Sarney Filho cria problemas e fica ‘por um fio’ no Ministério do Meio Ambiente

Ministro Sarney Filho

Por criar problemas com o projeto de lei que trata do licenciamento ambiental, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, está ameaçado de deixar a equipe do presidente Michel Temer dentro dos próximos dias. O assunto pode ter sido tangenciado pelo pai do ministro, o ex-senador José Sarney, durante viagem a Portugal com o presidente Temer para participar do funeral de Mário Soares.

Deputado federal desde 1983, quando José Sarney ocupou o Palácio do Planalto com a morte de Tancredo Neves, o pai do deputado estadual Adriano Sarney (PV), sonha em ser governador do Estado do Maranhão. No entanto, seus planos futuros mais imediatos são em direção a uma das duas vagas do Senado pelo Maranhão nas eleições de 2018.

Por outro lado, a atuação do ministro do Meio Ambiente tem desagradado o ministro Moreira Franco, do núcleo duro do governo Temer. Sem definição das regras de licenciamento, que tramita no Congresso Nacional, a Secretaria Executiva de Programa de Parcerias e Investimentos comandada por Franco não tem como funcionar. Em uma de seus atos, o filho de José Sarney praticamente inviabilizou a hidrelétrica São Luís do Tapajós, comprometendo na sequência o Plano Decenal de Energia Elétrica. O ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho tenta contornar os percalços criados por Sarney Filho.

Nem mesmo os correligionários do ministro defendem sua permanência no cargo. O PV tem proclamado independência na base aliada, com postura crítica na votação de matérias de interesse do presidente Temer que tramitam no Congresso. O setor rural também não está satisfeito com o desempenho de Sarney Filho. Ele é considerado radical pelo setor. Ocorre que o ministro quer transferir para os estados a responsabilidade das licenças ambientais emitidas anualmente para os agricultores do país.

Um dos episódios mais polêmicos com o qual se envolveu Sarney Filho foi a divulgação dos dados do Cadastro Ambiental Rural, Rural, no ano passado, atendendo solicitação de um grupo de ONGs ambientalistas. Os produtores rurais reclamaram ao presidente sobre a ilegalidade da medida. A Confederação Nacional de Agricultura, CNM, protocolou na Procuradoria-Geral da República representação contra o ministro por crime de responsabilidade. O presidente da CNM , João Martins, não quer saber de conversa com Sarney Filho.

Com base nos dados do CAR a Justiça Federal de Mato Grosso bloqueou parte dos bens do então ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sócio de uma unidade de conservação estadual segundo dados do cadastro. A Frente Parlamentar da Agropecuária fez coro ao pedido de exoneração de Zequinha. O nome do presidente da Embrapa, Maurício Lopes, aparece como provável substituto de Sarney Filho no Ministério do Meio Ambiente.

Do Blog Marrapá

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