Atenção servidores estaduais: pagamento será antecipado para sexta (28)

Pagamento será realizado na próxima sexta-feira (28)
Pagamento será realizado na próxima sexta-feira (28)

O Governo do Maranhão antecipará mais uma vez o pagamento dos servidores públicos estaduais. Na próxima sexta-feira (28), mais de 110 mil servidores, ativos e inativos, serão beneficiados com o pagamento dentro do mês trabalhado.

O pagamento será feito sete dias antes do previsto no calendário elaborado para o ano de 2017, que antevê sempre os dois primeiros dias úteis do mês subsequente ao trabalhado. “Iremos pagar a folha de abril dos servidores do Maranhão na próxima sexta (28)”, disse o governador Flávio Dino (PCdoB) em sua página no Twitter na tarde deste sábado (22).

Os servidores podem acessar a versão digital do contracheque disponibilizada por meio do site da Secretaria de Estado da Gestão e Previdência ou através do aplicativo Portal do Servidor, disponível gratuitamente para sistemas operacionais Android e IOS.

Foto Reprodução: Twitter

Artigo: A vitória da Verdade

Governador Flávio Dino

Celebramos neste domingo a Páscoa, uma das mais importantes datas do calendário cristão. Tempo de comemorar a vitória da Vida sobre a morte, representada na ressurreição de Jesus, após o Calvário da Sexta Santa. A Páscoa renova a certeza de que a Verdade sempre se sobrepõe às falsas palavras.

A força da Páscoa que move cristãos no mundo todo vem da reafirmação, ano após ano, do princípio universal de renovação da Vida. Após o período meditativo da Quaresma, vem o momento de celebrar esse bem máximo. Jesus Cristo nos deu o exemplo ao mostrar que nem a morte é capaz de suplantar a Vida, pois ela segue eterna em outro plano e compartida entre todos.

Tendo podido usar toda sua força divina contra os que o acusavam, Jesus Cristo escolheu cumprir a condenação imposta pelo imperialismo romano e apoiada pela maioria da população. Foi torturado e morto no calvário lembrado em vários pontos do Maranhão durante a Sexta Santa, como na emocionante Via Sacra do Bairro Anjo da Guarda, novamente um grande sucesso neste ano, que tivemos a alegria de apoiar.

Jesus corroborou a humildade que já havia nos deixado de exemplo quando se ajoelha para lavar os pés de seus discípulos. E ensina-os a repetir a missão. “Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13,14). É o exemplo que tem sido revivido mais recentemente pela grande liderança do Papa Francisco, com a feliz ideia de lavar os pés de refugiados, sinalizando que exatamente os mais humilhados são os que mais merecem nossa atenção.

Ao terceiro dia após a crucificação, Maria foi ao sepulcro velar o corpo de Cristo. Encontrou o local aberto e, ao lado de fora, Jesus. Mas Maria não o reconheceu, pensando tratar-se de um jardineiro (João, 20 : 1-17). Ao ler essa Palavra, penso que Jesus demonstra que ressuscitou no olhar de cada um de nós e dos que nos cercam. Principalmente dos desconhecidos e mais humildes, com os quais temos obrigação de seguir o ensinamento cristão, compartilhando o pão e o projeto conjunto de um mundo de “vida em abundância” (João, 10 : 10).

É o que Ele ensinou no Evangelho, ao mostrar como viviam os Apóstolos após a ressurreição de Cristo a fim de seguir seus ensinamentos. “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era de todos” (Atos, 4 : 32). Ou seja, viviam um mundo de partilha e comunhão, portanto de justiça plena. Em outras passagens Ele já havia deixado clara a importância da partilha para o futuro da humanidade. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos” (Lucas, 4 : 18).

Que os ensinamentos pascoais nos encham de inspiração para encarar nossos desafios, que são gigantescos em nosso estado. Transformá-lo em um lugar melhor consome o trabalho diário de todos nós. Mas tenho certeza que estamos no caminho certo e que os frutos estão sendo recompensadores. Tenho a convicção de que a Verdade e a Luz, que emanam das palavras acima, sempre vencem confusões, mentiras e armações. Feliz Páscoa a todos!

