Sobrinha do senador João Alberto é assassinada em Teresina

Hettyany Yaneska foi morta a tiros no Piauí
Hettyany Yaneska foi morta a tiros no Piauí

A maranhense Hettyany Yaneska Castro Veras, 32 anos, sobrinha do senador João Alberto Souza (PMDB-MA), foi executada com três tiros pelo ex-marido, identificado como Eduardo, em uma academia em Teresina, no Piauí, nesse sábado (11).

De acordo com a polícia, o crime foi motivado por ciúmes, já que o ex-marido não aceitava a separação.

Testemunhas contaram à polícia que Hettyany havia acabado de chegar à academia quando o ex-marido entrou no local e efetuou os disparos. Após ter executado a ex-esposa, ele atirou contra a própria nuca, mas foi socorrido a tempo e encaminhado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde permanece em estado de saúde estável, mas que pode ter sequelas graves permanentes.

Hettyany era natural de Bacabal, onde passou toda sua infância residindo no bairro Cohab II. Seu pai, conhecido na região como Sebastião da ‘Mesa de Renda’, é irmão do senador maranhense.

Antes do crime passional, segundo a polícia, o ex-marido da sobrinha do senador João Alberto já havia sido preso, em dezembro do ano passado, em Bacabal, onde o casal morava antes da mudança para o Piauí.

Hettyany era formada em publicidade, cursava Direito e trabalhava para uma operadora de cartões de crédito.

Do Atual7

VÍDEO: Obras do hospital de Bacabal estão paradas por falta de pagamento do Estado

Obra orçada em mais de R$ 7 milhões em Bacabal está parada
Obra orçada em mais de R$ 7 milhões em Bacabal está parada

A Saúde na cidade de Bacabal está um caos. Tudo por conta da intensa demanda atendida no único hospital da localidade: o Materno Infantil.

Ocorre que o Governo do Estado anunciou a aceleração da construção do Hospital Laura Vasconcelos, orçada em mais de R$ 7 milhões, com a pretensão de desafogar o Sistema Único de Saúde e atender a população da região. Mas, por falta de pagamento as obras foram paralisadas.

As obras foram vistoriadas pelo Secretário de Saúde do Estado, Marcos Pacheco, durante o mês de março, quando ele garantiu o compromisso do governo em finalizar a obra.

Porém, a empresa responsável pela execução da obra, a Engetec já demitiu cerca de 50 funcionários e os serviços estão parados desde o início do mês.

O governador Flávio Dino desde que assumiu nunca fez nenhum repasse para a referida empresa. Trabalhadores contratados estavam sem receber o pagamento e a Engetec alega que não recebe nenhum centavo pela obra desde janeiro, por isso não tem condições de pagar os funcionários.

A população reclama da falta de compromisso por parte do governo estadual, afinal foi em Bacabal que Flávio obteve quase 80% dos votos nas eleições do ano passado, quando venceu logo no primeiro turno.

Agora, quem depende da Saúde Pública de Bacabal está sem respostas e sem serviços de qualidade.

Assista a matéria:

Desembargador Guerreiro Júnior lança biometria em Bacabal

Presidente Guerreiro Júnior se recadastrando em Bacabal

Foi oficialmente lançado nesta segunda-feira (15), pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), Desembargador Antônio Guerreiro Júnior, o recadastramento biométrico dos eleitores do município de Bacabal.

Acompanhado por membros da Corte do TRE, pelos juízes Sebastião Bonfim e Eulálio Figueiredo, juízes de Bacabal, assessores, imprensa local e da capital, Guerreiro Júnior se deslocou de São Luís à seu domicílio eleitoral, para cumprir com seu dever cívico de atender ao chamado da Justiça Eleitoral do município. A ação é um estímulo para os demais eleitores da cidade que devem se dirigir ao fórum eleitoral para realizarem também o recadastramento.

A pretensão do presidente é que o Maranhão atinja a marca de 2,6 milhões de eleitores com a instalação biometria em diversos municípios maranhenses.

A biometria é um método eficaz e seguro de reconhecimento individual que pretende reduzir a zero o número de fraudes eleitorais.

Para se recadastrarem, os eleitores devem procurar o Fórum Eleitoral munidos de original e cópia de documento oficial com foto e comprovante de residência. No recadastramento, o eleitor tem registrado sua impressão digital, assinatura e foto. O fórum eleitoral de Bacabal funciona de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Ex-prefeito Lisboa e demais investigados presos por agiotagem deixam a cadeia

Araújo ex-presidente da comissão de licitação e o ex-vereador Nenzinho Moura
Araújo ex-presidente da comissão de licitação e o ex-vereador Nenzinho Moura

Presos na última terça-feira (19), sob suspeita de envolvimentos em crimes de agiotagem e fraldes em licitações já estão liberdade.

