O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), em visita a Portugal para participar do 11º Fórum Jurídico de Lisboa, falou sobre a crescente hegemonia asiática e seu impacto na democracia mundial. Dino expressou preocupações com as diferenças entre os modelos políticos ocidentais e asiáticos, destacando a ausência de sistemas democráticos de múltiplos partidos políticos e eleições nos países asiáticos, informa o Poder 360. Dino argumentou que os países asiáticos não “vivenciam” modelos “assentados na democracia ocidental”.
Durante o painel intitulado “Riscos para o Estado de Direito e Defesa da Democracia”, o ministro ressaltou a importância de analisar o papel das redes sociais e da inteligência artificial (IA) na democracia e na preservação do Estado de Direito. Ele questionou se as mídias sociais e a IA realmente promovem a “libertação e emancipação” ou se podem, de certa forma, transformar as pessoas em “escravos” dos algoritmos, do consumismo excessivo e do controle de ideias. Além disso, Dino destacou o risco inerente à IA, que não é “isenta de vieses” e pode influenciar a consciência das pessoas.
O ministro enfatizou a necessidade de regulamentação e criticou a percepção de que a IA e os algoritmos têm permissão para agir sem restrições, enquanto qualquer tentativa de regulá-los é rotulada como censura. Para Dino, confiar exclusivamente na autorregulação do mercado representa um perigo para o Estado de Direito, assim como o fortalecimento do extremismo político e o declínio da convergência ao centro.
Dino mencionou o funcionamento do aparato institucional que disciplina os extremos, citando como exemplo a tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de agir durante os eventos de invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. No entanto, ele alertou que esses mecanismos podem falhar.
Brasil 247