Sobre lutas e propósitos…

Carlos Lula, Secretário de Saúde do Estado

Por Carlos Lula

Há um exército que não dorme, não curte fins de semana e feriados. Está sempre vigilante e disponível, convocado para uma guerra em favor da vida. Longe da rotina atribulada daqueles que trabalham na área da saúde, muitas pessoas não imaginam o trabalho necessário para, por exemplo, manter o funcionamento 24 horas por dia, durante os sete dias da semana das mais de 50 unidades da rede estadual de saúde.

Quantas pessoas são necessárias para salvar uma vida? Talvez uma. No Maranhão todo encontramos trabalhadores que, individualmente, se entregam ao serviço e batalham diariamente para salvar vidas, vencendo o cansaço e, muitas vezes, abrindo mão de seus próprios prazeres. No quadro pessoal da rede estadual de saúde está cheio de pessoas com esse perfil, dispostas a salvar vidas anonimamente.

Além das unidades já existentes na rede, o funcionamento de mais sete novos hospitais no estado com, praticamente, o mesmo recurso de 2014, revela o trabalho de uma equipe dedicada, comprometida com o planejamento responsável das ações executadas com o dinheiro público. Caso contrário, assim como no Rio de Janeiro, estaríamos fechando hospitais e não abrindo unidades de saúde e inaugurando novos serviços.

Dificilmente, as pessoas que transitam pelos prédios administrativos ou nas unidades de saúde do Estado percebem seus trabalhadores. Pergunto se alguém sabe a diferença que eles fazem para a transformação e melhoria progressiva da saúde no Maranhão.

Kelma Lucena e Analamacia Brito, enfermeiras obstétricas, que implantaram o tão bem sucedido projeto de parto natural humanizado na Maternidade Benedito Leite. João Batista Garcia, médico da dor, responsável pela enfermaria de cuidados paliativos do Hospital de Câncer do Maranhão, para alívio do sofrimento de pacientes em estágio terminal – servidor reconhecido internacionalmente por este trabalho.

Nelson Cavaleira, junto com a equipe, se tornou responsável pelo fortalecimento das ações do Programa Estadual de Controle da Malária. O servidor faleceu em outubro, mas deixou como legado um trabalho dedicado ao fortalecimento de políticas de atenção à saúde no âmbito da Vigilância Epidemiológica. Sua última missão estava vinculada à erradicação da Malária em nosso estado. Por esse trabalho, o Maranhão foi, inclusive, premiado ao liderar o ranking de redução da doença na Região Amazônica.

Outros inumeráveis exemplos poderiam ser citados. O ofício e a missão dos que trabalham pela saúde do Maranhão prossegue, mesmo quando o ser humano extrapola os limites da crueldade para nominar os servidores de ‘bonde dos 400’. Será que convicções políticas contrárias à atual gestão justificam tão grave analogia a essas pessoas?

Se, por um lado, casos isolados como este acontecem, por outro as ofensas não paralisam mutirões oftalmológicos, cirurgias ortopédicas, atendimento pediátrico, procedimentos inéditos, reuniões para definir parcerias importantes para o avanço da saúde do Maranhão. Incansável e comprometido, nosso exército não pára de marchar em prol de melhores condições de saúde para os maranhenses.

Na batalha, muitas vezes não precisamos de números, mas do comprometimento daqueles que se dispõem a lutar. Uma história antiga conta que um general chamado Gideão, a caminho do combate, selecionou seus soldados entre os mais corajosos e preparados. Mesmo tendo perdido mais de 30 mil componentes de seu exército nesse processo, venceu a guerra com 300 soldados contra uma multidão do oponente.

Não sou estrategista de guerra, muito menos general. Mas compreendo a moral dessa história e reconheço que jamais poderia vencer essa batalha sozinho. É com o engajamento daqueles que lidam diariamente com o desafio de promover uma saúde mais digna aos maranhenses que estamos progredindo. Enquanto uns, sem caráter, os nomeiam sem conhecimento de causa, eu os chamo de “300”. Juntos, já estamos vencendo muitas lutas e avançando rumo a uma saúde mais digna à população maranhense. Avante, servidores!

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