Comandada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), a operação “El Berite” da Polícia Civil prendeu o ex-prefeito de Bacabal Raimundo Nonato Lisboa, Aldo Araújo de Brito, que trabalhava no setor de licitação na gestão anterior, Francisco de Jesus Silva Soares, Ezequiel Farias e o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Manoel Moura Macedo, o “Nezinho Moura”. Todos deixaram a prisão neste sábado (23).

Já a ex-secretária de Cultura Maria do Carmo Xavier, que foi conduzida coercitivamente, foi liberada ainda na terça-feira após prestar depoimentos.

A ação foi mais uma etapa no combate ao crime de agiotagem envolvendo prefeituras do Maranhão. Esta foi a terceira operação desencadeada no mês de maio e a quarta do ano de 2015. As investigações seguem e novas ações e prisões devem ser divulgadas.

Agiotagem: Em Bacabal, prefeito Zé Alberto comanda operação “ABAFA O CASO”

Quais os reais interesses de Zé Alberto ?
Quais os reais interesses de Zé Alberto ?

A prisão do ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Lisboa, nas primeiras horas de terça-feira (19), preencheu o espaço em todos os blogs, site e portais de notícias do Maranhão.

O fato interessou à mídia em razão de ter sido Lisboa um dos prefeitos mais poderosos e privilegiados pelo Governo do Estado. Aliado por bom tempo do senador João Alberto e do Grupo Sarney, chegou a ser presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão. Durante o governo Jackson Lago foi um dos prefeitos mais prestigiados com o repasse de verbas.

Mas à medida que passavam as horas da manhã de terça-feira, uma operação começou a ser montada no gabinete do prefeito Zé Alberto Veloso. Por volta das 10 horas, partiu dele a ordem para que alguns advogados acompanhassem o caso de perto e providenciassem a imediata soltura do seu ex-desafeto político.

Sua filha, Monique Veloso, que faz as vezes de Procuradora do Município se encarregou de acalmar a senhora Jamile Suzarte, companheira de Raimundo Lisboa. Monique mandou uma emissária à mansão do ex-prefeito com a notícia de que “eles não estavam sós”.

Além da assistência jurídica, o prefeito providenciaria também para que alguns setores da imprensa não divulgassem a prisão de Lisboa ou se quisessem divulgar que fosse da forma mais sucinta possível, foi o que chamaram de “operação abafa o caso”.

Todo o plano foi executado nos mínimos detalhes. Uma emissora montada por assessores do Prefeito Zé Alberto saiu providencialmente do ar. É na emissora que o deputado federal Alberto Filho montou seu escritório e despacha todas as vezes que chega em Bacabal. Outras emissoras que tem contrato com a Prefeitura, blogs alinhados e apresentadores de rádio foram também instados a calarem sobre o assunto.

Quais os reais interesses de Zé Alberto ?

No domingo (17), dois dias antes da operação El Berite, dois emissários de Zé Alberto já haviam ido até a mansão de Lisboa negociar os termos de uma aliança política. Desgastado, o Prefeito entende que apelando para a influência de Lisboa na zona rural, conseguirá reverter o quadro na disputa eleitoral pela reeleição.

Todo o plano “abafa a notícia” serviu como um sinal de boa vontade dentro do processo de construção de uma aliança política entre José Alberto e Raimundo Lisboa.

O problema de tão engenhosa articulação é que a mídia noticiosa não se resume aos funcionários e pessoas que devem favor ao prefeito de Bacabal. Assim , dezenas de blogs em todo o Estado e fora do Maranhão, emissoras de TV com alcance muito maior do que as emissores locais, noticiaram o fato.

Mas será se era esse é o único interesse na montagem do plano para não divulgar as informações? Haveria algum temor por trás de toda a história? Os próximos capítulos dessa história provinciana que chamou a atenção de todo o Estado ainda estão por ser contados.

Blog do Louremar Fernandes

MPF impõe prazo para que Zé Alberto resolva problemas na Saúde de Bacabal

Prefeito terá que apresentar resultados na saúde até junho
Prefeito terá que apresentar resultados na saúde até junho

Irregularidades no sistema de saúde do município de Bacabal, já denunciadas pelo Blog renderam um documento com recomendações tanto do Ministério Público Estadual quanto da Procuradoria da República. O prefeito Zé Alberto (PMDB) terá até dia 25 de junho para atender a recomendação e tomar medidas urgentes.

