
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou em fevereiro um aumento de 1,31%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). Este resultado é o mais elevado para o mês desde 2003, quando a inflação havia subido 1,57%, e também o maior valor mensal desde março de 2022, quando o índice atingiu 1,62%.
No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,06%, ultrapassando o limite superior da meta estabelecida pelo governo, que varia entre 1,5% e 4,5%. Este é o segundo mês consecutivo em que a inflação supera a faixa desejada, refletindo o cenário econômico desafiador.
O principal fator responsável pela alta foi a energia elétrica, que teve um aumento de 16,8%, impactando em 0,56 ponto percentual no IPCA. Esse reajuste ocorreu devido ao fim do Bônus Itaipu, que havia concedido um desconto nas contas de luz em janeiro, ajudando a reduzir a inflação no mês anterior.
Além disso, o setor de educação também contribuiu para o aumento, com um reajuste médio de 4,7% nas mensalidades escolares. O ensino fundamental, com alta de 7,51%, o ensino médio (7,27%) e a pré-escola (7,02%) foram os destaques, gerando um impacto de 0,28 ponto percentual no índice geral.
Os alimentos seguiram com alta, embora em ritmo mais moderado, registrando um aumento de 0,70%, o que corresponde a 0,15 ponto percentual a mais no índice geral. O café moído (10,77%) e o ovo de galinha (15,39%) foram os itens com os maiores aumentos, influenciados por uma safra prejudicada e pela maior demanda devido à volta às aulas.
No setor de transportes, os combustíveis também exerceram pressão sobre a inflação, com a gasolina subindo 2,78%, o diesel 4,35% e o etanol 3,62%, resultando em um impacto de 2,89% no total.
Com 61% dos produtos e serviços pesquisados apresentando elevação nos preços, o cenário econômico gera preocupação tanto para consumidores quanto para analistas. O governo segue monitorando a situação para adotar medidas que possam ajudar a conter a inflação e estabilizar a economia nos próximos meses.