“Depois de governar, é preciso esquecer que foi governador”, diz Brandão ao confirmar afastamento de Dino

Governador Carlos Brandão

A entrevista de Carlos Brandão ao O Globo revela sua tentativa de equilibrar relações políticas no Maranhão e no cenário nacional. Ele confirma o afastamento de Flávio Dino, mas evita um rompimento direto, sinalizando descontentamento com a influência do ex-governador no estado. Ao mesmo tempo, reforça sua aproximação com o grupo Sarney, mostrando pragmatismo político.

Brandão também minimiza a queda de popularidade de Lula no Nordeste, atribuindo-a a fatores econômicos passageiros, e defende maior diálogo do governo federal com setores estratégicos, como o agronegócio e os evangélicos. Seu discurso aponta para um posicionamento moderado dentro do PSB, evitando polarizações e mantendo-se aberto a alianças futuras.

A entrevista reforça sua estratégia de preservação política para 2026, sem antecipar sua candidatura ao Senado, mas deixando clara sua influência na articulação estadual e nacional.

Veja a íntegra da entrevista:

O STF suspendeu uma indicação do seu governo ao TCE, em uma liminar do Dino, e nomeações de familiares do senhor em cargos públicos, em decisão do ministro Alexandre de Moraes.

No caso do TCE, está atrapalhando muito o funcionamento da instituição, considero muito ruim para o estado. Tem um grupinho no estado ligado ao ministro (Dino) que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes (falar com o ministro), mas não prosperou.

O senhor concorreu em 2014 e 2018 no Maranhão contra a família Sarney, de quem agora se aproximou. O que mudou?

Nós disputamos em 2014 contra o Lobão Filho e em 2018 contra a Roseana Sarney, só que em 2022 eu me aproximei muito do grupo do presidente José Sarney. Foram nossos adversários por dois mandatos, mas hoje estamos muito próximos. Há pessoas do MDB que participam do meu governo, e eles entregaram a presidência do partido para o meu irmão (Marcus Brandão). Estamos alinhados. (…) O Flávio sempre foi muito ferrenho adversário dos Sarney, é uma pessoa mais ideológica. Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram.

Falta ao presidente Lula mais diálogo com esses segmentos?

Eu disse ao presidente sobre essa questão dos evangélicos e do agro. Deixar essa questão ideológica um pouco de lado. O ministro (Carlos) Fávaro é do agro, uma boa ponte.

Não há um risco de os partidos mais de centro começarem a abandonar o governo?

Me parece que o Ciro (Nogueira, presidente do PP) deu entrevista falando sobre isso. Mas o próprio ministro (do Esporte, André) Fufuca (PP-MA), com quem eu conversei, me disse que não, que essa entrevista foi mal interpretada. Ciro Nogueira foi ministro da Casa Civil do Bolsonaro. Agora, se perguntar ao Fufuca, ele não quer sair do governo, não.

Ao GLOBO, Sarney disse que “é melhor sair da política muito bem do que já velho”, em um recado a Lula . Concorda?

O mais importante, além da idade, é a saúde. Vejo o presidente Lula saudável e ainda é um grande líder. Houve uma pequena perda de popularidade, mas isso é coisa passageira. Governo tem altos e baixos.

Por que a queda de avaliação de Lula chegou ao Nordeste, onde o PT é historicamente mais forte?

Isto é principalmente devido à alta dos alimentos, que atinge todo mundo, em especial as classes menos favorecidas. Mas acho que vai melhorar com a proposta do governo de zerar o ICMS de todos os produtos da cesta básica. Eu mesmo já fiz duas reduções de ICMS nos últimos anos, que diminuíram em 30% o custo da cesta básica no Maranhão. Este também será o ano de tirar do papel as obras do Novo PAC, o que vai melhorar a avaliação do governo. Só no nosso estado foram quase sete mil casas do Minha Casa Minha Vida que estavam paradas.

Cenário mais polarizado exige uma pressa maior nas entregas?

Exige. Eu mesmo estou num ritmo muito acelerado. Estruturei o Maranhão, porque com a queda do ICMS dos combustíveis, quase quebrou o estado. Foi uma demagogia, à época, do presidente Bolsonaro.

Mas zerar o ICMS dos alimentos não vai também prejudicar a arrecadação dos estados?

