374 pessoas com os 1.037.775 habitantes revelados na semana passada.

Número máximo por habitantes

Com dados definitivos do censo divulgados pelo IBGE em 28 de junho, saiba o que a Constituição Federal determina sobre a relação entre a população e o número de vereadores de cada cidade:

1. Até 15 mil habitantes: 9;
2. mais de 15 mil e até 30 mil habitantes: 11;
3. mais de 30 mil e até 50 mil habitantes: 13;
4. mais de 50 mil e até 80 mil habitantes: 15;
5. mais de 80 mil e até 120 mil habitantes: 17;
6. mais de 120 mil e até 160 mil habitantes: 19;
7. mais de 160 mil e até 300 mil habitantes: 21;
8. mais de 300 mil e até 450 mil habitantes: 23;
9. mais de 450 mil e até 600 mil habitantes: 25;
10. mais de 600 mil e até 750 mil habitantes: 27;
11. mais de 750 mil e até 900 mil habitantes: 29;
12. mais de 900 mil e até 1,05 milhão de habitantes: 31;
13. mais de 1,05 milhão e até 1,2 milhão de habitantes: 33;
14. mais de 1,2 milhão e até 1,35 milhão de habitantes: 35;
15. mais de 1,35 milhão e até 1,5 milhão de habitantes: 37;
16. mais de 1,5 milhão e até 1,8 milhão de habitantes: 39;
17. mais de 1,8 milhão e até 2,4 milhões de habitantes: 41;
18. mais de 2,4 milhões e até 3 milhões de habitantes: 43;
19. mais de 3 milhões e até 4 milhões de habitantes: 45;
20. mais de 4 milhões e até 5 milhões de habitantes: 47;
21 mais de 5 milhões e até 6 milhões de habitantes: 49;
22. mais de 6 milhões e até 7 milhões de habitantes: 51;
23. mais de 7 milhões e até 8 milhões de habitantes: 53; e
24. mais de 8 milhões de habitantes: 55

Do Blog do Isaías Rocha

TJMA manifesta pesar pela morte do ministro Sepúlveda Pertence

Sepúlveda Pertence

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) manifesta profundo pesar pelo falecimento do Ministro aposentado Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrido neste domingo, 2/7, em Brasília/DF.

O Tribunal de Justiça do Maranhão manifesta solidariedade com a família e amigos desse grande jurista brasileiro. Entre várias atividades exercidas, Sepúlveda Pertence foi membro do Ministério Público do Distrito Federal, aposentado arbitrariamente pelo AI-5 em 1969, sendo nomeado ministro do STF em 1989, com a redemocratização do país.

O ministro foi reconhecido por sua notável atuação em todos os campos a que se dedicou como advogado, Procurador-Geral, Ministro e Presidente do STF, cargo no qual permaneceu até 20 de maio de 1997.

O jurista exerceu suas funções na mais alta Corte com brilho e independência até se aposentar em 2007, sem jamais abandonar a luta em prol da democracia e do fortalecimento das instituições republicanas. Que a história e o exemplo de vida desse grande jurista sirvam de inspiração para prosseguirmos na labuta diária pelo amadurecimento institucional do Brasil.

Desembargador Paulo Velten

Presidente do TJMA

Celebrações de São Pedro e São Marçal encantam a capital maranhense durante o São João

Yuri Arruda

Durante as festividades juninas no Maranhão, o Festejo de São Pedro e São Marçal ganha destaque como uma celebração essencial para a cultura do estado.

Realizado no fim de junho, esse evento tradicional une elementos religiosos e culturais, destacando-se pelo sincretismo entre o catolicismo e as tradições afro-brasileiras. O festejo representa um momento único de devoção, alegria e preservação da identidade maranhense.

São Pedro, considerado o padroeiro dos pescadores, é homenageado durante o festejo com procissões, missas e atividades que ressaltam a importância da pesca para a comunidade local. Os devotos enfeitam as igrejas e os barcos com flores e bandeiras, realizando rituais que simbolizam a proteção e bênçãos para os pescadores e suas famílias.

Já São Marçal, padroeiro dos grupos de bumba meu boi, traz consigo a energia contagiante dessa manifestação cultural típica do Maranhão, representando a força e a resistência do povo maranhense, preservando tradições ancestrais que são transmitidas de geração em geração.

Para o secretário de Cultura, Yuri Arruda, a importância do Festejo de São Pedro e São Marçal para a cultura maranhense vai além da religiosidade.

Foto Divulgação

“Essa celebração desempenha um papel fundamental na preservação das tradições e na promoção da diversidade cultural do estado. É um momento em que a riqueza artística, as manifestações populares e as expressões religiosas se encontram, fortalecendo o sentimento de pertencimento e orgulho pela identidade maranhense”, disse o secretário.

Durante os festejos, a capital do Maranhão se transforma em um cenário festivo, acolhendo visitantes de diversas regiões do país que desejam vivenciar essa tradição única.

Foto Divulgação

Justiça obriga prefeito de Matões a regularizar abastecimento de água em povoado

Prefeito Ferdinando Coutinho

Em resposta à Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), em novembro de 2021, a Justiça determinou, liminarmente, em 30 de maio, que o Município de Matões adote imediatamente todas as medidas para garantir o abastecimento de água potável em todas as residências do povoado Olho d’Água. A administração municipal ainda não foi comunicada sobre a liminar e a situação persiste.

A Prefeitura de Matões também deve apresentar, no prazo de 30 dias, um plano gradual de abastecimento de água na localidade. Deve, ainda, prestar informações ao Poder Judiciário a cada 60 dias.

