Dono de instituto que apontou liderança de Braide foi assessor parlamentar dele

Clodomir Albuquerque

O empresário Clodomir Martins Albuquerque Júnior, proprietário do instituto Prever – Pesquisa e Consultoria Ltda., não parece nem um pouco preocupado em se mostrar isento, pelo menos quando se trata da corrida eleitoral pela prefeitura de São Luís.

Desde junho deste ano, o Prever realiza pesquisas que apontaram o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) na liderança das intenções de voto na capital. O problema, entretanto, é que uma descoberta polêmica pode pôr em xeque as amostragens divulgadas até aqui.

Foto Reprodução

De acordo com portaria obtida pela reportagem, Clodomir Albuquerque tem motivos de sobras para torcer pela candidatura do prefeitável do Podemos: ele era assessor técnico parlamentar do deputado Eduardo Braide.

Conforme o documento ao qual tivemos acesso, o dono do Prever foi nomeado por solicitação do próprio parlamentar para exercer cargo comissionado – símbolo ISO, por meio do ato de N.º 161 /2011. A nomeação dele aconteceu em 10 de fevereiro de 2011, com ato publicado pelo Diário da Assembleia, no dia 14 de fevereiro daquele ano.

Esse, entretanto, não é o único caso curioso envolvendo o proprietário do instituto. Clodomir Albuquerque também aparece como doador da campanha do ex-chefe. A contribuição no valor de de R$ 4 mil ocorreu na eleição de 2010, quando Braide foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual.

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A fatura pelo financiamento eleitoral ocorreu logo depois que o parlamentar assumiu o mandato no Legislativo estadual nomeando seu doador de campanha em seu gabinete.

Nada contra a nomeação ou a doação, mas fica a pergunta: como confiar nas pesquisas de um instituto cujo proprietário deve favores ao candidato que aparece na liderança? Em uma eleição com políticos desgastados e institutos desacreditados, situações como essas deixa o eleitor mais cabreiro com os levantamentos.

Ligações perigosas

O Prever não é a única empresa de estatística ligada a Braide envolvida em polêmicas. O instituto Escutec que já apontou liderança do prefeitável na capital também já teve seu proprietário envolvido em escândalos.

Trata-se do empresário Antônio José Fernando Júnior Batista Vieira, mais conhecido por Fernando Junior, alvo de denúncia do Ministério Público por supostamente fazer parte de organização criminosas que desviou R$ 27 milhões da prefeitura de Itapecuru-Mirim.

Em 2015, o dono da Escutec chegou a ser preso pela Policia Federal por suposto envolvimento com desvio de recursos dos cofres públicos da Prefeitura de Anajatuba por meio da contratação de “empresas de fachada”. No município anajatubense, os desvios ultrapassam os R$ 13 milhões.

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