Vai aumentar o consumo, isso acaba aquecendo a economia. É a história da bicicleta: se você para de pedalar, cai. Essa medida tem que ser tomada.

O quanto o apoio do PSB a Lula em 2026 depende de Geraldo Alckmin seguir na vice?

Eu estou alinhado ao presidente Lula. Não sei qual será a posição do meu partido. A presidência do PSB vai mudar, ainda não sei o que o (prefeito de Recife) João Campos pensa. Uma decisão dessas se dá mais perto da eleição.

 

ALEMA rebate STF e defende critério de desempate vigente há mais de 30 anos

Foto Reprodução STF

A Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) apresentou um esclarecimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7756, movida pelo partido Solidariedade, que questiona a validade do critério de desempate por idade nas eleições da Mesa Diretora.

O documento, direcionado à ministra Cármen Lúcia, busca corrigir o que a Assembleia considera um equívoco na análise do caso.

Segundo a petição assinada pelo procurador-geral da ALEMA, Bivar George Jansen Batista, o critério de desempate por maior idade está presente no Regimento Interno da Casa desde 1991 e não foi criado recentemente para beneficiar qualquer candidato específico. A Assembleia argumenta que houve apenas um deslocamento topográfico da norma no regimento, sem alteração do conteúdo.

A manifestação visa contestar o entendimento do ministro Alexandre de Moraes, que em seu voto mencionou que a regra teria sido instituída poucos dias antes da eleição da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026. A Assembleia reitera que a norma tem sido aplicada de forma contínua há 34 anos e que a interpretação apresentada na petição inicial pode induzir o STF a erro.

Na sexta-feira (14), o STF suspendeu o julgamento da ADI 7756, que questiona a reeleição de Iracema Vale (PSB) à presidência da Alema. O ministro Dias Toffoli pediu vista, adiando a decisão.

Previsto para 21 de março, o julgamento foi antecipado após um erro técnico expor o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, que validou a eleição e rejeitou a ação do Solidariedade. Os demais ministros têm até 28 de março para se manifestar.

Pedido de vista de Toffoli suspende julgamento do processo de eleição da Alema

Ministro José Antônio Dias Toffoli

A disputa pelo comando da Assembleia Legislativa do Maranhão ganhou um novo capítulo no Supremo Tribunal Federal (STF). Um pedido de vista do ministro Dias Toffoli suspendeu o julgamento virtual , nesta sexta-feira (14), da ação do Solidariedade que questiona a reeleição da deputada estadual Iracema Vale (PSB).

O Solidariedade contesta o critério de desempate por idade, que assegurou a reeleição de Iracema Vale (PSB) após um empate de 21 a 21 com Othelino Neto (SD). No entanto, a ministra Cármen Lúcia teve seu voto antecipadamente exposto, no qual indicava que o procedimento adotado estava em conformidade com a legislação e o regimento interno da Alema, vigente desde 1991. Sua posição também acompanha pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), que validaram a eleição.

Com o pedido de vista, o julgamento permanece suspenso até que o ministro Dias Toffoli apresente seu posicionamento. Apenas após essa manifestação, a análise do caso poderá ser retomada pelo plenário do STF.

Sobras eleitorais: STF redefine regra e pode tirar sete deputados federais

Plenário da Câmara dos Deputados

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode redesenhar a correlação de forças na Câmara dos Deputados. Ao invalidar regras mais rígidas para a distribuição das chamadas “sobras” eleitorais, a Corte pode provocar a saída imediata de sete parlamentares e a ascensão de novos nomes ao Legislativo.

O julgamento, que atendeu a embargos apresentados pelo PSB, alterou a aplicação da norma que restringia a participação de partidos na disputa pelas vagas remanescentes. O entendimento anterior, estabelecido em 2021, determinava que apenas partidos que alcançassem pelo menos 80% do quociente eleitoral e candidatos com 20% desse índice poderiam disputar as sobras. O STF, no entanto, derrubou essa exigência e determinou que a mudança valesse já a partir das eleições de 2022, e não apenas em 2024, como era previsto.