A recomendação foi baseada na auditoria e inspeção realizadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), no período de 30 de junho a 13 de julho de 2013, que apontou irregularidades.

De acordo com o promotor de justiça Lindemberg Nascimento Malagueta Vieira e o procurador da República Hilton Araújo de Melo, as não conformidades apontadas pelo Denasus são sanáveis e, por isso, dispensam o uso de outros meios judiciais para a sua solução.

Entre as recomendações estão a atualização do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); um maior zelo no cumprimento da carga horária por médicos, enfermeiros e odontólogos, inclusive com a divulgação das escalas dos profissionais; e providências a fim de dotar as unidades básicas de saúde e unidades de saúde bucal de todo o mobiliário e equipamentos necessários.

O documento solicita que o município providencie a reabertura da Unidade Básica de Saúde Irineu A. Nogueira. Também deve haver o efetivo controle das atividades que necessitem de deslocamento em veículos, com registros de entrada e saída, uso e quilometragem do veículo, além da identificação de seus condutores.

Na Recomendação, o Ministério Público do Maranhão e o Ministério Público Federal convocaram uma reunião para o dia 25 de junho, na qual o prefeito, o secretário municipal de Saúde e o corpo técnico da secretaria deverão apresentar os resultados alcançados.

Agiotagem: ‘Operação El Berite’ prende ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Lisboa

Ex-prefeito Raimundo Lisboa sendo preso
Ex-prefeito Raimundo Lisboa sendo preso

A Polícia Civil realizou nas primeiras horas desta terça-feira (19) mais uma ação em combate a agiotagem. A Operação é denominada de ‘El Berite e está sob o comando da Superintendência Estadual de Investigações Criminais, a Seic.

O ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Lisboa, foi preso durante a madrugada. Também foram detidos: Manoel Moura Macedo, o Neninho (ex-vereador e ex-presidente da Câmara); Francisco de Jesus Silva Soares; o construtor Ezequiel Farias e Aldo Araújo Brito (ex-presidente da comissão de licitação de Bacabal). A ex-secretaria de Cultura Maria do Carmo Xavier também foi detida.

Ao todo foram efetuados 5 mandados de prisão temporária e 1 mandado de condução coercitiva. A operação segue em andamento.

O ex-prefeito e médico Lisboa, em seus negócios com agiotas, entregava cheques da prefeitura em branco, chegando a entregar bens patrimoniais, como fazendas em operações escusas.

Os detidos serão encaminhados e prestarão depoimentos à Seic em São Luís.

Aguarde a qualquer momento novas informações.

Após denúncias graves do Blog, Secretária de Saúde de Bacabal pede pra sair!

Márcia Regina Souza Batista não aguentou a pressão e deixou o cargo
Márcia Regina Souza Batista não aguentou a pressão e deixou o cargo

A forma como vem sendo mal administrado o Hospital Municipal Materno Infantil de Bacabal, gerou inúmeras denúncias graves mostrando registros de mortes de recém-nascidos por conta de negligência e demora no atendimento na referida unidade de saúde.

Com a Saúde Pública Municipal pedindo socorro, a Secretária responsável pela pasta, Márcia Regina Souza Batista, não suportou tamanha pressão e após denúncias publicadas no Blog decidiu abandonar o cargo.

Dois relatos de pais que perderam seus filhos por conta de falhas no Materno Infantil foram mostrados aqui. (Reveja-as)

Márcia era secretária adjunta e havia assumido a Secretaria de Saúde de Bacabal em março de 2013 após a saída do médico cardiologista Hidalgo Leda.

Até o momento o prefeito Zé Alberto (PMDB), que nos últimos meses transformou a cidade em um celeiro de problemas, não se manifestou quanto a quem assumirá a pasta. Mas ele deve passar o ‘pepino’ da Saúde para um outro pobre coitado que deve fazer parte do quadro funcional do município.

É só aguardar!

MEDICINA DE MENTIRA: Mortes de bebês em maternidades do Maranhão não são exclusivas em Caxias

Túmulos de recém-nascidos em Caxias; mães dessoladas com a morte dos filhos
Túmulos de recém-nascidos em Caxias; mães dessoladas com a morte dos filhos

Engana-se quem pensa que os casos de mortes de crianças recém-nascidas ocorrem apenas na cidade de Caxias, na região dos Cocais. Por lá os registros são maiores, mas em outras localidades do Maranhão muitas mães também choram e lamentam a perda de seus filhos.

