Trabalhadores rurais são feitos reféns e ameaçados de morte em Senador La Rocque; entre eles duas crianças

Trabalhadores feitos reféns em fazenda em Senador La Rocque
Trabalhadores feitos reféns em fazenda em Senador La Rocque

Cerca de dez trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra (MST), acampados na fazenda Graciosa, distante 40 km do município de Senador La Rocque e a 70 km de Imperatriz, denunciaram que foram ameaçados de morte e feitos reféns.

De acordo com uma trabalhadora rural, que foi feita refém e preferiu não se identificar por medo de perseguição, esta foi a terceira vez que as 56 famílias da área sofreram ameaças.

Ainda de acordo com a trabalhadora, dois homens, um deles armado, fizeram dez pessoas reféns, incluindo duas crianças, uma de 10 e outra de 13 anos, durante, aproximadamente, três horas.

“Eu pedi pra dar comida pra menina, porque ela é pequena, e ele disse: ‘ninguém sai, tem homens olhando a terra aí’. Aí eu falei pra ele que nós não temos nada a ver.

Depois eles conversaram e mandaram a gente sair e eles ficaram na sede. Foram embora à noite, quando a PM foi lá”, detalha a trabalhadora rural.

Os trabalhadores rurais informaram que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Imperatriz tem conhecimento, também, das outras duas ameaças sofridas pelas famílias.

A moradora da terra falou, ainda, que durante a ação um homem apontou a arma para a cabeça de uma das pessoas e disse: “Detona logo e deixa aí”. Logo após, roubaram objetos e humilharam o assentado.

Seis homens, segundo a Polícia Militar, saíram da fazenda depois que os policiais chegaram ao local.

O subcomandante da PM informou que não foi apreendida nenhuma arma. A terra em que as famílias estão alojadas fica ao lado de um assentamento criado há 14 anos, o “Batata da Terra”.

As famílias querem a ampliação, com mais de 876 hectares, que incluiu a sede da fazenda. Eles consideram os 310 hectares já desapropriados pelo Incra insuficientes para o plantio.

O fazendeiro chegou a receber uma proposta de indenização do governo em 2003, mas não houve acordo sobre os valores a serem pagos e o processo de reforma agrária teria parado.

Os líderes do Movimento Sem Terra (MST) alegam que o impasse se arrasta por mais de 10 anos. Verônica Viana da Fonseca, coordenadora regional de Assistência e Extensão Rural para a Reforma Agrária, disse que não pode responder nenhuma questão a respeito, tendo em vista que ainda não se inteirou do assunto.

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