Com a decisão, a Câmara dos Deputados sofrerá um rearranjo imediato. Sete parlamentares perdem seus mandatos:

Professora Goreth (PDT-AP)
Silvia Waiãpi (PL-AP)
Sonize Barbosa (PL-AP)
Dr. Pupio (MDB-AP)
Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
Lebrão (União Brasil-RO)
Lázaro Botelho (Progressistas-TO)

Já os beneficiados pela reconfiguração do quociente eleitoral são:

Professora Marcivânia (PCdoB-AP)
Paulo Lemos (PSOL-AP)
André Abdon (Progressistas-AP)
Aline Gurgel (Republicanos-AP)
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Rafael Bento (Podemos-RO)
Tiago Dimas (Podemos-TO)

Impacto político e reação dos partidos

A decisão mexe diretamente no tabuleiro político, afetando o equilíbrio de forças entre partidos e blocos na Câmara. O PL, que perde duas cadeiras, e o Republicanos, que também sofre baixas, já articulam reações nos bastidores. Por outro lado, siglas como PSB, PCdoB e PSOL ampliam suas bancadas e podem ganhar fôlego nas negociações do Congresso.

Agora, partidos que antes se beneficiavam da limitação imposta às sobras agora veem o campo aberto para legendas menores disputarem espaço.

Começa hoje julgamento da reeleição de Iracema Vale à presidência da Alema

Foto Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) antecipou para esta sexta-feira (14) o julgamento da ação que questiona a legalidade da reeleição da deputada Iracema Vale (PSB) à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). A decisão ocorre após um erro técnico expor precocemente o voto da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso.

No voto antecipado, Cármen Lúcia rejeitou o pedido do partido Solidariedade, que contestava o critério de desempate baseado na idade. Segundo a ministra, o procedimento seguiu a legislação e o regimento interno da Alema, em vigor desde 1991. A decisão também está alinhada com pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), que validaram a eleição.

O vazamento do voto da relatora teria desencadeado a instabilidade do site do STF, fator que pode ter motivado a antecipação do julgamento. Agora, os demais ministros da Corte terão até o dia 21 de março para se manifestar, definindo o desfecho do processo que pode consolidar ou reverter a permanência de Iracema Vale no comando da Assembleia Legislativa.

Juscelino Filho anuncia importantes melhorias para Santa Inês e região

Foto Reprodução

O ministro das Comunicações e deputado federal licenciado, Juscelino Filho, fez dois importantes anúncios para Santa Inês e o Maranhão, na última quarta-feira (12). O primeiro, sobre as intervenções e liberação para fluxo de veículos nos trechos das duas pontes, em rodovias federais, na região do Vale do Pindaré. Já o segundo é a entrega de duas novas ambulâncias para melhorar o atendimento à saúde na cidade.

Em reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, ficou acertada a liberação de veículos leves e vans, já nos próximos dias, no trecho entre Santa Inês e Bom Jardim, na ponte sobre o Rio Pindaré, na BR-316, conhecida como “Ponte dos Índios”. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) permanecerão no local, fazendo o monitoramento do fluxo de veículos e executando os trabalhos de recuperação da estrutura da via.

Em relação à ponte que liga Santa Inês a Santa Luzia, na BR-222, que cedeu no ano passado, a expectativa é que a conclusão da obra ocorra em breve. Segundo ele, o DNIT está fazendo um desvio para garantir que veículos, principalmente de cargas, continuem circulando pela rodovia, principal via entre as regiões Norte e Nordeste e uma das mais importantes do país.

“Reuni com o ministro Renan para tratarmos de importantes demandas para o Maranhão e levo essa boa notícia de que estão sendo tomadas todas as providências, para que até o fim de semana, seja liberado parcialmente o trecho na BR-316, entre Santa Inês e Bom Jardim, para carros pequenos e vans. Já a ponte da BR-222, na saída de Santa Inês que está em fase final de trabalhos e logo entregaremos a via para os cidadãos”, afirmou Juscelino.

Além dessas, o ministro Juscelino também falou que equipes do DNIT estão avaliado a situação em outro ponto, também da BR-222, na cabeceira de uma ponte que cedeu, próximo a Lago Verde. Lá já está sendo feito um desvio para garantir a passagem de veículos, e, em seguida serão iniciadas as obras no local.

Ele também fez solicitação de informações sobre o avanço da construção da ponte entre Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis (TO). “Vamos entregar, ainda este ano, a reconstrução da ponte, maior obra de infraestrutura do governo Lula, atualmente, no estado”, garantiu Renan.