Flávio Dino é acusado por projeto que nunca mexeu

Governador Flávio Dino

Por Clodoaldo Correa

Segundo o Blog Jota.Info, a citação de Flávio Dino nas delações da Odebrecht diz respeito a um projeto que tramita na Câmara dos deputados que daria segurança a investimentos da empreiteira e possível pedido de doação de R$ 400 mil para a campanha de Flávio Dino ao governo do Maranhão em 2010.

O Blog do Clodoaldo Correa verificou a prestação de contas de 2010 da campanha de Flávio Dino e não houve nenhuma doação da Odebrecht na eleição daquele ano. Nem há indícios de delação disfarçada porque a maior doação de R$ 250 mil. Não existe doação de R$ 400 mil.

O projeto referido na delação não é de autoria de Flávio Dino, mas de outros 32 deputados, dos quais Dino não está incluso. O projeto de 2007 garantia que investimentos em Cuba mereciam proteção legal contra os Estados Unidos.

Flávio Dino foi designado relator do projeto na época, mas era contrário ao texto. E pior, o projeto jamais foi mexido. O então deputado Flávio Dino não deu parecer, nem um voto, não escreveu uma linha sobre o projeto, que está parado há 10 anos.

Ora, se Flávio não “entregou o produto” que teria sido o acordo com a Odebrecht, como teria recebido propina da empreiteira?

A delação não faz nenhum sentido.

Flávio Dino se antecipa e mostra que não favoreceu Construtora Odebrecht

Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB)

Citado nesta terça-feira (11) nas delações da Lava Jato por José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) se antecipou e negou nas redes sociais envolvimento em qualquer tipo de esquema.

“Tenho consciência absolutamente tranquila de jamais ter atendido qualquer interesse da Odebrecht, nos cargos que exerci nos 3 Poderes. Se um dia houver de fato investigação sobre meu nome, vão encontrar o de sempre: uma vida limpa e honrada. Tenho absoluta certeza de que a verdade vai prevalecer, separando-se o joio do trigo”, garante o governador.

Sobre o conteúdo da delação, a qual o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, enviou ao Superior Tribunal de Justiça para ser apurado, Flávio Dino disse ter sido designado relator do Projeto de Lei 2.279/2007 no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a qual presidia quando foi deputado federal, mas não emitiu parecer ou voto na ocasião, conforme apresentou certidão.

Veja abaixo o que disse o governador do Estado e o documento:

Foto Reprodução: Twitter
Foto Reprodução: Twitter
Foto Reprodução: Twitter
Foto Reprodução: Twitter
Certidão da Comissão de Constituição e Justiça

Artigo: Escola Digna para nossa gente

Uma das três escolas entregues em Santa Filomena
Uma das três escolas entregues em Santa Filomena

Por Flávio Dino

Este março que se encerrou encheu-me de alegria pelas realizações a que chegamos. Tivemos uma escola inaugurada a cada dia útil, no âmbito do maior programa educacional da história do Maranhão, que está em andamento. Inspirado em outras revoluções educacionais, hoje temos ações que percorrem do ensino fundamental à pós-graduação, abrindo oportunidades para centenas de milhares de crianças e jovens.

Muitas dessas escolas novas são estruturas inéditas nas cidades ou substituição de antigas escolas de taipa ou barracões. São alguns dos frutos de uma caminhada corajosa que começamos há dois anos. Alguns ainda não entenderam que priorizamos os mais pobres, os que mais precisam, pois isso é condição para que tenhamos uma sociedade justa e verdadeiramente desenvolvida.

Minhas inspirações vêm também da história de outros estados: das experiências administrativas transformadoras de Leonel Brizola no Rio Grande do Sul; de Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro e de Paulo Freire ao longo de sua vida. Brizola marcou sua gestão como governador gaúcho com a inauguração de escolas primárias, técnicas e ginásios, criando uma verdadeira rede de educação pública. Esse investimento criou as condições para que seu estado se transformasse em referência na qualidade do ensino ao longo das décadas seguintes.

Nos anos 80, quando eleito governador do Rio de Janeiro, Brizola escolheu o antropólogo Darcy Ribeiro como secretário de Educação. Lá eles criaram um novo paradigma com os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) – unidades em tempo integral que ofertavam ensino, atividades esportivas e culturais.

Outra grande inspiração para qualquer gestor público de educação é Paulo Freire. No governo João Goulart, Freire elaborou um Plano Nacional de Educação que previa a alfabetização massiva de jovens e adultos. Mais um dos muitos projetos interrompidos pelo golpe militar daquele ano. E um dos desafios que nos resta até hoje.

