
Dois dias após não acatar a liminar do ministro Marco Aurélio do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou seu afastamento, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou hoje que decisão da Corte máxima do país “é para se cumprir”. Perguntado se havia falado com o presidente Michel Temer sobre a decisão do STF, Renan disse que decisão judicial “não dá para comentar”.
“A decisão do [plenário do] Supremo fala por si só. Não dá para comentar decisão judicial. Decisão judicial do Supremo Tribunal Federal é para se cumprir”, disse o peemedebista.
Na última segunda-feira (5), o ministro Marco Aurélio decidiu afastar Renan da presidência do Senado, atendendo a um pedido liminar feito pela Rede Sustentabilidade. No mesmo dia, Renan Calheiros negou-se a receber de um oficial de Justiça a notificação sobre a decisão liminar.
Na terça, após manifestação da Mesa Diretora da Casa, mais uma vez Renan negou-se a receber a notificação e decidiu aguardar a decisão do plenário do STF sobre o afastamento. Ontem (7), a maioria dos ministro decidiu manter Renan no cargo ao derrubar a liminar do ministro Marco Aurélio.
Votações
De volta ao plenário da Casa, Renan manteve a agenda de votações aprovada pelos líderes, com a previsão de análise da PEC do Teto de Gastos em segundo turno no próximo dia 13. “Vamos cumprir a nossa pauta, encerrar os trabalhos no dia 15 e vamos retornar os trabalhos em 1° de fevereiro. Vamos votar a PEC do Gasto, em segundo turno, no dia 13 e, se for o caso, promulgá-la no dia 15”, disse o peemedebista.
Sobre o projeto de lei do abuso de autoridade, que criou um impasse ente Legislativo e o Judiciário, o presidente do Senado disse que a decisão cabe ao plenário da Casa.
“Qualquer decisão com relação à urgência de alguma matéria tem que ser decisão do plenário, não é do presidente. O presidente pauta, mas quem decide se é urgente ou se não é urgente é o plenário. Tenho feito exatamente isso: quando tentaram apreciar aquela matéria, as medidas [anticorrupção] que vieram da Câmara, estava claro que o requerimento não seria aprovado para apreciação em caráter de urgência, fiz questão de concluir a votação porque o plenário me daria uma noção de espaço temporal com a tramitação da matéria.”
Fonte: Agência Brasil
EDMILSON MOURA
8 anos atrás
POIS É O STF CONTRARIOU AS RUAS. AINDA BEM
O Supremo Tribunal Federal votou contra as ruas que queriam a cabeça de Renan Calheiros e vai apanhar um bocado por causa disso. O mínimo que se diz nas redes sociais e adjacências é que a suprema corte brasileira entrou no julgamento da liminar do ministro Marco Aurélio rugindo como um leão, vociferando contra a recusa de Renan a ser notificado da decisão sobre seu afastamento, e saiu miando como um gatinho, decidindo exatamente da forma como esperavam o senador e o Palácio do Planalto. Vai ficar difícil explicar que não houve um “acordão” para salvar Renan, a PEC do Teto e a pauta econômica do governo.
A crise do momento, que não é a primeira e nem será a última, aparentemente acabou como uma tempestade institucional num copo d’água. O mandato de Renan Calheiros à frente do Senado se encerra em poucos dias, o que serviu para alimentar críticas quanto à intempestividade da liminar de Marco Aurélio e para que muita gente se perguntasse por que, afinal, tanta confusão. Na prática, o senador está também pouco ligando para a proibição de substituir o presidente da República nesse tempo que lhe resta. Mas haverá sequelas.
MINARD, acho que isso é PIADA.
Edmilson Moura.
Blog REBELDE SOLITÁRIO.