As alegações são sempre as mesmas, no que se refere aos cuidados da parturiente, que são apontadas pelos médicos por não realizarem desde cedo um pré-natal adequado. Os gestores políticos responsabilizam  o Governo Federal pela falta de repasse, mas sabe-se que a história não é bem essa.

Inúmeras ações do Ministério Público Estadual contra gestores municipais confirmam que grande parte do dinheiro que deveria ser aplicado no setor de Saúde Pública é desviado. No final, quem paga a conta, como sempre é a população.

Ontem, a TV Record mostrou a realidade assustadora na Maternidade Carmosina Coutinho, mas em tantas outras espalhadas pelo Maranhão, a medicina aplicada também faz vítimas fatais.

Um exemplo disso, foi um caso recentemente denunciado aqui no Blog do Minard. Mostramos um vídeo em que um pai conta a sua saga em tentar salvar os filhos gêmeos que acabaram morrendo por não terem sido atendidos no Hospital Materno Infantil de Bacabal.

gemeosDesesperado, ele e a esposa grávida tiveram que buscar ajuda em cidades vizinhas e somente 24 hs depois conseguiram atendimento hospitalar, mas já era tarde e os recém-nascidos não resistiram. (Reveja)

Este é mais um caso fatal que ilustra a falta de competência dos nossos médicos, não em sua totalidade, mas a maioria dos que prestam atendimento no interior do Estado.

E de quem é a culpa então? Dos gestores públicos que os contratam ou do Conselho Regional de Medicina que não se manifesta e nem consegue explicar o por que de tantas falhas?

Enquanto não forem responsabilizados, quer sejam políticos, gestores, administradores ou médicos, a mortalidade hospitalar de recém-nascidos no Maranhão vai continuar sendo destaque nacional para o desespero de muitos pais.

Mensagem do Des. Guerreiro Júnior pelos 95 anos de emancipação de Bacabal

desNão poderia homenagear a minha querida e amada Bacabal, ao tempo em que completa 95 anos de sua emancipação política, sem que antes homenageei os nossos patrícios portugueses, um deles o nosso herói fundador. Daí justificar a minha primeira monção a Portugal, aliás, berço dos meus ancestrais, em particular, do meu avô paterno.

Portugal, pequenino país da Península Ibérica, situado na parte ocidental, ilhado entre o mar e os reinos de Castela e Leon, foi uma das nações que abriu caminho à descoberta e a exploração da América. Privilegiado por uma rica rede hidrográfica caudal, nascida em Espanha, como os rios Minho, Douro, Guadiana e Tejo, de águas límpidas e cristalinas, com importantes ancoradouros, mormente as fozes dos rios Douro e Tejo, que garantem à nação portuguesa importante plataforma natural para a sua existência vocacionada ao comércio atlântico e ultramarino.

Uma das mais antigas nações da Europa, existindo como país aproximadamente há oito séculos, Portugal, sujeitou-se às mais alucinadas e regulares invasões, que moldaram o espírito da cultura portuguesa, enriquecida com as viagens dos grandes descobridores, que contribuíram para que o país ficasse mais aberto às influências orientais e à revelação da riqueza brasileira, em joias e ouro, influenciando a utilização da chama barroca na decoração dos palácios, das igrejas, das catedrais, dos castelos dos nobres, enfim, de tudo quanto realizado, à época, pela coroa.

Registram alguns dos historiadores, que Portugal começa pelos fins do Século XI, altura em que a Galiza – reino, que tal como os de Oviedo, Navarra e Castela, se formou com a reação cristã dos visigodos contra os muçulmanos – se encontra dividida em diversos condados, entre os quais o Condado Portucalense, cujo nome lhe vinha da sua principal povoação (Portucale) e que ficava próximo da foz do rio Douro, mais ou menos onde é hoje a cidade do Porto; que o Conde D. Henrique de Borgonha, no ano de 1095, após vencer o combate com os muçulmanos que ocupavam grande parte da península ibérica, tornara-se o comandante de Condado Portucalense, ao receber de D. Afonso de Leão e Castela tal título de nobreza pela recompensa e bravura dos seus feitos de armas.

Não obstante a bela e empolgante história de Portugal, detentora de um vasto império de rotas que faziam de Lisboa o mais importante comércio europeu, de maior expansão ultramarina, de economia com vocação agrícola e pecuária de exportação, fundamentalmente cerealífero, destacando-se pelo cultivo de trigo e milho, além de importantes produções de azeite, legumes e hortaliças, cortiça, vinhos e calçados, não esquecendo da vasta costa marítima e da abundância de peixes nas águas que rodeiam o país, que favorecem o desenvolvimento da indústria piscatória de sardinhas, anchovas, e o próprio bacalhau do Atlântico Norte, que seria o bastante para dimensionar o valor português, embora a nossa dimensão histórica, no momento, se concentre a meados do século XVIII.

