Semed confirma que falta de estrutura nas escolas atrasou ano letivo em São Luís

Eduardo Braide com Caroline Salgado e equipe na UEB Alberto Pinheiro

Ao propagandear a reforma de escolas em São Luís, logo após dizer que adiamento foi por conta da covid-19 e síndromes gripais, a titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Caroline Marques Salgado, confirmou que falta de estrutura atrasou início do ano letivo. Na Assembleia o assunto foi levantado e deputado defendeu que separação de alunos seja somente de contaminados e não de toda turma ou escola.

Ainda no começo do ano, em 28 de janeiro, a Prefeitura de São Luís adiou o início do ano letivo sob alegação da pandemia provocada pela covid-19.

Segundo a gestão do prefeito Eduardo Braide (Podemos), a medida foi tomada em razão do caso de Covid-19 e outras síndromes gripais.

A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério Público do Maranhão com a presença do Sindeducação (Sindicato dos Profissionais do Ensino Público Municipal).

O argumento foi logo derrubado, o verdadeiro motivo é que de 260 escolas municipais, apenas 60 estariam aptas para receber os alunos. A própria titular da Semed (Secretaria municipal de Educação) revelou que não poderia abrir as escolas do jeito que estão.

Carolne Salgado

Não é prudente retomar as aulas presenciais e pouco tempo depois precisar fechar as escolas para reforma”, disse a secretária municipal de Educação de São Luís, Caroline Marques Salgado, depois de dois anos das escolas fechadas, sendo um, na atual gestão.

A presidente do Sindeducação, Sheila Bordalo, acredita que a equipe de infraestrutura mobilizada ano passado não foi o suficiente e hoje, no primeiro semestre letivo, o cenário é preocupante. “É necessário que as equipes sejam ampliadas e que se faça uma força-tarefa para garantir o ensino presencial com segurança para crianças, jovens e adultos”, pontua.

Repercussão do tema na Assembleia Legislativa do Maranhão

Deputado Yglésio

Na sessão plenária desta terça-feira (08), o deputado estadual Yglésio Moyses (PROS), defendeu que as aulas retornem a sua normalidade. “Nós precisamos voltar para a normalidade, dentro da educação, seja ela básica, ensino médio ou ensino superior. Da mesma forma, digo para a UFMA, Universidade Federal do Maranhão, onde os alunos estão completamente prejudicados, pois já são mais de dois anos sem aulas presenciais de fato”, argumentou.

Quando um aluno testa positivo, as aulas são suspensas por uma semana, o que considero um contrassenso do ponto de vista médico, tendo em vista que a variante ômicron, principalmente entre pessoas mais jovens, praticamente não implica em mortalidade”, explicou, o deputado que também é médico, defendendo que apenas o aluno que testar positivo para a doença passe a assistir às aulas remotamente, como acontece em São Paulo.

Não dá para irmos para o terceiro ano sem aulas em São Luís”, critica secretário estadual de Saúde

Carlos Lula, Secretário de Saúde

Logo após a prefeitura de São Luís adiar o retorno das aulas presenciais, Carlos Lula, da SES, alertou que o adiamento vai na contramão do que aconteceu em diversas capitais do país.

Eu entendo a dificuldade do momento, mas já são praticamente 2 anos sem aulas em São Luís. Isso é preocupante. Uma perda irreparável para nossas crianças. Cidades menores, com bastante cautela, já conseguiram retomar as aulas. Por que a capital do estado não conseguiu?”, questiona o secretário.

Até agora, pelo menos, já iniciaram o ano letivo de 2022 em Belém, Goiânia, Recife, Palmas, Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte, em retorno 100% presencial, só para citar algumas.

Todos os professores e demais funcionários ativos já estão vacinados. E o melhor lugar para vacinar crianças e adolescentes rapidamente é na escola, não nas férias eternas ou com atividades remotas. A perda de vidas das crianças é incalculável”, disse ainda.

A CARTA POLÍTICA

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