Engana-se quem pensa que os casos de mortes de crianças recém-nascidas ocorrem apenas na cidade de Caxias, na região dos Cocais. Por lá os registros são maiores, mas em outras localidades do Maranhão muitas mães também choram e lamentam a perda de seus filhos.
As alegações são sempre as mesmas, no que se refere aos cuidados da parturiente, que são apontadas pelos médicos por não realizarem desde cedo um pré-natal adequado. Os gestores políticos responsabilizam o Governo Federal pela falta de repasse, mas sabe-se que a história não é bem essa.
Inúmeras ações do Ministério Público Estadual contra gestores municipais confirmam que grande parte do dinheiro que deveria ser aplicado no setor de Saúde Pública é desviado. No final, quem paga a conta, como sempre é a população.
Ontem, a TV Record mostrou a realidade assustadora na Maternidade Carmosina Coutinho, mas em tantas outras espalhadas pelo Maranhão, a medicina aplicada também faz vítimas fatais.
Um exemplo disso, foi um caso recentemente denunciado aqui no Blog do Minard. Mostramos um vídeo em que um pai conta a sua saga em tentar salvar os filhos gêmeos que acabaram morrendo por não terem sido atendidos no Hospital Materno Infantil de Bacabal.
Desesperado, ele e a esposa grávida tiveram que buscar ajuda em cidades vizinhas e somente 24 hs depois conseguiram atendimento hospitalar, mas já era tarde e os recém-nascidos não resistiram. (Reveja)
Este é mais um caso fatal que ilustra a falta de competência dos nossos médicos, não em sua totalidade, mas a maioria dos que prestam atendimento no interior do Estado.
E de quem é a culpa então? Dos gestores públicos que os contratam ou do Conselho Regional de Medicina que não se manifesta e nem consegue explicar o por que de tantas falhas?
Enquanto não forem responsabilizados, quer sejam políticos, gestores, administradores ou médicos, a mortalidade hospitalar de recém-nascidos no Maranhão vai continuar sendo destaque nacional para o desespero de muitos pais.