A decisão da juíza Cinthia Facundo atende às solicitações feitas pelo promotor de justiça Renato Ighor Viturino Aragão.

Ação Civil Pública 

Em julho de 2019, o MPMA instaurou Inquérito Civil para verificar a situação de abandono da Unidade Escolar do Povoado Olho d’Água. A apuração foi motivada por denúncia de vereadores locais sobre prática de improbidade administrativa devido à construção de uma escola no Povoado Olho d’Água das Moças, em outro município.

O Município informou que a unidade escolar foi construída dentro dos seus limites, e não em Caxias. Também comunicou que foi fruto de convênio firmado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A escola já havia sido construída e estava em funcionamento.

Foi constatado que a unidade escolar tinha uma sala de aula, com boa infraestrutura, mas estava em situação de abandono, suja, com mato e sem funcionamento, devido à falta de fornecimento de água no povoado. Na localidade, o desabastecimento de água é rotineiro e os moradores precisam usar água da chuva para suprirem suas necessidades.

A situação também levou aproximadamente 40 crianças do povoado a ser transportadas para uma escola no povoado Tamboril, a oito quilômetros da outra localidade.

No mesmo ano, o MPMA expediu duas Recomendações, solicitando abastecimento de água aos moradores do povoado e que fosse viabilizado o efetivo funcionamento da unidade escolar. Apesar do Munícipio ter informado que encaminharia equipe técnica para análise e regularização do serviço no povoado, em fevereiro de 2020 ainda não tinha sido regularizado o abastecimento.

O acesso à água potável, nada mais é do que a própria garantia da dignidade da pessoa humana, uma vez que não há que falar em vida digna, quando pessoas e comunidades sobrevivem desprovidas de um bem com tamanha importância. Além disto, a Lei Federal nº 7783/89 estabeleceu tratamento e abastecimento de água como serviços essenciais”, destaca a magistrada, na liminar.

A multa por descumprimento fixada é de R$ 5 mil mensais, a ser paga pelo prefeito Ferdinando Coutinho. O valor deve ser transferido ao Fundo Estadual de Proteção dos Direitos Difusos, independentemente de outras medidas judiciais.

Decisão do TSE que tornou Bolsonaro inelegível repercute na Câmara

Plenário da Câmara dos Deputados

Líderes do governo e da oposição comentaram nesta sexta-feira (30), por meio de redes sociais, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder. Bolsonaro foi julgado pelo episódio em que se reuniu com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada e colocou em xeque o sistema eleitoral brasileiro sem provas. A decisão do TSE impede o ex-presidente de se eleger para ocupar cargos públicos até 2030.

Último a votar, o ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, afirmou que Bolsonaro promoveu um “encadeamento de mentiras” na reunião de 2022 com embaixadores no Palácio da Alvorada.

Votaram pela condenação os ministros Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia, e pela absolvição os ministros Raul Araújo e Nunes Marques. A decisão ainda é sujeita a recurso no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao comentar o assunto por meio das redes sociais, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou: “O Brasil comemora, pois a Justiça está cumprindo o seu papel da garantia constitucional. Ninguém está acima da lei!”

Já o líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), divulgou nota em nome do partido, ao qual Bolsonaro é filiado. “É com profunda preocupação que o Partido Liberal recebe a decisão de tornar um ex-presidente da República inelegível simplesmente por expressar a sua opinião. Nós, do PL, acreditamos firmemente na liberdade de expressão como um pilar fundamental da democracia, e consideramos lamentável que esse direito esteja sendo cerceado dessa forma.”

“Respeitamos a decisão proferida pela Justiça. No entanto, acreditamos que essa medida fortalecerá ainda mais a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro. O povo brasileiro demonstrou e continua demonstrando apoio ao capitão, e sua voz continuará a ser ouvida de maneira expressiva”, disse o líder do PL, em outro trecho da nota.

Vice-líder da oposição, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) postou no Twitter, após o TSE formar maioria pela condenação: “Vence o sistema”. Também vice-líder de oposição, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) publicou na mesma rede social uma crítica à decisão: “Ditadura”.

Presidente do PDT, partido que entrou com a ação contra Bolsonaro, o
ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, também se manifestou pela rede social. “A justiça foi feita! O belzebu desrespeitou e atentou contra a democracia e a vida dos brasileiros, e está enfrentando as consequências”, disse.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, publicou: “Podem ferir o presente. Podem nublar o hoje, mas ninguém pode impedir o futuro. Ninguém pode proibir o amanhã. A esperança está mais viva do que nunca”.

Bancada ruralista

O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), classificou como “absurda” a decisão da Justiça Eleitoral. “O presidente Jair Bolsonaro, com amplo apoio popular, ser declarado inelegível por defender suas posições. Inversão total de valores. Covardia. Ainda dizem defender a democracia. Ah, peraí, para eles, a democracia é relativa…”, escreveu o deputado no Twitter.

O deputado Sanderson (PL-RS) apresentou projeto de lei que, se aprovado, poderá anistiar o ex-presidente. “Hoje é dos dias mais nefastos da República brasileira. Decisão do TSE ceifa a voz de 58 milhões de eleitores, usando ilações fajutas como base probatória, num processo já prejulgado. Injustiça será corrigida pelo Parlamento”, afirmou.

Por fim, o ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, declarou por meio de redes sociais que a decisão foi acertada. “O voto do relator escancarou as atitudes irresponsáveis do ex-presidente contra o nosso sistema eleitoral”, publicou Padilha.

Bolsonaro responde a outras 15 ações no TSE e a procedimentos criminais.

Da Agência Câmara de Notícias