Com a ascensão ao trono português do Rei D. José I, foi escolhido como Primeiro Ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. Devido à personalidade reformadora do novo monarca, instalou-se, no reino, o “despotismo esclarecido”, onde os Príncipes passaram a ter poderes absolutos para atenderem as necessidades dos seus súditos, tendo o novo Rei dizimado o prestígio até então vigente do clero e da nobreza, pondo termo ao Tribunal da Inquisição, que deliberava, sem direito de defesa, fossem queimados vivos todos quantos condenados.

A dimensão reformadora implantada pelo monarca visava estabelecer maior controle sobre as terras conquistadas. Assim, aos olhos do Marquês de Pombal, criou-se a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, onde o alto burgo e a desprestigiada nobreza resolveram associar-se. No Maranhão, descia pelas veias correntes dos rios Itapecuru e Mearim as lavouras do arroz da Carolina, do algodão e da cana-de-açúcar, que eram desmanchadas nas moendas dos grandes senhores de engenhos ao manejo da força do trabalho escravo, cujos negros africanos, traficados de Angola, aportavam no Rio de Janeiro, onde eram leiloados aos seus senhores. A macro visão do Marquês de Pombal levou o rei de Portugal a criar a Junta de Justiça, oportunidade em que o desenvolvimento econômico e cultural abriu um vasto leque de realizações especialmente para o Maranhão.

Nessa época, em Portugal, no distrito de Braga, viviam dois irmãos: Antonio Vieira da Silva e Francisco Antonio Vieira da Silva. Impressionados com as notícias divulgadas na Corte sobre as riquezas do Brasil, a maior das Colônias já conquistadas, resolveram investir na Companhia idealizada pelo Marquês de Pombal. Francisco Antonio Vieira da Silva torna-se sócio fundador da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, enquanto seu irmão Antonio Vieira da Silva, casado com sua prima dona Josefa Maria, pais do Capitão José Vieira da Silva, a convite do Marquês de Pombal, veio para o Maranhão administrar, com todos os poderes, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, tornando-se o patriarca de uma plêiade de homens ilustres.

O rico burguês, Francisco Vieira da Silva, assíduo frequentador da corte de D. José I, nasceu na vila de Guimarães, freguesia de São Sebastião, arcebispado de Braga, no dia 28 de maio de 1720; casou-se com dona Anna Encarnação Monção Ribeiro no distrito de Portalegre, em 30 de junho de 1745, nascendo dessa união os filhos Águeda Maria Tereza, Anna e Domingos Antonio Vieira da Silva.

Águeda Maria Tereza Vieira da Silva, casou-se em Portugal com Lourenço Silva Abreu em 1763, de cuja união houveram duas filhas: Águeda Silva Abreu e Maria Ursula da Silva Abreu, esta, tempos depois, casou-se com seu tio Domingos Antonio Vieira da Silva, cujo neto, Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva, bisneto de Francisco Vieira da Silva, veio para o Maranhão a convite do Comendador Luis Antonio Vieira da Silva, à época, autoridade de grande influência na Corte e principalmente no governo da Província. Aqui, exatamente, inicia-se a história de Bacabal, quando traço a ascendência do fundador desta cidade.

O Comendador Luis Antonio Vieira da Silva, pelos seus feitos de bravura e pela intima amizade que tinha com o monarca e principalmente com o Marquês de Pombal foi presenteado com significativa quantidade de terras, cujos mapas demarcavam a propriedade de vale a vale, mas somente se utilizava daquelas que já haviam sido beneficiadas e em plena produção. Era exatamente a localidade onde hoje se encontra instalado o Município de São Luis Gonzaga.

Contou-me certa feita o historiador Fabrício Gonçalves de Moraes – pessoa bastante conhecida no vizinho município de São Luis Gonzaga pelos seus conhecimentos históricos – que a rica mancha de terras destinadas ao Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva, eram bem mais férteis do que aquelas que ficavam à margem direita do rio Mearim, revelando-me, ao folhear seus escritos históricos, a dificuldade que teve o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva de se relacionar, logo quando aqui se instalou, com os nativos que habitavam a região.

