O Exército informou, nesta sexta-feira 20, que está investigando o coronel José Placídio Matias dos Santos, ex-assessor do Gabinete de Segurança Institucional no governo Jair Bolsonaro (PL). Ele usou as redes sociais para defender um golpe de Estado e ameaçar o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino.
“Os fatos seguem em apuração pelas autoridades competentes”, informou o Exército em nota ao jornal O Globo. “Militares, sejam da ativa ou da reserva, estão sujeitos a todas as prescrições jurídicas previstas na legislação militar vigente”.
No dia em que apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em uma tentativa de golpe de Estado, Placídio disse que esperava que Júlio César Arruda, comandante do Exército, tivesse uma atitude de insubordinação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se referiu ao presidente como “o maior ladrão da história da humanidade”.
O coronel conclamou as Forças Armadas a um golpe (a apologia à ditadura é crime no Brasil). Na caserna, a insubordinação é crime previsto no artigo 163 do Código Penal Militar.
Ao ameaçar Flávio Dino, Placídio promoveu um ataque de caráter homofóbico. Além disso, o coronel afirmou que militares da ativa estavam nos atos antidemocráticos. Contrariando o resultado eleitoral e os trâmites democráticos realizados para a posse de Lula, referiu-se ao atual governo como “ilegítimo”.
José Placídio foi assessor-chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos do GSI entre 2019 e 2022, sob o comando de Augusto Heleno.