Após o exílio, Freire teve mais uma chance de implementar as idéias que o transformaram em cânone da educação no mundo. Na Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, adotou metas que marcaram um caminho que permanece atual e que vamos percorrendo. Paulo Freire elegeu como metas a democratização da gestão, o acesso à rede pública de ensino e a qualidade da educação.

No Maranhão, a democratização da gestão tem se efetivado com a eleição direta de gestores e com as escutas pedagógicas. Em 2015 e 2016, mais de 600 mil pessoas votaram nos processos de escolha dos gestores escolares, substituindo o modelo antigo de mera indicação política.

O acesso à rede de ensino público vem sendo ampliado com obras de melhoria de nossa estrutura física. Até o meio do ano, vamos chegar a 574 escolas reformadas ou totalmente reconstruídas. E outras 300 novas construções até o final de 2018 substituindo escolas de taipa, galpões ou outras estruturas precárias.

A permanência das crianças e adolescentes na escola temos garantido com o Programa Bolsa Escola, com as 18 escolas de tempo integral, com ações de estímulo ao protagonismo juvenil e de atividades de esporte e cultura nas escolas.

Temos elevado a qualidade no ensino mediante a soma das ações acima com a valorização do corpo docente. A partir de 1º de maio, teremos os professores de ensino médio mais bem pagos do país, com salário inicial para 40 horas de R$ 5.384,26. E vamos continuar a avançar nesse terreno.

Nosso estado, depois de 50 anos de escuridão, começa a ver o sol raiar no horizonte. E para que esse processo se complete, estamos tendo a coragem de percorrer o caminho certo, mas que exige tempo para produzir todos seus resultados positivos: o caminho da educação. Esse é o principal exemplo que emana dos países mais desenvolvidos do mundo.

Governo Flávio Dino é aprovado por 60% dos maranhenses, aponta pesquisa

Governador Flávio Dino

A mais recente pesquisa Exata/Jornal Pequeno mostra que o governador Flávio Dino continua com uma das maiores aprovações de gestão junto à população em todo o país. 60% dos maranhenses aprovam o governo Flávio Dino. A desaprovação ficou em 36%, segundo a pesquisa Exata e 4% não responderam ou não souberam opinar. Foram entrevistadas 1.400 pessoas.

O levantamento mostra estabilidade na avaliação do governo, mesmo após campanha da oposição contra o reajuste de salários de professores e contra readequação do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no estado. Na pesquisa anterior, em dezembro do ano passado, a aprovação era de 61%. A oscilação de um ponto está dentro da margem de erro da pesquisa.

“O governo Flávio Dino mantém um elevado patamar de aprovação, com claros sinais de fidelização de amplos setores sociais espalhados em todas as regiões do Maranhão”, avalia o relatório analítico do Instituto Exata. “Os dados revelam resiliência do governo ao cenário político nacional ruim e sobretudo aos ataques da oposição, mais intensos desde o início do ano. Há uma couraça de proteção até aqui”, diz também o Instituto.

A manutenção de índices de aprovação de um governo estadual na casa dos 60% após dois anos de gestão é algo raro no Brasil. Uma das explicações para avaliação positiva do governo Flávio Dino são os fortes investimentos em programas e ações em todas as regiões do Maranhão, que vêm reduzindo os impactos da crise econômica nacional no estado. O Maranhão deve crescer mais do que a média nacional em 2017.

Caminho certo

A pesquisa Exata mostra que a avaliação do desempenho pessoal do governador também se mantém, e ainda mais alta que a avaliação geral do governo. Atualmente, 62% dos maranhenses aprovam a atuação pessoal de Flávio Dino, contra 34% que não aprovam. Outros 4% não responderam ou não souberam responder.

Bolsa Escola

A pesquisa também mediu os programas e ações governamentais mais lembrados pelos maranhenses. Os programas que mais se destacaram são Bolsa Escola (13% dos maranhenses lembraram dele), aumento do número de policiais (11%), o Mais Asfalto (7%) e o aumento do salário de professores (6%).