O certo é que o nosso bravo herói, logo que chegou ao Brasil tinha a incumbência de desenvolver e colonizar as terras da margem esquerda do rio Mearim, aliás, motivo de deixar a sua pátria e vir para o Maranhão. Acompanhado por um tenente coronel da brigada e de outros tantos serviçais do Comendador Luís Antonio, o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva subiu o velho Isó navegando, por dias, em dois batelões, um dos quais carregado de suprimentos. Aportou, então, numa baixa de terra firme, rudimentar, onde um estreito caminho se prolongava em aclive ao topo de uma pequena área plana, onde não morava ninguém e onde o mato entrelaçado encobria a visão de sua amplitude. Decidiu se instalar nesse local, pois sabia que alguém, a qualquer tempo, retornaria àquele lugar. Algumas semanas depois, confrontou-se com os índios, resultando dessa disputa a morte do tenente coronel, pessoa da mais alta estima e confiança do Comendador Luis Antonio Vieira da Silva.

Aborrecido com a morte desse seu antigo e leal escudeiro, o Comendador resolveu desistir daquelas terras, tendo-as doado para Antonio Lourenço Vieira da Silva, pedindo-lhe, contudo, que fundasse uma colônia indígena para o que dispunha de homens preparados e recursos financeiros da coroa para catequizar os nativos. O Capitão aceitou a proposta do Comendador, tendo este se empenhado para que o Presidente da Província, Dr. Eduardo Olímpio Machado, baixasse a Portaria de 11 de abril de 1854, autorizando o Capitão Antonio Lourenço Vieira da Silva a fundar a Colônia Indígena Leopoldina, trazendo consigo diversas pessoas, dentre tantas, vários missionários religiosos.

Não foi difícil, com o auxílio dessas pessoas, rapidamente conquistar a confiança das três tribos indígenas que habitavam essa parte do rio. Estabelecida a relação de confiança entre o Capitão e os índios Timbiras, Crenzés e os Pobzés, a Colônia Leopoldina passou a produzir arroz, feijão, milho, mandioca e algodão, inicialmente para atender a sua própria necessidade, posteriormente pelo significativo aumento da produção fez-se necessário a venda para o mercado distribuidor, localizado na sede da Província. Subindo ainda mais o Mearim, observou o Capitão Antonio Lourenço Vieira da Silva que toda aquela região, tanto de um lado quanto de outro do rio, era ornamentada por frondosas palmeiras, de caule anelado, de folhas verdes e paralelas, de flores branco amarelado e com frutos carnosos de tom rosa escuro, bastante oleoso a que os índios chamavam de wa’kawa – bacaba, bacabinha, bacau, coqueiro-bacaba e macaba –, devido as mais diversas variedades, de onde os índios Timbiras, Crenzés e Pobzés, extraiam o vinho (que na verdade era suco), faziam doce e azeite e se alimentavam do palmito. Do tronco e folhas construíam suas casas, cortavam a lenha e dos talos faziam lanças e bengalas.

O nome científico da bacaba, que registra três espécies tem-se como: 1ª Oenocarpus Circumtextus; 2ª Oenocarpus Multicaulis e 3ª Oenocarpus Tarampabo.

Nessa época, o algodão branqueou o pequenino vale do Isó, como era conhecido pelos índios o pardacento rio Mearim. A Colônia Indígena Leopoldina se tornou a mais próspera de todas as colônias da Província, devido à intensa produção do arroz, feijão, milho, mandioca e outras lavouras de vazante, atraindo, com a alta fertilidade das terras, a convergência imigratória de lavradores, fazendo com que se expandissem as áreas de produção. Todavia, em fevereiro de 1878, portanto, logo no início do ano, a Colônia Indígena Leopoldina foi significativamente afetada por uma epidemia de malária, que dizimou muitos dos índios que a ela integravam e os que sobreviveram não mais tiveram o interesse de permanecer nas terras, refugiando-se, ao que se sabe, em diversas outras regiões deste Estado, motivo pelo qual o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva foi obrigado a acabar com a Colônia Leopoldina, passando a chamar o local de Fazenda Bacabal.

Contudo, restaram centenas de trabalhadores rurais, muitos dos quais apesar de atingidos pela peste, permaneceram morando nos arredores da casa sede da fazenda. O Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva continuou a desenvolver o trabalho lavoureiro, ao que estabelecia parceria agora com os lavradores, que continuavam a imigrar para aquele local. Passou, também, a adquirir os produtos agrícolas do alto Mearim transportados nos velhos batelões. Fez com que o porto da fazenda fosse parada obrigatória de todos os lavradores que laboravam rio acima. Adquiriu suas próprias embarcações e após beneficiar os produtos agrícolas, principalmente o babaçu, vendia-os no mercado da Capital da Província.

