A sensação de impunidade que pairava sobre José Sarney vira mito

Ex-senador e ex-presidente José Sarney

A decisão proferida na última quinta-feira (9) pelo novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin, que acatou o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinando a abertura de inquérito para investigar três dos principais caciques do PMDB nos últimos anos – os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República e do Senado, o maranhense José Sarney (PMDB-AP), não tomou grande repercussão no Amapá nem no Maranhão.

Tudo por que o mais antigo dos caciques, da ‘tribo’ Sarney, que até então parecia inatingível, ainda mantém seus ‘índios’ seguidores nos dois Estados, um que o elegeu senador e o outro sua terra natal.

Ainda que acreditem no poder de fogo e no trato político do ex-presidente, a situação dele não é das melhores. A sensação de impunidade que pairava sobre o patriarca da família que coleciona escândalos ao longo de décadas, parece que está se esvaindo. Tanto, que muitos calaram diante da notícia da abertura do inquérito que arrola José Sarney por tentativa de obstruir a Operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.

O ex-senador, juntamente com seus ‘fiéis escudeiros’ também investigados, planejaram com a cúpula do atual presidente Michel Temer, quando ainda era vice de Dilma Rousseff, um grande acordo nacional com o intuito de impedir o avanço da Lava Jato.

Os três peemedebistas tiveram conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado (também investigado) com tratativas do PMDB e PSDB para a derrubada da ex-presidente Dilma como a saída encontrada pela então oposição para se proteger da Lava Jato.

Na ocasião, sem saber que era alvo de gravação sigilosa, Sarney mencionou a necessidade de aproximação do núcleo peemedebista com o então relator da Lava Jato, Teori Zavaschi, morto na queda de um avião no litoral fluminense no dia 19 de janeiro.

As gravações foram entregues à Procuradoria-Geral da República. Mas só agora serão apuradas pelo STF.

Esta é primeira investigação contra José Sarney na Lava Jato. Mas será a última? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, afinal todos se dizem ‘inocentes’ na maior operação do país e os conchavos são tratados como ‘mera ilusões’ para os que se fazem de cegos.

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