O Bolsa Escola entrou este ano em sua segunda edição, investindo R$ 52 milhões para que as mães de alunos da rede pública possam comprar materiais escolares. Atualmente, 1,2 milhão de crianças e adolescentes são beneficiados pelo programa. O Mais Asfalto já recuperou ou construiu 1 mil quilômetros de estradas ou vias urbanas em todo o estado. Outros mil estão sendo recapeados.

O Governo do Maranhão já nomeou 2.500 novos policiais em dois anos. E a partir de 1º de maio, os professores da rede estadual terão a maior remuneração base do país, com piso de R$ 5.384,26 a R$ 7.215,48.

A pesquisa Exata foi realizada entre os dias 23 a 26 de março, ouvindo 1.400 pessoas em todas as regiões do Estado.

Fonte: Jornal Pequeno

Governador avisa que salários estão nas contas e anuncia novo piso de professores

Foto Reprodução: Twitter

O governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) anunciou neste domingo (26), através do Twitter, que os professores da rede pública estadual de ensino passarão a receber uma remuneração que varia entre R$ 5.384,26 e R$ 7.215,48 a partir de maio.

Dino também aproveitou para comunicar que os vencimentos dos servidores do Estado já estão disponíveis nas contas bancárias. Na semana passada, o governador havia anunciado que o pagamento seria antecipado para esta segunda-feira (27) mas hoje já encontra-se depositado os valores pagos a mais de 110 mil trabalhadores. Pela tabela, os salários referentes ao mês de março só seriam pagos dia 3 de abril.

De acordo com o Governo, sempre que houver viabilidade financeira a antecipação será feita.

Artigo: Poder bom é poder limitado

Governador Flávio Dino

Por Flávio Dino

Há uma lenda romana dando conta que os conquistadores do Império, ao voltarem de batalhas exitosas na conquista de novos territórios, eram recepcionados em desfiles pela capital. A seu lado na carruagem, seguia um sacerdote para lhe dizer ao ouvido, a cada 100 metros: “Tu és mortal”. O objetivo era que, mesmo naquele momento de glória suprema, o conquistador soubesse que não estava acima de ninguém. Verdadeira ou não, é uma metáfora sobre a importância que sempre teve a limitação do poder.

O poder está presente em todas as relações humanas, desde o núcleo mais elementar de sociabilidade, que é o lar, até a vivência na polis. A criação de pesos e contrapesos para que ele não se torne absoluto não está presente apenas na teologia ou na história antiga. Desde o século 17, esse princípio ganhou forma melhor delineada em instituições públicas. São nossas construções sociais como o Parlamento, o Judiciário e Executivo, que servem de contraponto para que não haja a sobreposição de uma vontade à outra. É como se as instituições fossem aquele sacerdote falando no ouvido da outra: “tu és mortal”.

Em Brasília, Niemeyer nos deu uma aula de Direito Constitucional ao projetar a Praça dos 3 Poderes. Em seu ideário, o prédio mais alto e imponente é o Congresso Nacional, instituição fruto do voto direto e a mais próxima da pluralidade de nossa sociedade. Niemeyer a colocou ao centro, equilibrando os Poderes Judiciário e Executivo.

O que vemos hoje no Brasil, no entanto, é uma distorção da Praça de Niemeyer, como num quadro de Dali. Deslegitimada a política, o Legislativo encontra-se escanteado. Ao centro, hoje quem se impõe é o Poder Judiciário e as demais instituições do sistema repressivo e jurídico. Em meados do século 20, após a trágica experiência do nazismo e do fascismo, os estados europeus fortaleceram seu Judiciário, se precavendo dos excessos da política. Peso e contrapeso. Aqui no Brasil, após a ditadura militar, materializada na primazia do Poder Executivo, nossa Assembleia Constituinte fortaleceu os tribunais. Hoje, no imaginário coletivo, os tribunais são o principal, talvez o único, bastião de defesa dos direitos fundamentais.

No entanto, é preciso estar sempre atento, pois nenhuma sociedade pode ser bem governada por pessoas que não respeitam qualquer regra jurídica, nem por pessoas que, em nome da suposta defesa das regras jurídicas, destroem empresas e empregos sem qualquer prudência. Especialmente em momentos de crise econômica e polarização social, a legalidade torna-se “flexível” aos olhos de muitos, quase um pequeno “detalhe” que é interpretado livremente sem considerar que cada lei contém trilhos sobre os quais deve transitar o exercício do poder, para ser legítimo.