O progresso da Fazenda Bacabal foi de tal sorte que despertou interesse do Governo, a ponto de instalar, em abril de 1885, na sede da Fazenda, um posto de postagem do correio que era utilizado como elo de comunicação, através da fluvial navegação de cabotagem. Assim, o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva, extremamente rico, cansado de viver isolado e principalmente por nutrir uma saudade incontrolável de Guimarães e de sua gente, em fevereiro de 1888, vendeu a fazenda para o Sr. Raimundo Alves de Abreu, retornando para Portugal.

Com a aquisição da propriedade por Raimundo Alves de Abreu, a Fazenda Bacabal passou a ser chamada de “Sítio dos Abreus”, que, do mesmo modo e na mesma intensidade continuou a prosperar, sendo cada vez maior o fluxo de lavradores imigrantes que advinham de outras cidades do Nordeste. O Sítio dos Abreus inaugurou o ciclo da pecuária na região, em agosto do ano de 1905, quando, então, os lavradores foram obrigados a plantar capim nas quadras de terras que utilizavam na lavoura, o que permitiu um maior crescimento para o povoado.

Em 17 de abril de 1920, através da Lei n° 932, outorgada pelo então Governador do Estado, Dr. Urbano Santos da Costa Araújo, o povoado “Sítio dos Abreus” foi elevado à categoria de Vila, passando a ser chamado de “Bacabal dos Abreus”, sendo que a 7 de setembro do mesmo ano (1920), instalou-se, oficialmente, o Município de Bacabal, com seu território desmembrado do Município de São Luís Gonzaga do Maranhão, à época, com 9.500 habitantes em todo seu território.

Finalmente, através do Decreto-lei n° 159, de 06 de dezembro de 1938, do Governador Paulo Ramos, Bacabal passou à categoria de cidade, tendo sido administrada até agora pelos seguintes prefeitos: Jorge José de Mendonça, Manuel Guimarães, Jorge José de Mendonça, Raimundo Teles de Menezes, Odorico Miranda Leal, Pedro José de Sousa, Joaquim Ribeiro, Manoel Campos Sousa, Ranulfo Fernandes, José Maria Sousa, Ranulfo Fernandes, Vicente Medeiros, Raimundo Marques, Belarmino Freire, Lauro Oliveira, Raimundo Assenço Costa Ferreira, Raimundo Santos, Francisco das Chagas Araújo, Euzébio Martins Trinta, Lino Feitosa, Joaquim Paulo Gonçalves, Aristarço Martins, Alceu Pereira Martins, Euzébio Martins Trinta, Francisco Borges de Matos, Mariano José Couto, Frederico Leda, José Everton de Abreu, Raimundo Trindade Vale, Frederico Leda, João Gomes Vidal, Antonio Pereira da Silva Neto, Benedito de Carvalho Lago, Carlos Alberto Dias Sardinha, Manoel Quadros de Oliveira, Francisco Coelho Dias, Juarez Alves de Almeida, José de Sousa e Silva Filho, Raimunda Ramos Loiola, João Alberto de Sousa, Jurandir Ferro do Lago, Jocimar Alves de Sousa, José Vieira Lins, José Vieira Lins, Raimundo Nonato Lisboa, Raimundo Nonato Lisboa e José Alberto Veloso.

Não posso deixar de registrar o fato da minha querida amiga, Raimunda Ramos Loiola, de saudosa memória, ter sido, até então, a única mulher Prefeita do Município de Bacabal, oportunidade em que homenageio carinhosamente todas as mulheres bacabalenses. Também ressalto a figura ilustre e carismática de um jovem médico cardiologista, meu estimado e particular amigo Dr. Hildalgo Leda, que Deus o levou para servir na eternidade, como tantos outros notáveis que também paginaram de alguma forma a nossa história contemporânea: Dr. Coelho Dias, Pedro Brito, Dr. Juarez Almeida, Dr. Luis Fernando, Otávio Pinho, Dr. Chico Dias, Dr. Antonio Augusto, Nely Berrêdo, Evelucia, Maria Rocha, Raimundo Reis, Cotinha, Cacilda, Conceição, Walter Marques, Dr. Antonio, Dr. Deusimar, Dr. Ribamar, Dr. Bete Lago, Raimundo Sérgio, Eduardo Leão, Bavepel, Rosalino, Weligton Nogueira, Pedro Santos, Atanásio, Arquimedes, João Enfermeiro, Maneco, Dicoendo e outras extraordinárias personagens.