Ambulâncias para a saúde de Santa Inês

Em outra audiência, dessa vez com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Juscelino Filho garantiu a entrega de duas novas ambulâncias para Santa Inês. O benefício é mais um presente pelo aniversário da cidade, nesta sexta-feira (14).
“Estou aqui com o ministro Padilha para agradecer à entrega de duas novas ambulâncias, na próxima sexta-feira, de presente pelo aniversário de Santa Inês. Estarei na cidade para acompanhar a entrega e fazer novos anúncios de benefícios para a população”, destacou Juscelino.

Padilha reafirmou o compromisso com a saúde do Maranhão, no governo Lula. “O presidente Lula entrega mais duas ambulâncias novas para o povo de Santa Inês, que vai reduzir o tempo de espera e o atendimento de emergência”, concluiu o ministro.

Josimar do Maranhãozinho resiste a ataques políticos e fortalece liderança com trabalho pelo MA

Deputado Josimar de Maranhãozinho

O deputado federal Josimar do Maranhãozinho (PL) tem sido alvo constante de ataques políticos e tentativas de desestabilização. No entanto, sua trajetória e compromisso com a população do Maranhão seguem inabaláveis. Como diz o ditado popular: “só se joga pedra em árvore que dá fruto”, e Josimar tem mostrado, com trabalho e dedicação, que continua sendo um dos principais líderes políticos do estado.

Mesmo diante das adversidades, o parlamentar segue atuante na Câmara dos Deputados, destinando recursos e projetos que beneficiam milhares de maranhenses. Seu trabalho voltado para infraestrutura, saúde e desenvolvimento dos municípios maranhenses tem sido reconhecido por prefeitos, vereadores e pela população que o acompanha.

Josimar é conhecido por seu estilo combativo e por não recuar diante de pressões políticas. Com forte influência no cenário estadual, ele mantém sua base política sólida e segue sendo referência para lideranças municipais. Seus adversários podem até tentar desgastá-lo, mas o respaldo popular que construiu ao longo dos anos fala mais alto.

Em tempos de disputas políticas intensas, é natural que figuras de grande relevância sejam alvos de ataques. No entanto, Josimar do Maranhãozinho segue provando, com trabalho e resultados, que sua principal missão é servir ao povo do Maranhão.

 

 

TCU condena ex-prefeito de Raposa e esposa a devolverem mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos

Clodomir de Oliveira dos Santos e sua esposa, Maria Ivonete Silva dos Santos

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o ex-prefeito de Raposa, Clodomir de Oliveira dos Santos, e sua esposa, Maria Ivonete Silva dos Santos, ex-secretária municipal de finanças, devolvam aos cofres públicos o montante de R$ 1.030.475,88, utilizado de forma irregular. A decisão foi tomada após uma auditoria realizada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), que apontou diversas falhas na gestão dos recursos destinados à saúde básica e à assistência farmacêutica.

Segundo o relatório do TCU, foram identificadas transferências bancárias que excederam o valor das folhas de pagamento dos programas de Estratégia Saúde da Família, Saúde Bucal e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), somando um débito de R$ 217.105,22 sem comprovação adequada. Também foram encontrados gastos com assistência farmacêutica e atenção básica que totalizaram R$ 710.049,06, sem qualquer documentação que comprovasse a legalidade dessas despesas.

Outro problema constatado foi a compra irregular de gêneros alimentícios no valor de R$ 43.990,50, sem justificativa para o fornecimento de alimentação a profissionais ou usuários da atenção básica. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde adquiriu óleo diesel no montante de R$ 24.546,30, mesmo sendo incompatível com a frota oficial, que utiliza gasolina, sem qualquer comprovação de destinação adequada.

O TCU também apontou o uso indevido de recursos da saúde básica para o pagamento de R$ 34.784,80 em materiais de consumo destinados ao Hospital Municipal Nemércia Dias Pinheiro, desrespeitando as normas de financiamento.

A defesa apresentada por Clodomir de Oliveira dos Santos não foi aceita pelo TCU, pois não conseguiu justificar as irregularidades apontadas. Já Maria Ivonete Silva dos Santos não apresentou qualquer justificativa ao Tribunal, sendo considerada revel.

Com base nas evidências, o TCU determinou a devolução integral dos recursos e aplicou multas aos responsáveis. A decisão destaca a importância da transparência e do controle adequado na gestão de verbas públicas, especialmente as destinadas à saúde, para garantir que esses recursos sejam aplicados de forma correta e eficaz em benefício da população. O Tribunal segue acompanhando o caso e poderá adotar novas medidas caso as determinações não sejam cumpridas.

