Futuro pós-Covid

Secretário de Saúde, Carlos Lula

Por Carlos Lula

Como enfrentar os riscos se, nesse momento, a gente passasse a ter estados com programas em paralelo, municípios com programas em paralelo, cada um com um plano de vacina a um tempo, Estados começando a vacinação em momentos diversos? A gente correria o risco de ter uma guerra de todos contra todos. Gostaria de refletir aqui, e convidar a todos para que façamos uma reflexão sincera: não podemos deixar um rastro de agravamento das desigualdades no enfrentamento da pandemia e no momento da vacinação contra a doença no país.

Vamos olhar desde janeiro de 2020. Lá no início sabíamos que o novo coronavírus não era um problema restrito à China. Vigilantes, agimos! Para quem não se lembra, abrimos 13 hospitais em 12 semanas no Maranhão. Tivemos uma grande ampliação da rede assistencial. Hoje em dezembro de 2020 temos 496 novos leitos permanentes incorporados na rede e serviços especializados de retaguarda em funcionamento para Covid-19. Isto é um planejamento feito com muito esforço, mas também que revela a seriedade com que lidamos com a crise sanitária.

A maneira pela qual reagimos à pandemia continua fazendo toda a diferença. Com o espírito de união semeado pelo governador Flávio Dino, um líder determinado a salvar a vida das pessoas, não desperdiçamos tempo. Enormes lições foram aprendidas e continuarão sendo aplicadas nas etapas futuras. No Maranhão temos um caso de sucesso de como a proatividade do executivo, na figura da liderança política exercida pelo governador, tem um impacto positivo na resposta efetiva ao cenário de dificuldades. Em vez de brigar, resolver. No lugar do dissenso, propostas concretas para cuidar da saúde dos maranhenses.

Uma resposta efetiva para a crise mundial que vivemos chama-se vacina. Vacina gratuita, vacina segura e para todos. Como bem ressaltei no texto anterior, é preciso somar forças na incorporação de vacinas para o SUS. Instrumentos de imunização eficazes e seguros contra a Covid-19 são de maior interesse para a população. Como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), venho atuando como um mediador entre os secretários e o Governo Federal. Por isso nossos esforços para pacificar todos os lados.

Avançamos quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu a liminar na ação do Maranhão, que libera o Governo do Estado para comprar o imunizante. Em caso de descumprimento do Plano Nacional, o Estado foi autorizado a comprar diretamente vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou por agência de outro país em consonância com a Lei Federal 13.979/2020.

Outro passo importante foi a medida preventiva junto ao Instituto Butantan, em São Paulo. Reafirmei esta semana o interesse do Estado em garantir as doses necessárias ao início da imunização, tão logo a vacina seja aprovada. O Instituto desempenha um papel ímpar nas pesquisas em saúde, assim como na produção de imunobiológicos. A estimativa do órgão é produzir 100 milhões de Coronavac por ano.

Todos os esforços reverberaram com o Maranhão como o único estado do país em ritmo desacelerado da covid-19. O dado é otimista, mas as recomendações sanitárias continuam em vigor. O melhor presente neste fim de ano é preservar a vida. A vacinação em massa é uma questão de tempo. Até lá, os cuidados não diminuem. As restrições de distanciamento social serão temporárias, mas a perda de um ente querido, de um amigo de infância são perpétuas. Que tenhamos isto em mente nesta reta final de dezembro. Em breve, teremos os imunizantes para vacinar todos os maranhenses.

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