Quanto a mim, não foi difícil o meu relacionamento com o povo, a quem sempre dediquei atenção e respeito: ricos e pobres, brancos e negros, enfim, a mistura das raças que caracteriza a miscigenação vertical do bacabalense. Aqui, tal é a minha raiz que divido o exercício pleno da judicatura com a poesia e com a música. Tive a honra de conhecer o “Velho Tchaca” dedilhando nas madrugadas frias seu sonoro violão, nas serestas iluminadas e nas cantorias que todos fazíamos pelas ruas desta terra e que ainda hoje galhofamos com as lembranças de outrora. Era a liberdade de um homem envolvido com a arte, mas plenamente responsável com os deveres do cargo, sacerdócio que abracei espelhado na fantástica carreira do meu pai, homem até hoje respeitado pelo porte altivo e pela honestidade com que exerceu a magistratura.

Naquela época, década de oitenta, formava-se em Bacabal uma plêiade de artistas, cantores e compositores de escol, que ainda hoje vivem na noite a levar alegria e descontração através da melodia suave que aprenderam nas serestas das noites enluaradas da Graça Rocha, onde eu e o nosso Chicão, de saudosa lembrança, principiávamos a festa: eu, cantando “José”, Chicão entoando “Yesterday”. Daí em diante seguiam outros eméritos personagens da história contemporânea de Bacabal, citando como referência, “Zequinha Leite”, de saudosa memória, Almiro Paiva, Antonio da Brahma, Cleuton, Lisboa, Elígio Almeida, Jeferson Santos, Antonio Carlos Lago, Jean, Agnelo, Junior do SAAE, Fátima, Zilda, Zeile, Soninha, Ernildes, Ana Maria, E assim passávamos a madrugada, comendo paçoca, carne seca e tantas outras iguarias feitas por Graça Rocha, mulher das mais extraordinárias que conheci e que ainda hoje tenho a honrar da sua belíssima companhia. E por falar em musica é importante viajar nesse mundo de sonho e poesia, buscando os acordes do Sr. Almir Garcês, nosso Açaí, criador da primeira escola de música bacabalense e da renomada “Santa Cecília”, harmoniosa nas notas de Dionésio, José Carlos, Aldemir, Manoel Marinho, Antonio Monteiro e Outros, entoados pela voz de Roseli, Antonio Monteiro, Luis Francisco Ferreira, Simão Lopes, Antonio Lado, Agnaldo Frazão, Claudionor Carvalho, Jacinto, Tchaca e Raimundo, isso sem contar com a percussão e repercussão do nosso “Boi da Lua”, de “Papete”, orgulho bacabalense.

Oportuno o destaque aos valores da música popular bacabalense: “Zé Lopes, Perboire Ribeiro, Marcos Boa Fé, Marcos Maranhão, Assis Viola, Raimundinho, Zeneide Miranda, Emanuel de Jesus, Francivaldo, Josa, Davi Farai, Josué, Duvâneo, Welligton, Carol, Dayse, Natália Nunes, Júnior Manga Rosa, Thiago Santos, Jessica, Luana Magalhães, Chico da Buzina, além das magníficas bandas instrumentais Los Magos, Popnejo, Swing Mania, Beijo Quente, Letícia e Ruan, Badalados, Banda da Fofa e muitas outras. Na música religiosa: Adonai, Ludmila Amaral, Lilian Brasil, Kezia Raposo, Andressa Sipauba, Edivânia e Miqueias. Finalmente, os grupos de pagode: Compromisso, Marossamba, Anekssamba, Sambinha e Companhia e Guerreiros do Samba, homenagem que me prestou um valoroso grupo de jovens artistas comandados pelo meu queridíssimo amigo Masa.

Esta é a histórica cidade de Bacabal, que somente se ressente da falta do Beção Maravilha – o nosso BEC – a preencher o vazio esportivo ao toque cadenciado da bola no gramado do Estádio Municipal José Nery Corrêa – O Correão. Rendo finalmente minhas homenagens à memória dos magníficos e dedicados mestres Alice Mendes, José Bonifácio, Safira, Belinha, Gertrudes, Camélia, Elisa, Nadir, Juarez e tantos outros ilustrados e aguerridos professores.

Não poderia finalizar esta homenagem sem destacar a lembrança da Dra. Laura Vasconcelos, primeira médica do município, cuja memória eternizou-se no primeiro hospital público de Bacabal, assim como cultuar as intercessões milagrosas da lendária Edite.

Parabéns minha adorada e amada Bacabal pelos teus 95 anos de glória.

Des. Antônio Guerreiro Júnior