A gestão do prefeito Eduardo Braide (PSD) reservou um novo aporte milionário para as empresas de transporte coletivo de São Luís.
No Portal da Transparência, consta o empenho de R$ 50 milhões destinado nesta quarta-feira (26) como subsídio às empresas de transporte, pouco mais de uma semana após o fim da mais recente greve dos rodoviários na capital.
O recurso sairá do Fundo Especial Municipal de Transportes Urbanos (FEMT), que, na semana passada, já havia recebido um crédito suplementar de R$ 16 milhões. O volume crescente de injeções financeiras levanta questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo e a real solução para a crise no transporte público da cidade.
Os vereadores de São Luís aprovaram, em regime de urgência, no dia 18 de fevereiro, um projeto de lei da Prefeitura que autoriza uma nova licitação para esses serviços na capital. No entanto, resta saber se a mudança será real ou apenas uma troca de “CNPJs”, mantendo as mesmas empresas de sempre.
Governo banca o sistema, mas usuários sentem os mesmos problemas
O subsídio milionário reflete uma tendência consolidada nos últimos anos: a Prefeitura de São Luís tem atuado como avalista do sistema de transporte, cobrindo déficits e até, em algumas circustânceas, evitando reajustes tarifários diretos aos usuários. No entanto, essa estratégia tem sido insuficiente para evitar paralisações recorrentes e garantir melhorias concretas na qualidade do serviço prestado.
Durante a última greve, a principal pauta da categoria foi o reajuste salarial dos rodoviários, mas a crise do setor é mais ampla. A frota envelhecida, a redução de linhas e o descumprimento de horários seguem como queixas frequentes da população, mesmo com sucessivos aportes financeiros.
Outro ponto de preocupação é a transparência na destinação desses recursos. Os repasses milionários para as empresas de ônibus raramente vêm acompanhados de contrapartidas claras, como a renovação da frota ou melhorias no atendimento ao usuário. O contrato de concessão, firmado ainda na gestão anterior, não tem sido suficiente para garantir uma fiscalização mais rígida sobre os serviços prestados.