
A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira (7) o encerramento de seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos. O CEO Mark Zuckerberg comunicou que a empresa substituirá os verificadores externos por um sistema de “notas de comunidade”, semelhante ao implementado pelo X (antigo Twitter), permitindo que os próprios usuários adicionem contextos às publicações.
Zuckerberg justificou a mudança afirmando que os sistemas de moderação atuais apresentam “muitos erros e muita censura”. Ele destacou que, com a recente eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, a Meta pretende priorizar a liberdade de expressão em suas plataformas. O CEO também criticou governos de regiões como Europa e América Latina por tentativas de regulamentar o uso das redes sociais, classificando essas ações como censura.
Especialistas em desinformação expressaram preocupação com a decisão da Meta. Eles temem que a ausência de checagem profissional facilite a disseminação de notícias falsas e discursos de ódio, tornando os usuários mais vulneráveis à desinformação.
No Brasil, autoridades manifestaram apreensão. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão da Meta “preocupa” o governo brasileiro, especialmente após a disseminação de conteúdos falsos nas eleições presidenciais de 2018 e 2022. O advogado-geral da União, Jorge Messias, destacou que a mudança torna a regulação das redes sociais ainda mais urgente, criticando a falta de transparência nos algoritmos da empresa.
A decisão da Meta ocorre em um momento de intensos debates globais sobre a responsabilidade das plataformas digitais na moderação de conteúdo e no combate à desinformação. A substituição de verificadores profissionais por um sistema de moderação comunitária levanta questões sobre a eficácia dessas medidas na proteção dos usuários contra informações falsas e potencialmente prejudiciais.
Para mais detalhes sobre as mudanças anunciadas pela Meta, assista ao vídeo a seguir: