Gasto público com publicidade pode voltar a ser verificado por órgãos de contas

Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas

Os dados da administração pública sobre gastos com publicidade poderão ser novamente verificadas pelos órgãos de controle de contas. A sugestão foi apresentada nesta quarta-feira (23) pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, devendo a área técnica do órgão avaliar a proposta.

De 1999 a 2016 foi possível saber quanto cada veículo da imprensa e empresas de mídia recebia por propagandas e peças publicitárias. Os dados detalhados eram fornecidos a qualquer cidadão pelo Instituto para Acompanhamento da Publicidade (IAP), que era responsável por coletar e organizar dados, mas em março de 2017, o órgão foi extinto pelo então presidente Michel Temer. As agências de publicidade, que repassavam um percentual extraído do faturamento com contratos com o governo, deixaram de financiá-lo.

De acordo com o ministro, a eliminação do órgão prejudicou fortemente a transparência dos gastos da União com propaganda. “As informações disponibilizadas pelo IAP tornaram possível realizar uma série de reportagens escrutinando os gastos federais com propaganda e tornando mais transparente as relações do governo federal com os grandes grupos de mídia do Brasil. Noticia-se que, com a extinção do instituto, esses dados agora são de difícil acesso”, escreveu o ministro.

Em seu requerimento, Bruno Dantas também pede que o TCU investigue a divulgação de dados sobre funcionalismo público após a alteração do Boletim Estatístico de Pessoal, que era produzido mensalmente pelo Ministério do Planejamento.

A publicação, lançada em 1996, reunia informações sobre despesas, salários e quantidade de servidores. A série histórica começava em 1991, com informações mais detalhadas a partir de 1995. A última edição foi ao ar em janeiro de 2017. O governo substituiu o BEP, que era publicado em arquivo PDF, por um site mais moderno, o Painel Estatístico de Pessoal.

Com a mudança, o Planejamento deixou de coletar dados da União e se limitou a contabilizar o contingente de servidores do Executivo. Para consolidar as informações sobre o funcionalismo público federal, tornou-se necessário “bater às portas” de cada poder, do Ministério Público, do Banco Central, das estatais e fazer as contas.

“Diante desses fatos, que demonstram 1 retrocesso na transparência de informações já consideradas relevantes pela imprensa e pela sociedade, entendo que esta Corte não pode deixar de atuar”, afirmou.

Com informações do Poder360

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