Correio Braziliense destaca longa trajetória da Família Sarney no país

Família Sarney. Foto Reprodução

Quando José e Marly se uniram em matrimônio, em 12 de julho de 1952, o Brasil não tinha vencido nenhuma Copa do Mundo de futebol, e Brasília ainda era um sonho distante, originado da visão do santo italiano Dom Bosco. De lá para cá, o casal, que elegeu a capital como moradia em 1961, viu a família crescer com a recém-fundada cidade. Apesar de os três filhos do ex-presidente da República e da ex-primeira-dama terem nascido na capital maranhense, Brasília sempre esteve intimamente ligada à história da família, que hoje é composta por 14 netos e 18 bisnetos. A mesa cheia tornou-se comum no dia a dia do casal, e foi nesse cenário que a família comemorou, no último sábado (4/12), os 90 anos da matriarca, em São Luís (MA).

Não somente estou comemorando o aniversário de Marly, como também os nossos 70 anos de casados, que será no próximo ano, o que representa uma felicidade grande para um casal”, destacou José Sarney para o Correio, celebrando a longa trajetória da vida a dois. “Constituímos uma família que hoje está na terceira geração, com filhos, netos e bisnetos, que nos enchem de alegria e povoam nossa casa e nossa mesa. Só tenho que agradecer a Deus pela graça que nos deu, de uma união tão longa e feliz“, disse o ex-presidente.

Companheirismo

Além de conquistas pessoais, José e Marly estiveram lado a lado em momentos históricos para o Brasil, como a primeira participação de um chefe de Estado brasileiro na Assembleia Geral das Nações Unidas para Desarmamento, em 7 de junho de 1988, em Nova York.

O casal também compartilha o apreço pela cultura — o ex-chefe do Executivo nacional é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1980. Em 2 de julho de 1986, José e Marly foram os anfitriões da cerimônia de lançamento do Instituto Jorge Amado, na Presidência da República. Especialmente a respeito do envolvimento da mãe na cena cultural, a primogênita do casal, Roseana, destaca o leque de atuações de Marly. “Ela sempre esteve muito ligada ao escritor Josué Montello, ao poeta Bandeira Tribuzi e foi muito amiga do Jorge Amado. Todos passavam muito tempo na nossa casa, em Brasília”, relembra. “Ela também exercia atividades na área social, com voluntariado, então, não foi apenas mulher de presidente”, reconhece a filha.

Capital

A estreita relação da família com Brasília se reflete na proximidade dos Sarney com a vida política — ou vice-e-versa, já que é quase impossível dissociar os dois. Incluindo a capital federal como uma das personagens principais da casa, José Sarney Filho não deixa de lado o estado natal da família. Assim como separar Brasília da política é tarefa difícil, citar o sobrenome Sarney sem associá-lo ao Maranhão é quase um pecado. Mesmo longe do estado, a família nunca esqueceu as raízes. “O primeiro apartamento em que a gente morou (em Brasília) foi no Bloco 1 da 206 Sul, quando naquela época era por número. Ali funcionava quase que como uma embaixada política do Maranhão, pois alguns colegas nos visitavam, e eram sempre bem recebidos pela minha mãe. Por isso que ela é a companhia da vida toda do meu pai”, conta José Sarney Filho, secretário de Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal.

Roseana também não esconde o apreço pela capital. “Gosto muito de Brasília, pois cresci com a cidade. Conheci o Brasil através de Brasília. Fiz amizades com pessoas de todo canto e tive a alegria de conviver com uma grande família. Sotaques, hábitos, roupas, vocabulário, cultura, tudo diferente, mas uma diversidade muito importante para nossa formação pessoal”, arremata a ex-governadora do Maranhão.

Apoio

Mesmo exercendo profissões diferentes, Roseana sempre contou com o suporte da mãe. Além de primeira-dama, entre 1985 e 1990, Marly foi normalista — profissão na pedagogia em que mulheres davam aula no que hoje é chamado de ensino fundamental. “Ela sempre deu estabilidade emocional para que pudéssemos ter o nosso espaço, tanto que, quando eu fiz faculdade de ciências sociais, na década de 1970, na Universidade de Brasília (UnB), ela me chamou e perguntou se eu queria seguir a carreira política, que não é fácil para nós, mulheres”, recorda a filha.

José Sarney Filho acredita que a mãe é um ponto de equilíbrio na família. “Ela sempre emitiu opiniões, tanto para mim e para a Roseana quanto para o papai, sobre política e questões administrativas, embora nunca quisesse ser protagonista. O que destaco é essa coisa de ser a ‘mãezona’, ombro amigo e materno de sempre”, orgulha-se o filho.

Do Correio Braziliense

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