Em Brasília, governador Brandão garante R$ 32 milhões para combater voçorocas em Buriticupu

Foto Reprodução

O governador do Estado do Maranhão, Carlos Brandão, esteve em Brasília (DF) nesta quarta-feira (12), onde participou de uma audiência com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) do Brasil, Waldez Góes. O objetivo da reunião foi encontrar soluções para conter o avanço das enormes voçorocas que crescem e destroem os entornos de Buriticupu, município localizado no oeste maranhense.

“A gente conhece o problema. A população de Buriticupu está ansiosa, cobrando as lideranças políticas e esperando uma resposta. E é para isso que nós estamos aqui, para encontrar uma solução”, afirmou o governador.

As voçorocas correspondem a um fenômeno geológico caracterizado pela formação de grandes buracos de erosão causados pela água da chuva e outras intempéries em áreas onde a vegetação não protege mais o solo.

Em Buriticupu, as crateras se formaram com a expansão urbana e o desmatamento da vegetação nativa. Na cidade, os abismos chegam a 70 metros de altura e estão progressivamente “engolindo” casas.

Brandão participou do encontro com Waldez Góes ao lado do prefeito de Buriticupu, João Carlos Teixeira da Silva, e de dois parlamentares maranhenses: o deputado federal Marreca Filho e a deputada estadual Edna Silva, além da presidente da Câmara de Vereadores de Buriticupu, Vanusa Ibiapino, e do secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec/MIDR), Wolnei Wolff.

De acordo com o ministro Waldez Góes, a partir da reunião serão estudadas estratégias, por meio de parceria entre os governos federal, estadual, municipal e o Poder Legislativo, para executar obras de contenção do fenômeno.

Parceria e estudo para ações de contingenciamento

Góes sinalizou que já existem R$ 32 milhões em recursos federais disponíveis para obras na região, e a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) ficará responsável pela elaboração de um diagnóstico detalhado sobre a situação. Com base nesses estudos, o poder público contratará empresas para intervir nas áreas afetadas.

“A decisão que nós tomamos aqui é procurar a Universidade do Estado, que tem experiência em estudos hidrológicos e geológicos, necessários para estabelecer um bom diagnóstico e um termo de referência adequado para a contratação de uma empresa que possa apresentar um projeto eficiente de solução dos problemas das quatro voçorocas mais desafiadoras já existentes em Buriticupu. Precisamos de projetos nos quais possamos ter confiança e segurança”, sublinhou o ministro.

Carlos Brandão ressaltou que a situação é delicada e que as obras para a contenção do fenômeno terão impacto em médio e longo prazo. “Não é algo a ser resolvido no curto prazo. É um problema que exige soluções a médio e longo prazo. Mas o importante é dar o primeiro passo para resolver definitivamente essa questão”, frisou o governador.

O prefeito de Buriticupu, João Carlos Teixeira da Silva, agradeceu o apoio estadual e federal para tentar mitigar os impactos do fenômeno na cidade e acredita que, com a ação conjunta, será apresentada uma solução definitiva.”Sabemos que a solução não virá a curto prazo, mas sim a médio e longo prazo. No entanto, essa resposta e essa união entre os entes federativos são o que a população de Buriticupu tanto anseia. Hoje, temos aqui o governo do Estado, o governo federal e o governo municipal juntos, em prol da população, para buscar soluções definitivas, melhorar a qualidade de vida e restabelecer a segurança dos moradores”, afirmou.

Ações da Defesa Civil e do CBMMA em Buriticupu

Diante da gravidade da situação, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) têm adotado diversas providências, como o reconhecimento da situação de emergência, deflagrada no mês passado. Esse reconhecimento permitiu que o município solicitasse recursos federais para ações de assistência à população afetada, incluindo a compra de cestas básicas, água mineral e kits de limpeza.

A Defesa Civil Estadual também tem monitorado constantemente as áreas afetadas, emitindo alertas e orientando a população sobre os riscos das voçorocas. Já o CBMMA mantém um posto avançado em Buriticupu e atua ativamente no resgate de vítimas de acidentes relacionados ao fenômeno. A recomendação do Corpo de Bombeiros é que os moradores evitem ultrapassar as barreiras de isolamento estabelecidas nas áreas de risco.