É preciso enfrentar o debate das inovações jurídicas que estão sendo trazidas ao país. E discutir como enfrentar a corrupção nas empresas e na política sem paralisar a atividade econômica, como infelizmente estamos vendo em setores estratégicos: petróleo, indústria naval, construção civil e carnes. Por exemplo, os Estados Unidos investigaram e puniram as empresas que cometeram delitos na crise de 2008. No entanto, sem aumentar ainda mais o custo social da recessão, pois o aparato repressivo existe para proteger a sociedade, não para trazer-lhe prejuízos ainda maiores.

Precisamos priorizar diálogos na sociedade e nas instituições estatais. Tenho insistido nisso já há alguns anos. Assim como um hospital não funciona sem profissionais de saúde, nenhuma Nação pode funcionar sem políticos. E nesse terreno coletivo os danos sempre são irreparáveis ou de difícil reparação, pois colapsos de governança como estamos enfrentando no Brasil produzem problemas enormes, que demoram anos, talvez gerações, para serem superados. A hora nacional exige mais prudência e menos apego à Civilização do Espetáculo, onde o entretenimento se sobrepõe à ciência e ao interesse público.

Artigo: Um maranhense imortal

Governador Flávio Dino

Por Flávio Dino

O Maranhão é lembrado pelos seus grandes escritores: João Lisboa, Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Nauro Machado, Ferreira Gullar, Josué Montello. São maranhenses imortais, com produção literária respeitada pela crítica e que sempre será lida em nossas universidades e escolas. Mentes iluminadas que representam a grandeza intelectual de um povo que sempre manteve a altivez de sonhar com tempos melhores.

Neste 2017, temos a honra de celebrar a memória de Josué Montello, em seu centenário de nascimento. Maranhense de brilhante carreira não só como escritor, mas também como jornalista e em sua atuação como gestor público, à frente de algumas das instituições mais importantes da política cultural brasileira.

Na literatura, deixou um exemplo da construção de cenários densos e narrativas complexas a partir de uma escrita límpida. Escritor de reconhecimento nacional, encravou na bibliografia do país as cores, o cheiro e as belezas de nossa cultura. Elas estão em Cais da Sagração, a saga de Mestre Severino, cheio de vontade e esperança, navegando até São Luís para tentar passar sua sabedoria ao neto Pedro. E também nas páginas imortais de Os Tambores de São Luís, obra de grande riqueza artística em que talha um retrato crítico da decadência da oligarquia colonial que arrancava sua riqueza do trabalho escravo. O livro é um libelo da resistência da população negra à escravidão, que deixou marcas em nossa sociedade até hoje. Esse é um grande mérito do bom romance histórico, exemplificado por Os Tambores de São Luís: ao falar do ontem, diz muito sobre o hoje, e extrai dessa dialética uma grande força para se manter vivo. Com efeito, a escravidão ainda ecoa no nosso cotidiano, como é demonstrado pela persistência do racismo, da desvalorização do trabalho humano e pelos arroubos de coronéis da política, que em pleno século 21 ainda se acham “donos” e “senhores”, mesmo que não passem de medíocres figuras.

Para celebrar a memória de Josué, o Governo do Maranhão está organizando para o segundo semestre uma série de comemorações em homenagem ao centenário do escritor. Elas ocorrerão justamente na Casa de Cultura Josué Montello, reaberta em dezembro, após uma ampla reforma e ampliação. Foi instalado nela um museu, com o acervo pessoal de Montello. Lá, estão à disposição do público para consulta a coleção de obras da biblioteca particular do escritor, além de documentos pessoais. Material disponível para servir de referência para artigos, ensaios, teses e monografias dos estudantes e pesquisadores de nosso Maranhão e do Brasil.

Tenho convicção no poder inspirador da arte e na capacidade transformadora da política cultural. Por isso que cuidamos dela com tanta atenção, com o apoio aos eventos e às festas populares, aos espaços culturais e inovações, a exemplo da consistente política setorial do audiovisual que estamos implantando desde 2015. O centenário de um escritor como Josué Montello, devidamente destacado, além da dimensão da homenagem, visa funcionar como poderoso estímulo a tantos talentos literários que o nosso Estado possui. E deixo um convite especial: conheçam a Casa de Cultura Josué Montello.