
Carta ao povo do Maranhão
No dia 1º de janeiro de 2015, pela vontade de Deus e da população do nosso estado, assumi o comando de um barco chamado Maranhão, embasado em uma vida comprometida com as causas do progresso, da dignidade e da justiça social. Uma embarcação carregada de sonhos, ideias e planos para um Maranhão forte, altivo, orgulhoso de si próprio e de suas pessoas.
Este barco, como todos testemunhamos, não pôde navegar em águas calmas. Pelo contrário, sempre enfrentamos grandes ondas, tsunamis, imprevisibilidades, algumas absolutamente inimagináveis. No meio dessas ondas que sacudiram bastante o barco, foram os sonhos dos maranhenses e a vontade de mudar realidades que nos mantiveram navegando.
Escolas de taipa e sucateadas, filas de ambulâncias para São LuÃs – à vista da falta de hospitais regionais – cenários de guerra nas penitenciárias, filas e mais filas para ter acesso a um direito básico, como tirar uma carteira de identidade. Tudo isso, progressivamente, faz parte do passado. O Maranhão que guiamos investiu R$ 10 bilhões em estradas, hospitais e escolas, que possibilitaram abrir avenidas de oportunidades para os maranhenses.
Foram, por exemplo, mais de 1.400 obras educacionais. Abrimos 91 escolas de tempo integral, algumas delas com ensino fundamental bilÃngue de português e inglês, algo impensável no Maranhão do passado. Uma oportunidade como essa era reservada apenas aos filhos dos mais ricos, que podiam pagar. Sinto muito orgulho em ver a estrutura dessas escolas, repletas de bibliotecas, laboratórios, pulsando conhecimento e esperanças. Isso tem mudado o destino de milhares de jovens.
Entregamos mais de 40 rodovias pavimentadas e milhares de quilômetros de asfalto implantados em ajuda aos municÃpios. Realizamos sonhos de várias gerações, com a construção de pontes em Paulino Neves, Santana, Timbiras, SambaÃba, São Félix de Balsas, Bequimão, Paço do Lumiar, Santo Amaro, entre outras.
De todos os mares bravios que navegamos, o mais difÃcil deles foi o enfrentamento ao coronavÃrus, algo impossÃvel de aprender nas páginas dos livros. Com muito esforço e trabalho sério, somos o estado que melhor combateu a pandemia, e temos a menor taxa de óbitos do paÃs. Isso só foi possÃvel porque, ao longo de todos esses anos, investimos fortemente na saúde, descentralizando os serviços e abrindo novas unidades por todo o estado. Foram 50 novos equipamentos de saúde, ofertando serviços onde antes não tinha. O aumento da oferta de UTIs possibilitou grandes conquistas, com o fim da procissão de ambulâncias para a capital. Estamos zerando as filas da hemodiálise e da radioterapia, antes problemas crônicos. E estamos finalizando a primeira parte de uma grande obra: o Hospital da Ilha, que fará atendimento de urgência e emergência para os municÃpios da grande São LuÃs e de outras regiões.
Estamos agora perseguindo uma outra grande conquista nessa reta final: chegar a 100 restaurantes populares, a maior rede de segurança alimentar do paÃs. Somos um estado que carrega marcas profundas da desigualdade socioeconômica e nesse momento crÃtico que o paÃs atravessa, com famÃlias brasileiras sofrendo grave restrição financeira, ofertar comida de qualidade a preços simbólicos garante não só a saciedade, mas também que as famÃlias usem o dinheiro que seria gasto em alimentação com outras necessidades básicas. Isso ajuda inclusive a movimentar o comércio das cidades.
Sou muito grato por tudo que vivi à frente do Governo do Estado, por todos os sonhos que realizamos, por toda dor que conseguimos amenizar ou resolver. Esse barco ainda tem muito a navegar. Estou saindo da cabine de comando, mas continuo na luta, junto com todos e todas, para que ele chegue sempre em um bom porto. Mesmo que esse bom porto seja uma utopia, porque o nosso destino é continuar navegando. Navegar é preciso.
Obrigado, Maranhão.
Flávio Dino