Além dos resgates, o CBMMA participa de ações preventivas, como a instalação de sinalizações de alerta e a orientação da população sobre os perigos das voçorocas, medidas essenciais para reduzir a ocorrência de acidentes e garantir a segurança dos moradores.

MA propõe parceria estratégica com o Pará para a COP 30

Os governadores e vice-governadores dos estados da Amazônia Legal reuniram-se em Brasília (DF), nesta quarta-feira (12), para o lançamento do Plano de Atuação do Consórcio da Amazônia Legal para a COP 30. A Conferência do Clima, que será realizada em novembro, em Belém (PA), representa uma oportunidade estratégica para os estados da região apresentarem suas iniciativas ambientais e atraírem investimentos para uma transição sustentável, fortalecendo o protagonismo do Brasil na agenda climática global.

Durante o encontro, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, colocou o estado à disposição do governador do Pará, Helder Barbalho, para contribuir com a COP 30, tanto com projetos ambientais de destaque quanto com suporte logístico. Além de apresentar iniciativas sustentáveis que serão levadas à conferência, Brandão destacou a proximidade geográfica entre os dois estados e a infraestrutura do Maranhão, que pode auxiliar no fluxo de visitantes e na mobilidade durante o evento.

“Somos estados vizinhos e queremos contribuir para o sucesso da COP 30. Podemos auxiliar na logística de transporte, hospedagem e infraestrutura aeroportuária, garantindo mais fluidez no deslocamento de delegações internacionais e nacionais,” afirmou Brandão.

O governador ressaltou que a COP 30 será um espaço essencial para demonstrar ao mundo as ações concretas que estão sendo desenvolvidas na Amazônia Legal. Entre os projetos que levará à conferência, Brandão destacou o Floresta Viva, um programa de recomposição florestal que já conta com o financiamento de 16 empresas internacionais e multinacionais e com a construção do maior viveiro público do Brasil. Com 600 mil mudas já cultivadas, a meta é alcançar 1 milhão de mudas, que serão disponibilizadas a pequenos agricultores a preços simbólicos, incentivando a recuperação de áreas degradadas e a geração de renda sustentável.

Além disso, apresentou o programa Maranhão Sem Queimadas, que tem como objetivo reduzir queimadas e incêndios florestais, combater o desmatamento e conscientizar a população sobre os impactos ambientais dessas práticas. O governo do estado busca apoio do BNDES para ampliar o programa e garantir sua eficácia na preservação da biodiversidade.

Brandão reforçou que os estados amazônicos precisam aproveitar a COP 30 não apenas como um espaço de cobrança, mas também de protagonismo e soluções concretas.

“Chegou a hora de virarmos o jogo. Durante anos, os estados amazônicos foram apenas cobrados, mas agora queremos mostrar que temos projetos viáveis, inovadores e que podem transformar a realidade da região. Precisamos de investimentos e parcerias que garantam a preservação da floresta ao mesmo tempo em que promovem o desenvolvimento sustentável e social da nossa população,” enfatizou o governador.

O Consórcio da Amazônia Legal busca consolidar sua atuação na COP 30 com uma agenda estratégica voltada à transição energética e ao desenvolvimento sustentável. O plano elaborado pelos governadores segue as diretrizes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (da sigla em inglês UNFCCC) e da presidência da COP 30 no Brasil, reforçando o compromisso dos estados amazônicos com a pauta ambiental global e a busca por parcerias institucionais que fortaleçam o desenvolvimento da região.

Ao final do encontro, o governador do Pará, Helder Barbalho, destacou que, embora a COP aconteça em Belém, o evento pertence a todo o país. “Hoje damos a largada para essa nova agenda, que busca o protagonismo dos estados da Amazônia Legal. Esta será a COP da floresta, do Brasil, e não apenas de Belém,” ressaltou Barbalho.

A COP 30 será um momento-chave para que o Brasil exerça liderança global na agenda ambiental. Para Barbalho, o país deve demonstrar seu compromisso com a transição para uma economia de baixo carbono. “Temos a legitimidade de ser a locomotiva para o resto do planeta. O Brasil pode e deve dar o exemplo de como conduzir uma transição energética limpa e sustentável,” finalizou.

O Consórcio da Amazônia Legal é composto pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.